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Estudo projeta os desafios para o triênio 2015-2017 no setor automotivo

A MA8 Management Consulting Group, uma das mais especializadas consultorias no setor automotivo no Brasil, acaba de concluir um estudo sobre as perspectivas para os próximos anos. Na opinião de Orlando Merluzzi, presidente da consultoria, “a preocupação da indústria nacional com a efetivação e retorno de seus recentes investimentos no País, apenas tem sentido no curto período de ajuste da economia nacional, mas não se justifica como alarde quando analisada sob um horizonte mais longo, de forma combinada com importantes fatores externos”.

Ao elaborar uma análise detalhada sobre o setor, a MA8 aponta uma nova ordem de fatores e influências na produção e vendas de veículos no Brasil. “Não se pode fazer projeções futuras no setor automotivo brasileiro sem olhar para a economia da China, levando-se em conta que a influência argentina no setor perderá relevância”, comenta Merluzzi.

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No estudo elaborado pela MA8, a economia brasileira será impulsionada por uma nova expansão da economia chinesa e o setor automotivo é o termômetro do crescimento e o fusível de rompimento. “A evolução do setor automotivo reflete diretamente a força de cada economia. Nos últimos anos a China representou quase um terço do superávit da balança comercial brasileira e a vantagem em favor do Brasil para projeções futuras é que o potencial de crescimento da China é extraordinariamente superior ao de qualquer outro país no mundo”, diz Merluzzi.

O estudo da MA8 Consulting traça um comparativo nos últimos quinze anos com dados econômicos, comércio exterior, commodities, produtividade e faturamento por empregado, com a demonstração dos números relacionados à gestão, rentabilidade e expansão de fábricas e redes de concessionárias, como itens de fundamental importância para a compreensão do passado, além de analisar os desafios presentes do setor automotivo brasileiro e fazer assertivas projeções para o futuro. O estudo, inédito no Brasil, utiliza critérios exclusivos de projeção, sob um método próprio de ajuste da sazonalidade política, econômica e mercadológica.

O embasamento do estudo compreende a década de maior expansão dos negócios automotivos no País e, não por acaso, o momento em que o mundo assistiu a um exponencial crescimento econômico chinês, o qual beneficiou largamente o Brasil no comércio exterior, “termos de troca” e balança comercial. “A China foi o motor da economia mundial durante a década passada e o Brasil se beneficiou diretamente disso. Eles assumiram a liderança mundial em produção no setor automotivo, chegando a vender o dobro do volume dos Estados Unidos e hoje, as principais montadoras mundiais produzem na China por escala, mercado e necessidade”. A China fabrica quase um veículo por segundo e em 2014 atingiu a marca de 23,5 milhões de unidades.

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De acordo com Orlando Merluzzi, há claros sinais de que a economia chinesa terá uma segunda onda de crescimento a partir de 2017. “O presidente chinês Xi Jinping prometeu que dobrará o PIB de seu país até 2022 e quando um líder chinês assume um compromisso, dificilmente ele deixa de cumprir. Com uma taxa média de crescimento anual em torno de 7,5%, a promessa se tornará realidade”.

Merluzzi afirma que “há uma nova China a ser construída dentro da própria China nos próximos anos” e esta expansão vai impactar direta e positivamente a economia brasileira. “Serão demandadas novamente as commodities minerais e agrícolas. Mesmo que a China cresça abaixo de 7,5% a.a., há mais de 1 bilhão de pessoas para serem alimentadas naquele país. O Brasil caminhará no ritmo das exportações agrícolas, enquanto a China ditará a valorização dessas commodities”.

Na opinião de Merluzzi, os próximos anos para o setor automotivo dependerão também dos movimentos da China, além de fatores como endividamento das famílias, restrições de crédito, taxas de juro, inflação, desemprego, produtividade, capacidade instalada, política monetária e investimentos diretos no setor, que segundo ele, devem ficar congelados por um período, pelo menos os investimentos externos.

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“Os próximos três anos serão de ajustes e turbulências no setor automotivo, com alguns picos de euforia seguidos de vales depressivos e efeitos colaterais”, completa o consultor.

Considerando todos esses fatores, o estudo da MA8 indica que a produção de veículos no País (excluindo motos e máquinas) atingiria cinco milhões de unidades no início da próxima década, com uma segunda onda de crescimento da China no mundo a partir de 2017. Isso representa um crescimento médio anual de 5,6% para o setor no Brasil.

Desafios a curto prazo – Outro ponto importante do estudo, que também aponta caminhos para amenizar os efeitos do ajuste, refere-se aos desafios que as montadoras enfrentarão nos próximos três anos, a começar por manterem seus fornecedores saudáveis.

Deverão considerar o aumento de custos variáveis de produção e as demandas sindicais por aumentos de salários e manutenção de empregos. A MA8 indica que as montadoras terão que fazer ajustes inevitáveis em seus quadros e haverá necessidade de uma revisão incisiva sobre custos fixos e estruturais. “É possível que tenhamos até o enxugamento de algumas operações no País”, afirma o consultor.

Um dos principais desafios para as montadoras na cadeia automotiva será o de manter a rede de concessionárias operante e saudável, gerenciar sua capitalização, além de administrar a pressão do mercado competidor para um reposicionamento de preços, para baixo. Tudo isso resultará em menor rentabilidade, índice que regularmente vem caindo nos últimos anos. “As montadoras que melhor cuidarem de suas redes de concessionárias durante o período de ajuste econômico sairão mais fortes na retomada do mercado”.

Na opinião de Orlando Merluzzi, a gestão, capitalização e motivação das redes de concessionárias são os elementos chave para sustentação do setor durante os próximos anos. Mas alerta que, essa responsabilidade não é somente das montadoras e os próprios grupos concessionários devem prioritariamente, rever suas estruturas, operações e governança corporativa. O executivo finaliza dizendo que uma ação conjunta entre Governo, entidades patronais e sindicais poderá amenizar o efeito da retração no setor a partir de 2016, mas a saída não está apenas na redução de impostos, mas também na viabilização do crédito em programas de renovação de frota que atinjam os veículos usados e seminovos. O processo de renovação de frota deve ser integrado entre veículos seminovos e veículos zero quilometro.

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