- Aporte de R$ 500 milhões na produção de novos motores turbo integra o maior ciclo de investimentos já feito pela FCA e fornecedores no Brasil – R$ 16 bilhões entre 2018 e 2024
- Mais 1.200 empregos serão gerados na FCA e em fornecedores com a nova fábrica de motores, que terá capacidade para 100 mil unidades/ano a partir de 2020
- Mais de 400 mil motores serão exportados a partir de Betim até 2022, principalmente para o mercado europeu
- Referência tecnológica no exterior, os novos motores GSE turbo a serem produzidos no Brasil ganharão ainda mais desempenho e alta eficiência energética ao incorporarem capacidade de operar com etanol
- FCA América Latina passa a contar com um dos maiores portfólios de motores e transmissões da FCA. Só no Brasil, serão quatro famílias: Fire, Firefly, Firefly Turbo e E.torQ, além dos importados Tigershark e Multijet turbodiesel
O Polo Automotivo Fiat, em Betim, vai receber a mais nova fábrica de motores GSE Turbo da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) no mundo.
A decisão de localizar em Minas Gerais a nova unidade de produção foi anunciada hoje pelo CEO mundial da FCA, Mike Manley, e pelo presidente/COO do grupo para a América Latina, Antonio Filosa, durante solenidade que contou com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e convidados.
- Publicidade -A FCA e seus fornecedores vão investir R$ 500 milhões para instalar a nova unidade de motores e para dotar os novos propulsores de capacidade flex, operando simultaneamente com etanol e gasolina.
Esse aporte amplia para R$ 8,5 bilhões os investimentos programados pela FCA e fornecedores para o Polo de Betim até 2024 – o que representa o maior investimento da FCA em Betim desde a inauguração da fábrica, em 1976.
Entre 2018 e 2024, a FCA e fornecedores planejam um investimento de R$ 16 bilhões no Brasil – o maior do grupo e seus fornecedores no país em todos os tempos.
- Publicidade -A nova fábrica de motores vai gerar 1,2 mil empregos adicionais, entre FCA e fornecedores, e transformará Betim no maior polo produtor de motores e transmissões da América Latina, com capacidade de produção de 1,3 milhão de unidades por ano a partir de 2020 (data de início da produção dos turbos).
A nova unidade partirá com capacidade de produzir 100 mil propulsores turbolimentados por ano, mas já nasce predisposta à expansão da produção.
Os novos investimentos ampliam também a capacidade exportadora do Polo Automotivo Fiat, que já tem contratado o embarque de mais de 400 mil motores até 2022.
- Publicidade -O destino inclui vários mercados, principalmente o europeu.
“A FCA sempre acreditou no Brasil e enxerga com grande otimismo o empenho do governo em aprovar as reformas estruturais tão necessárias para a retomada do crescimento econômico e para a melhoria da competitividade”, afirma Manley.
“Fiz questão de visitar o Brasil neste momento para reforçar nossa confiança na agenda das reformas e confirmar os investimentos adicionais em Betim, que é uma planta em que temos investido muito nos últimos anos por sua importância estratégica para as operações da FCA na região.”
“Os sólidos resultados apresentados pela América Latina nos últimos trimestres, o potencial de crescimento do nosso mercado e, em especial, a versatilidade e alta qualificação da mão-de-obra brasileira foram fatores fundamentais para trazer esse investimento ao Brasil, que disputava com outros países a possibilidade de receber a nova fábrica de motores turbo”, comenta Filosa.
A nova família de motores turbo a serem produzidos em Betim – os já consagrados mundialmente GSE T3 e T4 e o novíssimo E4, de patente desenvolvida no Brasil, com inovadora tecnologia turbo voltada apenas à combustão de etanol – terá papel fundamental na expansão e diversificação da gama de veículos da FCA na região.
A companhia programa 25 lançamentos até 2024, entre novos modelos, atualizações de veículos em linha e séries especiais.
Em Betim, está planejada a produção três novos modelos a partir de 2020. Dois deles marcam a entrada da Fiat no segmento de SUVs, que é o que mais cresce no mercado brasileiro.
“Serão veículos que vão chamar a atenção pelo design, desempenho, tecnologia embarcada e nível de conectividade”, destaca Filosa.
Ainda na cerimônia de anúncio do investimento na nova fábrica de motores, a FCA e o governo do Estado de Minas Gerais firmaram planos de cooperação para um amplo programa voltado à educação e capacitação em Engenharia Automotiva.
O plano inclui programas de escopo, profundidade e duração variados – desde experiências introdutórias às mais modernas práticas em Engenharia Automotiva até programas de residência tecnológica e pesquisa aprofundada para mestrandos e doutorandos.
Os objetivos principais do programa são estreitar os laços da FCA com a comunidade acadêmica e ajudar a qualificar as novas gerações de engenheiros e técnicos para as constantes evoluções em curso na indústria automotiva.
“Queremos consolidar as diversas iniciativas que mantemos com entidades educacionais estratégicas do Estado e criar um programa amplo e coordenado, que possa incluir novos parceiros e beneficiar ainda mais estudantes”, comenta o COO, ele mesmo um engenheiro automotivo de formação.
“O programa também reforça a competitividade de polo mineiro de autopeças, um dos maiores da América Latina.”
Também durante o evento foi assinado termo de cooperação técnica entre a FCA e a Gasmig – concessionária exclusiva de distribuição de gás natural do Estado de Minas Gerais – para a promoção e incentivo ao uso do GNV e biometano como combustível veicular.
A Fiat conta em sua gama com o Grand Siena GNV, veículo que sai de fábrica predisposto para a utilização do gás natural como combustível.
