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Polo Automotivo Jeep: marco da Indústria 4.0

A tão esperada transformação pela chegada do Polo Automotivo da Jeep, localizado em Goiana, Pernambuco, é visível pelas novas oportunidades de trabalho e também pelo conjunto de inovações que são apresentadas em seu processo produtivo.

Já são três anos de operação e os resultados são animadores. Em 2017 foram produzidos 179 mil veículos entre Jeep® Renegade e Compass e a picape Fiat Toro. No mesmo perímetro do Polo Industrial temos 16 empresas que formam o parque de fornecedores.

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Atualmente, desde a abertura do terceiro turno, o número de trabalhadores do polo subiu para mais de 13.600, sendo 4.850 colaboradores na planta automotiva Jeep, 5.660 no parque de fornecedores e outros 3.100 terceirizados.

A planta Jeep conta com um Centro de Processos dedicado à capacitação de funcionários focado na identificação e no desenvolvimento das habilidades individuais, onde são simuladas todas as operações presentes na linha de montagem real.

Durante o treinamento todos passam por um percurso de desenvolvimento no qual aprendem sobre a produção de veículos e as diversas áreas de competência do WCM, sistema de manufatura de classe mundial adotado globalmente no grupo FCA.

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Assim, é possível identificar habilidades e características pessoais de cada um, o que possibilita colocar a pessoa certa no lugar certo, além de criar um ambiente favorável para que cada funcionário possa contribuir para o aprimoramento dos processos com o estímulo à apresentação de ideias para a melhoria do trabalho.

Uma vez identificadas as funções dos novos colaboradores, eles são treinados intensamente de forma que, quando assumem seus postos de trabalho, já são experientes na operação, que conheceram em profundidade no Centro de Processos.

Em 2017, foram realizadas 775 turmas de treinamento dentro do conceito de WCM com mais de 2.500 participantes, entre novos contratados e profissionais que já faziam parte da equipe. No total, foram mais de 12 mil horas de treinamento no Polo Automotivo Jeep em 2017.

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Parque de Fornecedores integrado – Ocupando uma área de 270 mil metros quadrados no perímetro fabril, o Parque de Fornecedores é composto por 16 empresas que são responsáveis pela fabricação de 17 linhas estratégicas de produtos para a produção dos três modelos da FCA.

A formação do Parque de Fornecedores estabeleceu junto à planta linhas estratégicas de insumos e componentes, que impactam nos custos e riscos logísticos e na qualidade.

A integração também assegura maior flexibilidade ao processo produtivo, com a adoção dos sistemas just in time e just in sequence. Além disso, esta opção estreita e consolida ainda mais a relação com os fornecedores, permitindo o compartilhamento de processos.

Os investimentos no Parque de Fornecedores ultrapassaram os R$ 2 bilhões. Estão instalados lá fornecedores de conjuntos estampados e soldados, pintura, pelas injetadas de acabamento interno e externo, montagens (como bancos, mecanismos, suspensão, pneus/rodas, vidros, entre outros), além de sistemas complexos como painéis de instrumentos, sistema de arrefecimento do motor e ar condicionado.

Estão em andamento estudos para a implantação de um novo parque de fornecedores, em um raio de 20 quilômetros de distância do Polo Jeep. O novo empreendimento pode duplicar o número de fornecedores instalados na Zona da Mata Norte nos próximos anos.

Um polo exportador – Dos 179 mil veículos produzidos no Polo Automotivo Jeep em 2017, cerca de 35 mil foram exportados, principalmente para a Argentina, México, Caribe Peru, Colômbia e Costa Rica.

Modelo de industrialização – Instalando-se em uma região tradicionalmente ocupada pela monocultura da cana-de-açúcar, tornou-se o centro de um polo industrial e exportador, que gera empregos de qualidade. A instalação da planta e o lançamento da marca Jeep no Brasil constituem um caso de sucesso.

Sendo a planta mais moderna do grupo no mundo, o Polo Automotivo Jeep já nasceu dentro do conceito de Indústria 4.0, que é a fronteira da inovação da manufatura. É um conceito que está presente na FCA de forma global, orientando investimentos nas plantas da América Norte, América Latina, Europa, África e Ásia.

No Brasil, o marco da Indústria 4.0 foi a inauguração do Polo Automotivo Jeep, que iniciou suas atividades já com um grande conjunto de tecnologias digitais de ponta, além de todos os processos de produção possuírem intensa conexão entre pessoas, máquinas e sistemas.

A planta Jeep foi concebida utilizando ferramentas de simulação virtual de processos, equipamentos de última geração e soluções de ergonomia. É ainda totalmente integrada aos fornecedores e todos operam sob o mesmo sistema de comunicação em tempo real para garantir o fluxo logístico, reduzindo o nível de estocagem.

Pesquisa e desenvolvimento – Pernambuco também foi o local escolhido pela FCA para instalar um novo Centro de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Engenharia Automotiva. O centro é formado por quatro unidades de diferentes áreas de inteligência automotiva que trabalham em sintonia entre si e com os Centros de P&D grupo no Mundo.

