Na perspectiva histórica de evolução das máquinas de construção, o período atual é de expressivo aperfeiçoamento dos equipamentos existentes e da exacerbação da eficiência dos produtos, descreveu o engenheiro Norwil Veloso, consultor da Sobratema e autor do livro Gerenciamento e Manutenção de Equipamentos Móveis, em palestra da Arena de Conteúdo, da M&T Expo, encerrada nesta quinta (29), em São Paulo.
“O momento é de máquinas muito mais confiáveis. No entanto, não vemos o surgimento de conceitos novos”, afirmou.
Segundo o palestrante, a invenção da polia (600 a.C.) pelos gregos marca o primeiro registro histórico das máquinas de construção.
A partir daí, segundo Veloso, surgiram os três pilares de evolução dos equipamentos: a invenção do pneu (1890), da hidráulica de baixa pressão em motores (1920) e de motores a diesel (1930).
Segundo Veloso, grande parte do desenvolvimento de máquinas para a construção, sobretudo guindastes e escavadeiras, deveu-se à intensificação da atividade portuária a partir da Revolução Industrial.
“A obra do Porto de Manchester, em 1875, foi a primeira na história a se valer da mecanização em larga escala”, contou. O último impulso em termos de novos maquinários, comentou, data dos anos 1950, década que considera “a de maior avanço tecnológico do setor”.
São dessa fase as primeiras escavadeiras hidráulicas e a maior evolução dos scrapers, equipamentos que depois foram substituídos pelo sistema escavadeira hidráulica e caminhão, considerado mais versátil e produtivo.
Outro registro interessante foi no pós-guerra, quando nos Estados Unidos usaram-se escavadeiras montadas sobre caminhões, reduzindo sobremaneira o tempo de montagem e desmontagem do equipamento a vapor, que exigia 280 homens/hora para o serviço.
A automatização é a solução para aprimorar o gerenciamento das etapas da construção.
O aumento da eficiência e o melhor gerenciamento de custos de projetos, procedimentos que cada vez mais devem balizar o dia a dia das empresas, têm por trás dois pilares fundamentais: a gestão Lean e a digitalização dos processos.
Os caminhos para se obter uma companhia mais eficiente e flexível foram demonstrados na palestra promovida na Arena de Conteúdo durante a M&T Expo 2018 – 10ª Feira Internacional de Equipamentos para Construção e Mineração, encerrada nesta quinta-feira (29), em São Paulo.
“A partir do momento em que se estrutura os processos com tecnologia Lean, consegue-se entender as etapas que são digitalizadas ou automatizadas”, explica Daniel Jardim, manager da Porsche Consulting.
Na área de construção civil, o consultor explicou como a Porsche tem auxiliado o setor a estar em dia com as novas tecnologias.
“Um dos projetos de digitalização que estruturamos usa a tecnologia de processos com Lean para controle de obras com tablets. Tradicionalmente, as construtoras trabalham muito com estoques que acabam se perdendo ou se deteriorando. Usando a digitalização, conseguimos melhorar muito os resultados dos clientes”, afirma Jardim.
Um dos projetos mais ousados da Porsche Consultoria no país, inclui a concepção do conceito de uma “fábrica do futuro”, que está sendo estruturado junto a um cliente do interior de São Paulo.
“Esse cliente vai contar com um fluxo de informação totalmente digitalizado. Resultado: trabalha-se com mais flexibilidade e menos estoque”, garante, afirmando que esse projeto será finalizado em 2019.
Baixo custo operacional é objetivo final de sistemas de telemetria, pontuou palestrante na M&T Expo.
Produtividade, disponibilidade e, sobretudo, baixo custo operacional diário são os três balizadores das ações da John Deere em relação a tecnologias de telemetria embarcadas em seus equipamentos voltados à construção.
Marcus Bicudo, responsável pelas áreas de marketing, vendas e suporte ao cliente da empresa, revelou tais estratégias de gestão em palestra na Arena de Conteúdo, da M&T Expo, encerrada nesta quinta-feira (29), em São Paulo.
Segundo Bicudo, os clientes da John Deere recebem o JDLink, uma das soluções desenvolvidas pela empresa, em todos os equipamentos novos com 5 anos de licença gratuita e conectividade via wi-fi, 3G e satélite (este último é opcional).
“A licença dá direito ao uso do site do sistema, ao aplicativo e a uma calculadora de manutenção integrada”, explicou.
O SAR, por sua vez, faz a interação com a máquina em tempo real.
Ele contou ainda que a empresa já entrega máquinas preparadas para receber plataformas abertas de sistemas de controle de nivelamento automático e de balanço de carga útil.
Na palestra, Bicudo anunciou mais uma novidade: a partir de 2019, o cliente que quiser poderá receber uma análise dos dados de telemetria, com apontamento de tendências e prevenções.
Veículos autônomos começam a ser projetados na área de mineração, aponta palestrante na M&T Expo
Sem condutores, os veículos autônomos são projetados de acordo com as necessidades de cada setor e já despertam o interesse da área de mineração, entre outros.
Ciente do potencial desse mercado a Scania constituiu um braço voltado ao desenvolvimento de projetos para a viabilização de veículos autônomos, a startup Lots Group.
As vantagens da utilização desses veículos sem condutores em vários setores da economia foram apresentadas em palestra na Arena de Conteúdo da M&T Expo 2018, encerrada nesta quinta-feira (29), em São Paulo.
Baseado na cidade de São Paulo, o Lots Group iniciou as suas operações neste ano e tem como foco a estruturação de projetos de veículos autônomos para transporte de carga em áreas como mineração, papel e celulose, agricultura, florestal entre outras.
“Estamos hoje analisando projetos de um total de 15 clientes de diferentes setores no Brasil. Cada setor tem suas particularidades, portanto, os clientes precisam de projetos específicos, que respeitem as suas necessidades”, explica Huber Mastelari, diretor geral da Lots Group da América Latina, acrescentando que já está entregando protótipos para a realização de testes em alguns clientes.
Segundos ele, o uso de combustíveis que não sejam nocivos ao ambiente é um grande apelo dos veículos autônomos.
“No Brasil, podemos utilizar diesel, biodiesel, biometano e álcool. Já na Europa, a tendência são os carros elétricos e híbridos. Ou seja, cada região tem a opção de utilizar o tipo de combustível que esteja mais à mão”, aponta o executivo.
Uma inovação que se encontra na fase de testes, na Europa, segundo ele, é a chamada Operação Comboio, que consiste em quatro veículos conectados por plataformas internas.
“Nesse modelo, o primeiro é o carro-guia ao qual os demais são conectados. Essa tecnologia de conectividade é obtida pelo Bluetooth interno. É um sistema que gera grande economia e tem tudo para se consolidar no mercado”, observa o executivo.