Hipercarro aposta em design atemporal, materiais exclusivos e filosofia analógica para redefinir a experiência de condução.
Criar um conceito que perdure é o eterno desafio de qualquer designer automotivo. Para a Bugatti, esse princípio orientador molda a marca há mais de 116 anos, garantindo identidade única a cada modelo. No capítulo mais recente, o desafio recaiu sobre a equipe responsável pelo interior do Tourbillon, que buscou unir tradição, inovação e a filosofia da atemporalidade.
Segundo Ignacio Martinez, Chefe de Design de Interiores da Bugatti, o papel do designer é projetar toda a cabine, desde os primeiros esboços até a produção, considerando não apenas o DNA da marca, mas também a criação de um tema compreensível e funcional.
O Tourbillon mergulha seus ocupantes em um universo de luxo e tradição, com materiais escolhidos para estimular os sentidos. A icônica linha central e o C-line da Bugatti convergem em uma nova forma na cabine, criando espaços distintos para motorista e passageiro. Tecidos exclusivos e couro macio compõem a abordagem chamada de “alta-costura automotiva”, que traduz o refinamento da moda para o universo dos hipercarros.
Além da estética, os designers precisaram atender às exigências práticas de segurança, conforto e desempenho. Isso incluiu a integração de airbags, posicionamento de cintos de segurança e comportamento em cenários de colisão, garantindo que o veículo fosse viável para uso nas ruas.
O nome Tourbillon homenageia uma inovação da relojoaria do século XIX, refletindo o conceito de atemporalidade. Para Frank Heyl, Diretor de Design da Bugatti, “assim como qualquer relógio precioso, um Bugatti precisa ser atemporal. Nesta era digital, decidimos investir em tecnologia analógica – onde a arte da relojoaria encontra a desintoxicação digital.”
Dessa forma, a interface homem-máquina foi concebida de forma deliberadamente analógica, minimizando o espaço digital. Os controles físicos oferecem qualidade excepcional em feedback tátil, enquanto a tela central permanece oculta até ser acionada.
O volante de cubo fixo, com comandos integrados e borboletas de câmbio, gira livremente ao redor do airbag central, representando uma proeza mecânica. O painel de instrumentos, totalmente analógico, foi desenvolvido em parceria com mestres relojoeiros suíços, destacando engrenagens e mecanismos visíveis em caixas de alumínio fresado e visores de cristal, remetendo à simplicidade mecânica dos Bugatti do início do século XX.
Essa conexão com a relojoaria reforça a filosofia de design da Bugatti: criar veículos que sejam atemporais, capazes de atravessar gerações sem perder sua identidade.
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Tourbillon (relojoaria) – Mecanismo criado para reduzir erros de medição em relógios, símbolo de precisão e atemporalidade.
Alta-costura automotiva – Filosofia que aplica o refinamento da moda de luxo ao design e acabamento de veículos.
Volante de cubo fixo – Solução mecânica em que o aro gira livremente ao redor do centro fixo, integrando controles e segurança.
