Com mais de 75 mil unidades transferidas por dia útil, o setor de seminovos e usados consolida uma nova média histórica e segue como alternativa de destaque frente à alta dos preços dos carros novos.
A Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (FENAUTO) divulgou os dados consolidados do primeiro semestre de 2025, revelando que o setor de seminovos e usados alcançou 8.350.449 unidades comercializadas, o que representa um crescimento de 13,7% em relação ao mesmo período do ano passado (7.343.752 veículos).
Mesmo com uma leve retração de 6,7% nas vendas de junho em comparação com maio — resultado de dois dias úteis a menos no mês — o mercado mantém ritmo elevado. A média diária de transferências subiu 3,1%, totalizando 75.636 veículos por dia útil, o que consolida o segundo melhor desempenho desde 2019.
Esse novo patamar de vendas diárias, em torno de 75 mil transações por dia útil, reforça a importância do setor para o equilíbrio do mercado automotivo brasileiro, especialmente diante da restrição do crédito e da valorização dos carros novos.
Para Enilson Sales, presidente da FENAUTO, o bom desempenho comprova a resiliência do segmento mesmo diante de desafios externos:
“A maior preocupação neste momento é com a restrição ao crédito, especialmente diante das incertezas em torno do IOF, que podem impactar diretamente o poder de compra. O setor tem grande potencial de crescimento, e esperamos manter um bom nível até o fim do ano.”
O levantamento também revelou os modelos preferidos do consumidor em cada categoria. Entre os automóveis, o Volkswagen Gol segue imbatível, com 63.373 unidades transferidas em junho, seguido por Chevrolet Onix (34.417) e Hyundai HB20 (33.800).
No segmento de comerciais leves, a Fiat Strada lidera com 34.841 unidades, à frente da Volkswagen Saveiro (21.085) e da Toyota Hilux (17.606) — três modelos que também são referência no mercado de 0 km. Já entre as motos, a Honda CG 150 teve desempenho impressionante com 73.135 unidades, seguida por Honda Biz (34.250) e Honda NXR 150 (27.759).
Nos comerciais pesados, destaque para o Volvo FH, com 2.649 unidades, seguido de perto pelo Ford Cargo (2.484) e o utilitário Ford F-4000 (1.394). Esses modelos representam a base do transporte de cargas e refletem o bom momento do setor logístico.
O resultado do semestre reforça a representatividade do mercado de usados como porta de entrada para a mobilidade no Brasil. Além de manter o giro do setor, ele absorve com eficiência a demanda reprimida por veículos acessíveis, especialmente em momentos de incerteza econômica e juros elevados.
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- Média diária de transferências: cálculo baseado no número de dias úteis do mês; reflete o ritmo real de vendas e trocas de titularidade no mercado.
- Seminovos e usados: veículos que já foram emplacados anteriormente, com preços mais acessíveis e alta rotatividade no varejo.
- IOF (Imposto sobre Operações Financeiras): tributo que impacta diretamente no custo de financiamentos e crédito para aquisição de veículos.
- Transferência de propriedade: processo legal e fiscal obrigatório para registrar o novo proprietário junto ao órgão de trânsito.