Motores turboalimentados de três e quatro cilindros-A nova planta produzirá os motores GSE Turbo de três e quatro cilindros, batizados de T3 e T4, que se destinam a equipar o topo da gama de veículos atual e futura da FCA.
Estes propulsores vêm completar a família Firefly, que foi lançada mundialmente em 2016 a partir de Betim.
Os motores T3 e T4 têm as mesmas cilindradas dos motores Firefly N3 e N4, mas ganham ainda mais versatilidade e potência graças à sobrealimentação.
Foram introduzidas novas tecnologias para garantir desempenho e consumo de combustível alinhados com as expectativas de mercado, já atendendo às mais exigentes normas de emissões que serão adotadas a partir da próxima década.
Os novos motores combinam mais desempenho com menor consumo. Suas principais características são:
– Bloco de alumínio com alta rigidez estrutural;
– Câmara de combustão com 4 válvulas por cilindro, alinhado com a exigência do sistema turboalimentado;
– Injeção direta de combustível;
– Sistema MultiAir de última geração, com controle eletrônico das válvulas de admissão;
– Coletor de descarga integrado ao cabeçote;
– Sistema de arrefecimento misto água/ar integrado no coletor de admissão para refrigerar o ar aspirado;
– Bomba de óleo a cilindrada variável;
– Turbo controlado eletronicamente.
Os motores a serem produzidos em Betim ganharão ainda mais tecnologia e capacidade flex: serão capazes de queimar etanol e gasolina, separados ou misturados em qualquer proporção, além da compatibilidade de materiais de alguns componentes aos combustíveis latino-americanos, como por exemplo os injetores, válvulas e sedes de válvulas e anéis.
“Todo o trabalho de desenvolvimento desses novos materiais e componentes, bem como a capacidade de trabalhar com etanol e gasolina, já estão em andamento para que os novos propulsores cheguem ao mercado até o final de 2020, equipando modelos da FCA”, explica Aldo Marangoni, diretor de Powertrain da FCA para a América Latina.
Com a chegada dos motores GSE Turbo, a FCA passa a ter uma das maiores gamas de propulsores na América Latina.
Em Betim (MG) são produzidos os motores Fire 1.0 flex e 1.4 gasolina e flex, Firefly 1.0 flex e 1.3 gasolina e flex, além danova família GSE Turbo, flex e gasolina.
A planta de Campo Largo (PR) vai continuar a produzir os motores E.torQ 1.6 (gasolina, exportação) e 1.8, nas configurações gasolina e flex.
Turbo e4: NOVO PATAMAR PARA MOTORES A ETANOL-A Engenharia de Powertrain da FCA na América Latina é uma das maiores especialistas em propulsores flex do mundo.
Não se trata apenas de calibrações ou de ajustes em motores importados, mas de toda uma cadeia de engenharia de desenvolvimento.
A chegada dos novos motores GSE Turbo será a base para acelerar o desenvolvimento de um revolucionário propulsor, por enquanto chamado de E4, que irá elevar os motores a etanol a um outro patamar de aproveitamento energético.
Trata-se de um motor concebido para uso otimizado do etanol, baseado na arquitetura do T4.
O objetivo é reduzir o gap de consumo do etanol em relação à gasolina, que é de 30% atualmente, para obter um motor de alta eficiência energética e baixo impacto ambiental.
A FCA está utilizando tecnologias muito inovadoras nesse projeto, algumas das quais desenvolvidas em Betim.
O emprego do etanol na matriz energética da propulsão é uma vantagem comparativa do Brasil, que conta com tecnologia e condições climáticas para a produção competitiva do etanol a partir da cana-de-açúcar, além de estrutura altamente eficiente de distribuição do combustível.
O etanol é uma alternativa compatível com os objetivos de redução das emissões de CO₂ da frota, já que a maior parte deste gás emitido para a atmosfera no processo de combustão do motor é capturado de volta pelas folhas da cana-de-açúcar através do processo de fotossíntese, contribuindo para redução das emissões dos gases de efeito estufa.
Indústria 4.0 JÁ É REALIDADE-A decisão de localizar a nova fábrica de motores turbo em Minas Gerais foi decorrente de várias vantagens comparativas da fábrica de Betim.
“Essa planta tem uma forte cultura industrial de motores e transmissões e também muita sinergia com as linhas de produção de outras famílias de motores”, observa Claudio Rocha, diretor de Manufatura de Powertrain da FCA para a América Latina.
Ele também destaca a eficiência logística propiciada pela instalação da planta de motores no mesmo perímetro industrial da produção de automóveis.
A linha de produção dos motores GSE T3 e T4 já nascerá em ambiente da Indústria 4.0, de forte conexão entre pessoas, máquinas, dados e inteligência artificial.
Os novos motores serão produzidos no mais avançado processo de manufatura e estarão credenciados para competir nos mais exigentes mercados globais.
Com capacidade para fabricar 100 mil propulsores por ano, a nova planta reunirá todas as etapas produtivas do motor, desde a usinagem do bloco e cabeçote até as linhas de montagem.
Todo o processo é conectado a uma central de gerenciamento, no melhor exemplo de interação entre pessoas, máquina e dados.
Na nova unidade, serão aplicadas as melhores práticas industriais globais da FCA, para entregar ao mercado motorizações que são 100% testadas, após cada etapa de manufatura.
A precisão do processo de fabricação permite a completa rastreabilidade de cada componente montado.
Haverá incremento da aplicação de robôs colaborativos, sistemas avançados de visão para o controle do processo e incremento das tecnologias para otimizar o consumo de energia.
“A melhor tecnologia disponível no grupo globalmente será aplicada a esta fábrica, a fim de assegurar a qualidade dos motores produzidos”, afirma Rocha.