A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, completa em 15 de maio, domingo, 60 anos de atividades no Brasil. A entidade representa a indústria automobilística brasileira e reúne fabricantes de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e rodoviárias.
Fundada em 1956, a entidade contava com 8 associados – Ford, General Motors, VEMAG, Mercedes-Benz, Volkswagen, Willys Overland, International Harvester e Brasmotor. Na época, a indústria automobilística empregava 9,8 mil pessoas, produzia 30,5 mil veículos no Brasil, comercializava quase 31 mil e não exportava nenhum deles.
Atualmente a associação reúne 32 associados – AGCO, Agrale, Audi, BMW, Caminhões Metro-Shacman, CAOA, Caterpillar, CNH, DAF, FCA, Ford, General Motors, Honda, HPE, Hyundai, International, Iveco, Jaguar Land Rover, John Deere, Karmann-Ghia, Komatsu, Mahindra, MAN, Mercedes-Benz, Nissan, PSA, Renault. Scania, Toyota, Valtra, Volkswagen e Volvo Caminhões.
Após seis décadas, esta mesma indústria emprega mais de 128 mil pessoas e já produziu em anos recordes mais de 3,7 milhões de unidades, comercializou número superior a 3,80 milhões e exportou quase 900 mil veículos.
Na soma destes 60 anos de atividades da indústria no Brasil mais de 78 milhões de veículos saíram das fábricas brasileiras e 70 milhões foram comercializados.
Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, “esses números demonstram não somente a grandiosidade da indústria e sua capacidade produtiva, mas também a evolução que ela trouxe para o Brasil, com geração de renda e emprego, além de oferecer produtos que viabilizam o transporte de pessoas e de cargas, que mecanizam e elevam a produtividade no campo e que transformam em realidade o sonho do livre direito de ir e vir. Não é possível imaginar um País com representatividade no mundo sem a indústria automobilística”.
Realizações e conquistas – Durante este período, a indústria automotiva atravessou ciclos de crescimento e queda e também registrou enormes realizações e conquistas. No âmbito tecnológico é notória a importância do desenvolvimento dos veículos flex para o mercado brasileiro.
Hoje a tecnologia está presente em quase 90% dos licenciamentos de veículos novos e completa 13 anos de existência. “Este é um destaque extremamente importante para a engenharia brasileira e mostra a capacidade inovadora que nossos engenheiros têm para desenvolver a indústria local e transformar o Brasil em um dos grandes protagonistas no cenário mundial”, ressalta Antonio Megale.
O Brasil possui Centros de Pesquisa e Desenvolvimento capazes de criar veículos e plataformas que rodarão o mundo inteiro. Em um total de R$ 85 bilhões de investimentos anunciados por montadoras para o período de 2012 a 2018, cerca de R$ 15 bilhões terão foco em P&D e engenharia em razão do Inovar-Auto.
O programa é um marco importante para a indústria automobilística brasileira, pois, além de trazer aportes para a construção de novas fábricas e aperfeiçoamento das já existentes, permitiu incremento de pelo menos 12% no nível de eficiência energética dos produtos.
Para Megale, “o veículo que produzíamos em 2012 é completamente diferente do que entregamos hoje tanto em questão tecnológica, quanto em níveis de eficiência e conectividade. Temos hoje no Brasil veículos cada vez mais modernos e alinhados com o que vemos fora do país, ou seja, produtos mais globais”.
Um pouco de história – Como parte das celebrações dos 60 anos da Anfavea, desde o início do ano a entidade publica mensalmente na Carta da Anfavea – documento que contém os resultados do setor de autoveículos e de máquinas agrícolas e rodoviárias – a linha do tempo da indústria automobilística brasileira.
A história do setor automotivo no Brasil começa com a chegada dos primeiros veículos importados pela família de Santos Dumont, José do Patrocínio e Tobias de Aguiar. Pouco tempo depois, ainda no início do século XX, algumas empresas começaram a montar modelos em galpões e depósitos em São Paulo, SP.
Aos poucos, tais empresas deixaram de ser importadoras de veículos e se tornaram montadoras, com fábricas instaladas na Região do ABC, SP. Em 1952, o presidente Getúlio Vargas proibiu a importação de peças favorecendo a nacionalização da produção.
Nesta mesma época o governo cria a Comissão de Desenvolvimento Industrial e instala a Subcomissão de Jipes, Tratores, Caminhões e Automóveis, com o intuito de eliminar as importações de veículos e criar um polo produtivo local, um sonho dos pioneiros do setor capitaneados pelo Almirante Lucio Meira, ainda na gestão do presidente Getúlio Vargas.
A partir deste momento surgem os primeiros projetos de construção de fábricas de veículos e em 1956 ocorre a formação do Grupo Executivo da Indústria Automobilística, GEIA, um natural substituto à pioneira Subcomissão. Criado pelo então presidente Juscelino Kubitscheck, tinha como missão estimular em um prazo de 5 anos a produção local de veículos com alto índice de nacionalização.
E então surge a Anfavea para representar os fabricantes junto aos órgãos públicos e à sociedade. Nestes 60 anos de história, a entidade e seus associados buscaram mecanismos que estimulassem a indústria, gerando renda e emprego para o País.
À frente de todas as conquistas estão os presidentes: Manoel Garcia Filho (VEMAG), Lélio de Toledo Piza e Almeida Filho (VEMAG), Sebastião Dayrell de Lima (Simca), Oscar Augusto de Camargo (VEMAG), Mário Bernardo Garnero (Volkswagen), Newton Chiaparini (Ford), André Beer (General Motors), Jacy de Souza Mendonça (Autolatina), Luiz Adelar Scheuer (Mercedes-Benz), Silvano Valentino (Fiat), José Carlos da Silveira Pinheiro Neto (General Motors), Célio de Freitas Batalha (Ford), Ricardo Carvalho (Volkswagen), Rogelio Golfarb (Ford), Jackson Schneider (Mercedes-Benz), Cledorvino Belini (Fiat), Luiz Moan Yabiku Junior (General Motors) e atualmente Antonio Megale (Volkswagen).
Ações comemorativas – A entidade fará apresentações e palestras em universidades brasileiras por todo País. A iniciativa tem como objetivo entrar em contato com jovens universitários para retratar a história da indústria, além de conversar sobre temas que são frequentemente debatidos na sociedade.
Para Antonio Megale, “apesar de iniciarmos as visitas neste ano, em decorrência do aniversário da Anfavea, elas serão uma ação permanente da entidade. É fundamental mantermos relacionamento próximo com os jovens, que terão no futuro a responsabilidade de guiar o Brasil pelos caminhos do desenvolvimento e do crescimento”.