A Lecar apresentou no Salão do Automóvel de São Paulo o novo conceito Tático, um utilitário híbrido-flex de porte médio com foco em uso misto urbano e fora de estrada, combinando postura de ‘jipão’, arquitetura nacional e sistema híbrido de autonomia estendida.
O Salão do Automóvel de São Paulo recebeu, nesta quarta-feira, a estreia do Lecar Tático, um conceito que antecipa a entrada da nova fabricante brasileira no segmento de utilitários robustos.
O modelo é um SUV híbrido-flex com design imponente, postura elevada e construção focada em resistência mecânica — elementos clássicos dos chamados “jipões”, reinterpretados pela marca sob uma proposta moderna, eficiente e energeticamente sustentável.
Com capacidade para cinco ocupantes, o Tático nasce com a ambição de se posicionar acima dos SUVs compactos e disputar espaço entre utilitários médios e médios-grandes.
A Lecar prevê versões 4×2 e 4×4, ampliando o leque de consumidores — de quem busca um utilitário espaçoso para uso familiar até o público que necessita de capacidade real para enfrentar trilhas, pisos irregulares e condições severas de rodagem.
O conjunto mecânico segue o mesmo conceito dos demais modelos apresentados pela Lecar: um sistema híbrido do tipo Range Extender, no qual o motor a combustão flex não traciona as rodas, atuando exclusivamente como alimentador de um gerador WEG. Esse gerador fornece energia ao motor elétrico HEPU Power de 165 cv, responsável por todo o deslocamento do veículo.
A arquitetura elimina a necessidade de recarga externa e prioriza autonomia — que, segundo a marca, pode chegar a 1.000 km utilizando apenas 30 litros de etanol.
Na apresentação, o CEO e fundador da Lecar, Flavio Figueiredo Assis, destacou o caráter “raiz” do conceito. Segundo ele, o Tático representa a leitura contemporânea dos utilitários clássicos: visual quadrado, posição de direção alta, vocação off-road e mecânica simplificada.
A diferença está na eficiência do sistema híbrido-flex, que reduz emissões e diminui custos de manutenção ao eliminar itens críticos dos motores tradicionais, como transmissão convencional, embreagem ou complexos sistemas periféricos.
O projeto prioriza robustez estrutural com um conjunto reforçado para enfrentar pisos irregulares. O veículo traz suspensão específica para alta resistência, ângulos adequados de ataque e saída e componentes dimensionados para enfrentar estradas ruins, trechos alagados e uso prolongado em ambientes hostis.
O interior, segundo a marca, segue filosofia funcional, com amplitude e versatilidade para acomodar diferentes perfis de uso — familiar, profissional ou recreativo.
Outro ponto destacado é o ecossistema de fornecedores 100% nacionais, com WEG e Horse integradas ao desenvolvimento da plataforma híbrida.
A estratégia busca fortalecer a indústria local, reduzir dependência tecnológica externa e criar soluções ajustadas às particularidades brasileiras, como abastecimento com etanol e uso severo em regiões de difícil acesso.
Flavio Assis reforçou que o conceito Tático é dirigido ao consumidor que deseja um SUV de alma off-road, mas que também exige eficiência energética e emissões reduzidas.
A proposta busca unir um comportamento de “jipão” tradicional à praticidade de um sistema híbrido que elimina a ansiedade de autonomia e facilita o uso cotidiano, sem depender de infraestrutura de recarga elétrica.
A Lecar se posiciona como uma marca que pretende causar disrupção na transição energética brasileira ao combinar eletrificação, etanol e produção nacional.
A empresa, que também desenvolve soluções de mobilidade e serviços financeiros integrados, aposta no Tático como um dos pilares de seu portfólio para os próximos anos.
A revelação no Salão do Automóvel marca mais um passo na estratégia da montadora de ampliar visibilidade, atrair investidores e preparar terreno para futuros modelos de produção.
A marca deve, nos próximos meses, apresentar novas etapas do desenvolvimento do Tático e detalhar possíveis configurações de performance, segurança e equipamentos.
Enquanto permanece como conceito, o Tático já acende um alerta no segmento. Caso chegue à produção com a proposta mecânica atual, o modelo poderá competir com SUVs de perfil robusto hoje dominados por importados, oferecendo uma alternativa nacional, híbrida-flex e com foco em autonomia — algo raro na categoria.
Com base no apelo off-road, na proposta energética e na construção reforçada, o Lecar Tático pode atrair tanto entusiastas quanto consumidores profissionais, especialmente em regiões de uso severo e ambientes rurais, onde autonomia, simplicidade mecânica e resistência são altamente valorizadas.
O desenvolvimento nacional, aliado ao uso do etanol como energia limpa, reforça a narrativa da Lecar de criar uma mobilidade pensada para a realidade brasileira. O Tático, mesmo como conceito, amplia o protagonismo da indústria nacional no cenário da eletrificação, apresentando soluções que combinam tecnologia e viabilidade prática.
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Arquitetura Range Extender
Neste sistema, o motor a combustão funciona exclusivamente como gerador. Ele alimenta um motor elétrico que traciona as rodas, eliminando câmbio e simplificando toda a cadeia mecânica. Essa solução reduz desgaste, melhora eficiência e mantém autonomia elevada sem depender de recarga externa.
Motor elétrico HEPU Power (165 cv)
Responsável por toda a tração, o motor elétrico entrega torque imediato, essencial para uso fora de estrada e arrancadas rápidas mesmo com carga. Em terrenos irregulares, o comportamento linear facilita controle e precisão.
Gerador WEG e motor flex Horse
A integração local permite maior controle de engenharia e peças sob medida para o etanol, ampliando durabilidade e reduzindo custos de reposição. A sinergia entre gerador e motor elétrico garante estabilidade da entrega de potência em qualquer condição.
Proposta off-road
O conjunto estrutural reforçado, ângulos de ataque e saída aprimorados e suspensão de curso elevado indicam foco real em uso severo. Diferente de SUVs urbanos, o Tático promete comportamento mais próximo de utilitários tradicionais.
Autonomia de 1.000 km com 30 litros
A combinação de eficiência elétrica e funcionamento em regime ideal do motor gerador reduz consumo e emissões. Essa autonomia impressiona especialmente considerando o porte e a proposta robusta do veículo.