Em Pernambuco, estão as seguintes unidades:

– Software Center: localizado no Porto Digital, é dedicado exclusivamente ao desenvolvimento de softwares automotivos para controle de motores e transmissão (powertrain) que proporcionam maior eficiência energética, redução do consumo de combustível e da emissão de gases, além de maior dirigibilidade, aprimorando o desempenho do conjunto motor-transmissão e melhorando a resposta aos comandos executados pelo motorista.  Esta é a primeira unidade da FCA com foco no desenvolvimento de softwares na América Latina.

– Projetos: é a unidade responsável pela concepção e elaboração dos desenhos dos componentes, motores e transmissões através de operações computadorizadas.

– Centro de Testes Veiculares: é o local onde os veículos destinados ao desenvolvimento (veículos não comerciais) e os protótipos, já com os componentes e softwares desenvolvidos previamente no Centro de Software e de Projetos, são testados, passando por avaliações no tráfego das ruas, análises de materiais e de sistemas nas oficinas, bem como ensaios nos laboratórios.

– Campo de provas: localizado no perímetro do Polo Automotivo Jeep em Goiana, o Campo de Provas permite o aprimoramento e a garantia do desempenho dos veículos da FCA ainda na fase de desenvolvimento. Por meio de tecnologias inovadoras, o Campo contribui para o processo de desenvolvimento de novos produtos em menor tempo e com maior precisão e resguardando o sigilo. Além disso, vai possibilita diversas simulações de condições às quais os veículos podem ser submetidos, avaliando itens como consumo de combustível, desempenho na frenagem e dinâmica veicular.

Sustentabilidade – De forma pioneira no setor automotivo na América Latina, o Polo Automotivo Jeep alcançou o selo de Carbono Neutro com o desenvolvimento de processos para reduzir e neutralizar emissões de gases de efeito estufa (escopos 1 e 2) geradas pela manufatura ao longo do ano de 2016, com amplo envolvimento dos empregados. O projeto é benchmark no Grupo FCA no mundo.

Para potencializar o engajamento, são realizadas capacitações para ampliar a capacidade perceptiva dos empregados em relação às possíveis perdas de energia e identificação de soluções. Para emissões não possíveis de serem eliminadas, realizou-se um plano para compensação, com o investimento proporcional em projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), geradores de crédito de carbono, cadastrados na ONU.

A planta, que utiliza energia de fonte 100% renovável, teve como desafio, para o ano de 2017, reduzir as emissões de GEE no comparativo com o ano anterior. Os fornecedores que mais contribuem para as emissões, como os procedimentos logísticos, também estão envolvidos no projeto.

Atualmente, o Inventário de Emissões, ano base 2017, está em processo de verificação, mas pode-se estimar que a quantidade total de Gases de Efeito Estufa foi reduzida em aproximadamente 9%, considerando o volume de produção.

Aterro Zero – A fábrica Jeep é a primeira planta do Nordeste a ser “Aterro Zero”. Desde outubro de 2015, 100% dos resíduos gerados são enviados para reciclagem e reutilização.

Em menos de dois anos de operação, o Polo alcançou a meta como resultado de esforços contínuos para o correto gerenciamento dos resíduos, seguindo a hierarquia dos 5Rs: Reuse, Reduza, Reutiliza, Recicle e Recupere.

Todos os resíduos gerados no Polo Automotivo Jeep, incluindo o Parque de Fornecedores, vão para a Ilha Ecológica, uma área de 3 mil metros quadrados onde os materiais têm destino certo.

Após triagem, compactação ou trituração, são enviados para reciclagem e reutilização. São 70 profissionais, em três turnos de operação, que atuam no gerenciamento de 6,4 mil toneladas mensais de 114 tipos de resíduos diferentes.

Um diferencial da Ilha Ecológica é a reciclagem de isopor. A tecnologia, criada pela FCA há 20 anos, reduz o volume do material 50 vezes. O isopor transforma-se em pequenas peças de plásticos que, enviados para uma empresa de reciclagem, são matéria-prima para a fabricação de canetas e capas de CDs.

Ainda, como resultado da metodologia do WCM, os processos de todas as unidades, seja industrial ou administrativa, são analisados detalhadamente para identificar soluções que gerem menos resíduos. Na unidade de Prensas, por exemplo, retalhos de chapas de aço passaram a ser reaproveitados. O material é transformado em peças menores que compõem as carrocerias. De resíduos, transformam-se em matéria-prima.

Paralelo aos avanços na manufatura, o trabalho da equipe de Meio Ambiente é intenso para ampliar, cada vez mais, os índices de reciclagem e reaproveitamento. Resíduos de tintas, por exemplo, passam por processos químicos e transformam-se em nutrientes usados na plantação da cana-de-açúcar.

Atualmente, são 27 contratos de destinação de resíduos. A maioria é de empresas da região. O “Aterro Zero” impulsionou no entorno do Polo o desenvolvimento da cadeia da reciclagem, com a criação de oportunidades de novos negócios.

Desde o início da operação, com a reciclagem de cerca de 1.500 toneladas de papelão, cerca de 300 mil árvores deixaram de ser cortadas.

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