Os veículos híbridos, que incluem as versões convencionais (HEVs) e plug-in (PHEVs), ultrapassaram as vendas de modelos a gasolina na Europa em 2024, respondendo por 38% do mercado. A consolidação dessa motorização é impulsionada pela evolução tecnológica e pelo custo total de propriedade mais baixo, sendo 6,5% mais baratos que os carros a combustão interna (ICE) e 14% mais acessíveis que os elétricos a bateria (BEVs) com alta autonomia, segundo projeções do Departamento de Energia dos EUA (DoE).
Os veículos híbridos estão vivendo uma década de ouro, consolidando-se como protagonistas nas vendas automotivas do Ocidente, contrariando as previsões de que seriam superados pelos elétricos a bateria (BEVs).
Essa tendência é particularmente notável na Europa, onde em 2024 os híbridos (HEVs) e híbridos plug-in (PHEVs) representaram 38% das vendas de carros novos.
Pela primeira vez, os híbridos superaram os veículos movidos apenas a gasolina (conhecidos como ICE), que ficaram com 33,3% de participação no mercado europeu.
Embora fatores como a ansiedade de autonomia e a falta de confiança na infraestrutura de carregamento impulsionem a preferência pelos híbridos, o fator mais concreto e estrutural é o custo.
A vantagem do custo vai além do preço de compra inicial, destacando-se na análise dos custos totais ao longo da vida útil do veículo, que incluem abastecimento, manutenção, seguro e reparos.
Projeções do Departamento de Energia dos EUA (DoE) para veículos lançados em 2025 mostram que o custo médio total de propriedade em 15 anos é mais baixo para os híbridos convencionais.
O custo total estimado para os híbridos convencionais (HEV) é de US$ 82.800, enquanto os veículos a combustão interna (ICE) têm um custo de US$ 88.200.
Os híbridos plug-in (PHEV) são estimados em US$ 90.000, e os elétricos com autonomia de 480 km (BEV) em US$ 96.300.
Isso significa que um híbrido tradicional custa 6,5% a menos que um ICE e 14% a menos que um BEV com alta autonomia, uma diferença significativa.
A demanda por automóveis é sensível ao preço, e um estudo da Resources for the Future aponta que a cada aumento de 1% no preço de um carro, a demanda tende a cair 0,5%.
Mesmo com a métrica de custo total de propriedade, que é menos favorável aos híbridos do que o preço de compra, a estimativa é que a demanda por HEVs supere a dos ICEs em cerca de 3% e a dos BEVs em cerca de 7%.
Essa redução no custo dos híbridos é resultado da evolução tecnológica e da eficiência da engenharia automotiva ao longo dos últimos 20 anos.
Os híbridos utilizam motores menores e mais eficientes que os veículos convencionais, algo que a indústria soube explorar de forma eficaz.
O aprimoramento do design dos motores, a redução de peso, a otimização dos sistemas de refrigeração e o aumento da eficiência energética contribuíram para o sucesso dos híbridos.
Consequentemente, os híbridos oferecem não apenas menor consumo de combustível, mas também custos reduzidos de manutenção e reparo.
Paralelamente, as baterias e os motores elétricos também evoluíram, tornando-se mais duráveis, eficientes e compactos.
A integração entre o motor a combustão, a bateria e o motor elétrico está cada vez mais sofisticada, graças aos avanços em eletrônica e software.
Esse progresso contínuo e integrado resulta em uma redução consistente de custos e melhora na eficiência, uma combinação difícil de ser superada por outras tecnologias.
Apesar do forte crescimento dos híbridos, a tendência não é de domínio exclusivo, mas sim de um cenário de diversificação da motorização.
Cada tipo de motorização se adequará melhor a perfis de uso específicos, e a era do motor a combustão como solução universal está sendo superada.
Por exemplo, BEVs com baterias menores e autonomia de 320 km já têm um custo total de propriedade estimado em US$ 84.200, quase empatando com o HEV.
Em ambientes urbanos, onde a autonomia é menos crítica, os BEVs tendem a se tornar a opção mais econômica e viável.
Por outro lado, em mercados com infraestrutura de recarga limitada e onde a autonomia ainda é uma preocupação real, os híbridos continuarão a ser a escolha mais prática, acessível e demandada.
Nesse novo equilíbrio de mercado, impulsionado por eficiência, tecnologia e custo-benefício, os híbridos mostram que vieram para ficar.
A HORSE Powertrain, empresa da qual Matias Giannini é CEO, reforça essa visão, sendo líder mundial em soluções de propulsão híbridas e a combustão, com know-how industrial de décadas.
A HORSE Powertrain acredita que não existe uma solução única para a mobilidade sustentável, investindo em tecnologias que abrangem desde propulsões híbridas completas, híbridas plug-in até tecnologias a combustão, além de componentes como motores, caixas de câmbio e baterias.
A Horse Powertrain tem sede em Londres, no Reino Unido, emprega 19.000 pessoas globalmente e possui 17 fábricas e 5 centros de P&D.
O capital acionário da Horse Powertrain é dividido entre o Renault Group (45%), a Geely (45%) e a Aramco (10%).
Já a HORSE Technologies, que é fornecedora global de soluções de propulsão e parte da Horse Powertrain, emprega mais de 9.000 pessoas em oito plantas de fabricação e três centros de P&D em sete países, incluindo Curitiba, no Brasil.
Mecânica Online® – Mecânica do jeito que você entende.
Híbrido Convencional (HEV) – Veículo que combina um motor a combustão e um motor elétrico, sendo a bateria recarregada automaticamente pela energia gerada pelo motor a combustão ou pela frenagem regenerativa.
Custo Total de Propriedade (TCO) – Métrica financeira que calcula o custo total de um ativo (como um veículo) ao longo de sua vida útil, incluindo preço de compra, combustível, manutenção, seguro, impostos e desvalorização.
Eletrificação – Transição da indústria automotiva para veículos que utilizam motores elétricos, englobando carros híbridos e totalmente elétricos.
Motores a Combustão Interna (ICE) – Motores tradicionais que geram energia a partir da queima de combustíveis fósseis, como gasolina, etanol ou diesel.