A energia eólica, derivada da força dos ventos, é uma das mais promissoras fontes renováveis de energia. Trata-se de uma tecnologia moderna, que já é adotada em países como Dinamarca, Espanha e Índia. “A Califórnia também está investindo em energia eólica”, diz o engenheiro químico Adilson Oliveira, da UFRJ.
No Brasil, os investimentos começaram há alguns anos, e tendem a crescer bastante. “A primeira turbina de energia eólica do Brasil foi instalada em Fernando de Noronha, em 1992, com 75 kW de potência”, diz o físico Guilherme Moreira, da ANP. No entanto, atualmente, é no estado do Ceará que o uso da fonte se destaca: o parque eólico instalado no estado tem 15.000 kW de potência.
As turbinas geradoras de energia eólica contam com um rotor composto por um cilindro e pás que podem ter eixo vertical ou horizontal. “As de eixo vertical têm menor potência e são menos usadas”, explica Moreira.
Essas turbinas são instaladas em pequenos grupos de 4 ou 5 ou em fazendas eólicas, voltadas para a geração de energia. Sua instalação não impede o uso do solo para a agricultura, embora a rugosidade gerada pelo plantio possa ser prejudicial ao funcionamento das turbinas.
Embora tenha um impacto ambiental muito menor que o das fontes convencionais, a implantação de parques eólicos requer alguns cuidados. “É necessário prestar atenção à rota migratória de aves para que elas não sejam atingidas pelas pás giratórias”, alerta Ricardo Rüther, do Labsolar/UFSC.
O ruído gerado pelas turbinas também é um problema. O barulho atinge cerca de 50 decibéis para turbinas de grande porte, enquanto o máximo aconselhado para o ouvido humano é 40 decibéis. É recomendável, portanto, que não haja moradias em um raio de 200 metros em torno das turbinas geradoras. O problema, porém, está sendo solucionado. “Hoje, os sistemas já permitem uma menor emissão de ruído”, explica Moreira.
Mapa preliminar de ventos do Brasil
Assim como a energia solar, a eólica pode ser uma solução para a eletrificação de zonas rurais remotas. “A energia fornecida a Jericoacoara (CE) tem essa origem”, diz Rüther. Segundo ele, o Brasil tem um grande potencial para gerar energia a partir do vento.
“É possível inclusive utilizar sistemas híbridos de energia solar e eólica”, explica. Hoje, o potencial mais conhecido é o da costa brasileira, sobretudo no Nordeste. No entanto, um mapa completo da velocidade e direção dos ventos no país está sendo preparado pelo Labsolar. “São necessários vários anos de medições para isso”, diz Rüther. “A questão é que não basta saber se há ou não vento”, pondera Oliveira. “É preciso ter constância.”