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A indústria no caminho do controle total

“Sem mãos”! Com esta eloquente exclamação começa a 25ª das 127 “profecias” de Richard E. Morley sobre o desenvolvimento industrial nos próximos 20 anos. Com a autoridade de quem inventou o CLP – Controlador Lógico Programável e detém outras 20 patentes industriais, ele aponta em seu livro “The Technology Machine” para o fato de que a presença física do homem nas fábricas será progressivamente dispensável.

Cada nova geração de máquinas aparece mais enclausurada e cada nova fábrica construída, por sua vez, se assemelha a uma grande máquina, igualmente enclausurada, na qual a produção depende cada vez menos da presença humana.

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Na perspectiva da instrumentação e controle, este prognóstico, em seu sentido mais amplo, significa que os processos produtivos e o desempenho das máquinas já estão muito além da capacidade dos sentidos humanos. Mesmo aquele “olhar de águia” não pode acompanhar e conferir, por exemplo, as 2.000 garrafas por minuto que deslizam nas esteiras da fábrica Perrier, em Vergèze, França, ou as centenas de pílulas por segundo que uma máquina pode envelopar nas indústrias farmacêuticas de ponta.

Entre os processos de produção, as maquinas e o homem, está se interpondo um sistema de instrumentação e controle que percebe, mede, identifica problemas e depois os coloca diante do homem, numa escala que os sentidos humanos podem perceber. É assim com todas as variáveis – calor e todas as formas de energia, pressão, velocidade, durezas, formas e dimensões, tudo tem a intermediação de instrumentos, cada vez mais inteligentes. Suas últimas gerações não apenas medem mas também processam as soluções e os ajustes para corrigir os desvios verificados.

As consequências sociais desta tendência tecnológica são conhecidas, mas é preciso admitir que ela é consequência inevitável do exercício da inteligência humana que em todos os campos procura os mesmos valores.

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O que fazem os engenheiros, desenhistas, projetistas, cientistas dedicados à tecnologia senão procurar leveza, rapidez, exatidão, visibilidade, multiplicidade. E não estamos falando aqui de novas propostas de um recém-eleito guru da gestão industrial mas das cinco virtudes que o poeta e escritor Italo Calvino, tomou como temas centrais para o curso que daria em 1985, na Universidade de Harvard, sobre os valores que a literatura deveria cultivar para o novo milênio. Quinze anos antes dele chegar.

O que faz um projetista diante do desafio de uma nova máquina ou de um novo produto, senão esforçar-se para minimizar-lhe o peso, tal como confessava Calvino sobre seu exercício de escritor: “… no mais das vezes, minha intervenção se traduziu por uma subtração de peso…

Esta breve divagação serve para mostrar que o desenvolvimento tecnológico segue o mesmo impulso quando propõe máquinas e fábricas cada vez mais compactas, mais rápidas, mais leves, versáteis a ponto de produzir múltiplas soluções para o mesmo problema.

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Embora esta tendência conduza às máquinas e fábricas mais enclausuradas, a leitura de seus desempenhos será feita em tempo real, de forma mais exata – graças ao desenvolvimento acelerado da instrumentação.

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