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Eletromobilidade cresce no Brasil, mas falta de infraestrutura desafia expansão

Frota de veículos elétricos avança no Brasil, mas a infraestrutura de carregamento não acompanha o ritmo, criando barreiras para motoristas e para o crescimento sustentável da eletromobilidade.

O Brasil registrou um crescimento de 89% nas vendas de veículos eletrificados em 2024, mas a defasagem na infraestrutura de carregamento ameaça o avanço da mobilidade elétrica no país, limitando a adoção da tecnologia.

O setor de eletromobilidade no Brasil está em franca expansão. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o país encerrou 2024 com 177.358 veículos eletrificados leves em circulação, um aumento expressivo em relação aos 93.927 registrados no ano anterior. Entretanto, o crescimento da frota não foi acompanhado pela instalação de novos carregadores, o que gera desafios para usuários e para a consolidação dos elétricos como opção viável no mercado.

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Atualmente, há apenas um carregador para cada 17 veículos elétricos no Brasil, um número que especialistas consideram insuficiente para atender às necessidades da nova frota. Em outubro de 2024, existiam pouco mais de 10 mil estações de recarga em todo o território nacional, um avanço tímido diante da crescente demanda. O resultado é a insegurança dos consumidores, que enfrentam dificuldades para encontrar pontos de carregamento, principalmente fora dos grandes centros urbanos.

A infraestrutura deficiente impacta diretamente a adoção da eletromobilidade, pois limita a autonomia dos veículos e restringe sua utilização a trajetos curtos ou a locais onde há garantia de recarga. A disparidade regional é outro fator crítico: enquanto cidades como São Paulo e Rio de Janeiro concentram boa parte das estações, motoristas de estados do interior e regiões mais afastadas enfrentam um cenário desafiador, com escassez de opções.

Para acelerar a expansão da infraestrutura, investimentos do setor privado e incentivos governamentais são fundamentais. Em países como Noruega e China, que lideram a eletromobilidade global, políticas públicas agressivas foram implementadas para subsidiar a instalação de carregadores em locais estratégicos, como rodovias, estacionamentos e postos de combustíveis. No Brasil, iniciativas nesse sentido ainda caminham lentamente.

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Além da necessidade de mais pontos de carregamento, a padronização dos sistemas de recarga e a integração com fontes de energia renovável são desafios adicionais. Modelos que utilizam energia solar e eólica para abastecer veículos podem reduzir a pressão sobre a rede elétrica nacional, tornando a mobilidade elétrica ainda mais sustentável. Tecnologias como a recarga bidirecional, que permite que os veículos devolvam energia à rede quando necessário, também surgem como soluções promissoras para um futuro mais eficiente.

A ausência de um planejamento robusto para a infraestrutura de recarga pode comprometer o crescimento sustentável da eletromobilidade no Brasil. Sem uma rede confiável e acessível, a adoção dos veículos elétricos se torna mais lenta, impedindo que o país aproveite plenamente os benefícios ambientais e econômicos dessa transformação no setor automotivo.

Para que o Brasil acompanhe a evolução global da eletromobilidade, é essencial que a infraestrutura de carregamento cresça no mesmo ritmo da frota elétrica. Somente assim será possível garantir que os veículos eletrificados se tornem uma alternativa viável para consumidores de diferentes regiões, impulsionando a transição para um transporte mais limpo e eficiente.

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