Em comemoração aos seus 25 anos de atuação no Brasil, a Umicore lança neste mês o livro “25 anos do Catalisador Automotivo e 30 anos do Proconve: Uma estratégia de sucesso”.
A publicação traz estudos técnicos e análises das principais contribuições que o trabalho da empresa e o programa trouxeram ao País.
Com o objetivo de reduzir os níveis de emissões de poluentes por veículos automotores e promover o desenvolvimento da indústria nacional, o Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores) permitiu que diversas tecnologias fossem implementadas para diminuir a incidência de gases tóxicos.
A utilização dos catalisadores foi a solução que mais agregou resultados positivos, contribuindo decisivamente para que a redução de emissões de CO, HC e NOx em veículos leves superasse a marca dos 95%.
“Para a Umicore é motivo de orgulho fazer parte da estratégia que resultou em ganhos tão significativos à indústria automotiva, com novas tecnologias, e ao meio ambiente, diminuindo drasticamente o nível de emissões de poluentes e gerando benefícios para a saúde da população sul-americana. Esse livro resume os esforços realizados ao longo desses anos e nos ajuda a prospectar ideias para que possamos continuar em constante evolução”, afirma Stephan Blumrich, vice-presidente e diretor da Umicore Brasil.
Veículos pesados – Os veículos pesados tiveram uma e stratégia diferenciada no início do Proconve.
Com o objetivo de viabilizar as mudanças tecnológicas em prazos maiores e priorizar a implantação das medidas nos ônibus urbanos, o Programa realizou, a princípio, o controle de fumaça, ação mais imediata e preparatória para as fases posteriores.
Já a partir de 1996, limites de emissões de CO, HC, NOx e material particulado foram exigidos de forma gradativa, ao mesmo tempo em que a qualidade do óleo diesel continuou a ser melhorada.
Esse foi o primeiro salto decisivo de qualidade, com o diesel S500 como combustível de referência, a partir de 1998. Em 2012, com a implementação da fase P7 do Programa, catalisadores SCR ou de oxidação passaram a equipar os caminhões e ônibus novos, medida que, juntamente ao gerenciamento eletrônico do motor e a utilização de diesel S10, permitiu atingir cerca de 80% de redução nas emissões.
Apesar dos avanços, ainda existe um grande potencial de melhoria em termos de controle das emissões para veículos pesados, que devem ser implantados através das próximas etapas do Proconve.
Qualidade do ar-De acordo com dados presentes no livro “25 anos do Catalisador Automotivo e 30 anos do Proconve: Uma estratégia de sucesso”, relatórios anuais de qualidade do ar da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) mostram que as violações ao padrão de qualidade do ar por monóxido de carbono (CO), poluente típico do impacto ambiental dos veículos leves, chegaram a cerca de 100 dias por ano na região metropolitana de São Paulo, tendo sido eliminados totalmente desde 2008.
Ainda conforme o estudo, até 1991 houve uma tendência natural de crescimento das concentrações de CO na atmosfera com o aumento da frota de veículos que ainda não tinham controle de emissões.
De 1992, quando os catalisadores começaram a ser utilizados, até 2004, observa-se uma forte diminuição de incidência desse poluente.
O período entre 2004 e 2007 é marcado pela estabilização de episódios agudos de CO, com leve acréscimo, que pode ser associado à expansão da frota.
Já a partir de 2008 há uma forte melhoria da qualidade do ar, sendo estabelecido um novo patamar graças ao programa de inspeção veicular implantado na capital paulista.
Todas estes ganhos podem ser associados a diversas iniciativas que, em conjunto, possibilitaram os resultados positivos. Como por exemplo, as ações para otimizar o tráfego (PCPTrans), o Programa de Inspeção e Manutenção da Cidade de São Paulo e o próprio Proconve.
Isso porque não houve alteração significativa nos fatores médios de emissão de CO por parte dos veículos após o período de estabilização em 2004, nem substituição de combustíveis que justificassem o estabelecimento de um novo comportamento da emissão de CO pela frota circulante.
Catalisadores -Os principais responsáveis pela melhoria na qualidade do ar, porém, foram os catalisadores. O uso do componente, considerado isoladamente das outras tecnologias, responde pela redução de mais de 70% das emissões de poluentes pela frota circulante em 2015.
Como a influência na frota foi progressiva, devido à evolução tecnológica e à sua renovação, esta mesma diminuição superou os 40% como média no período de 1992 a 2015.
Correlacionando as estimativas de queda em massa dos poluentes ao número de catalisadores vendidos no Brasil, é possível estimar que a contribuição média do catalisador em sua diminuição foi de 4,2 toneladas a cada 10 anos de funcionamento por veículo da fase L2 e de 1,1 toneladas para cada veículo L3, considerando a durabilidade de dez a quinze anos de vida útil, que equivale a 160 mil a 230 mil quilômetros, segundo estatísticas do Programa de Inspeção e Manutenção da Cidade de São Paulo.
O estudo demonstra também o custo-benefício das medidas tomadas e estima que foram reduzidos de 13 a 50 quilos de poluentes emitidos pelos automóveis por real investido na utilização dos catalisadores, dependendo do seu nível tecnológico.