A metrologia tem relação direta com a história da indústria. No início, equipamentos eram aplicados para dar suporte ao desenvolvimento de produtos, à manufatura de veículos e ao controle da qualidade.
Com a evolução das técnicas de desenvolvimento e produção e dos métodos de gerenciamento da qualidade, essa ciência se reinventou.
O homem provou que não está somente ligada ao controle, mas à conceituação do produto e ao gerenciamento da produção, num movimento contínuo de aplicações.
Na área da metrologia industrial há promessas de redução dos tempos de análise e das incertezas de medição. Novos métodos de avaliação estão sendo fortemente percebidos dentro das indústrias e têm ocupado muito o lugar das tradicionais práticas de medição por contato, especialmente nos processos de fabricação, que atuam cada vez mais com peças pequenas e de geometrias complexas.
Uma das últimas inovações tecnológicas aplicadas à metrologia dimensional é o sistema de medição integrado à linha de produção (in-line).
A integração das atividades de medição dentro do processo produtivo tem ocorrido em ritmo acelerado, visto que a indústria atual en¬frenta cenário de crescente aumento da competitividade e demanda por projetos com peças que possuem cada vez menores tolerâncias e maiores graus de complexidade.
Ao integrar um sistema de medição à linha de produção, obtêm-se vantagens operacionais que têm motivado a aproximação da tecnologia aos ambientes de produção.
Uma delas é o diagnóstico dimensional das peças, que pode ser realizado logo após a fabricação. Eliminam-se tempo e movimentação de peças para salas de medição off-line.
E mais: informações são atualizadas com a condição do processo produtivo, o que permite a detecção de eventuais desvios quase em tempo real.
Outra inovação é a chamada metrologia óptica 3D, recurso poderoso para o desenvolvimento e o controle dimensional de produtos.
Esta tecnologia apresenta muita versatilidade como a medição de materiais deformáveis, como objetos de espuma ou borracha flexível, que não podem ser medidos de forma segura com métodos convencionais como sistemas de apalpação ou por contato.
Desta forma, pretende-se preencher eventuais lacunas para alcançar dados consistentes e melhorar a posição das empresas no mercado com uma tecnologia do futuro.
Uma das vantagens da utilização desta tecnologia é a rapidez da avaliação do processo. São necessários apenas alguns cliques com o mouse para ter imediatamente uma primeira impressão integral da peça.
Mesmo usuários menos experientes podem obter uma visão geral e determinar uma tendência de desvio para o produto avaliado. Uma única operação de digitalização leva de dois a cinco segundos.
Vale ainda destacar o conceito MBD (Model Based Definition), que teve origem nas empresas aeronáuticas norte-americanas. A sua essência consiste em concentrar num único modelo CAD 3D todas as informações necessárias para a fabricação do produto, o que possibilita abolir desenhos em papel e qualquer representação em 2D. Facilita-se, assim, o gerenciamento das informações e atualizações, de modo a minimizar erros de comunicação.
Esses e outros assuntos serão apresentados e discutidos no Simpósio SAE BRASIL de Metrologia 2016, que fomentará o tema “Metrologia na Cadeia de Fornecedores da Indústria da Mobilidade”, e será realizado dia 30 de novembro, na Meritor, em Resende/ RJ.
* Vagner Sampaio é metrologista e membro da comissão organizadora do Simpósio SAE BRASIL de Metrologia 2016