Setores não automotivos serão os principais responsáveis pelo desenvolvimento dos negócios neste ano – A Bosch, uma líder global no fornecimento de tecnologias e serviços, prevê que suas vendas na América Latina registrem um moderado crescimento em 2015, diante do ambiente econômico desafiador.
Em 2014, o volume total de vendas líquidas do Grupo Bosch na região atingiu 4.9 bilhões de reais incluindo as exportações e as vendas das empresas coligadas, o que representa uma redução de 4% em relação ao ano anterior.
“No ano passado, o cenário econômico desfavorável do Brasil afetou o desempenho dos negócios na região, principalmen te no segmento automotivo. Por outro lado, os setores de Bens de Consumo, Energia e Tecnologia Predial e Tecnologia Industrial se mantiveram como os principais impulsionadores dos negócios da empresa na América Latina”, ressalta Besaliel Botelho, presidente da Robert Bosch América Latina.
As operações do Grupo Bosch no Brasil foram responsáveis por 85% do volume de vendas na América Latina, atingindo 4.2 bilhões de reais, sendo 22% gerados a partir das exportações. Os mercados da América Latina, Estados Unidos e Europa continuam a ser os principais destinos dos produtos e serviços da Bosch na região.
Perspectivas dos negócios para 2015 na América Latina – Em 2015, a Bosch projeta um crescimento moderado na América Latina alavancado, principalmente, pelo aumento das exportações graças à taxa de câmbio favorável, bem como pelo desenvolvimento contínuo dos negócios não automotivos.
Um bom exemplo é o negócio de termotecnologia com a marca Heliotek, fabric ante de sistemas solares e bombas térmicas para aquecimento de água para uso em residências, que registrou um crescimento das vendas de 20% no ano passado e a expectativa é manter o bom desempenho neste e nos próximos anos devido à maior conscientização do consumidor por soluções com foco em eficiência energética.
Entretanto, é importante ressaltar que a atual situação econômica da região, em especial do Brasil e da Argentina, impõe uma série de desafios para as empresas, incluindo a Bosch. Os crescentes aumentos de encargos, tais como impostos, assim como o excesso de regulamentações impactam na atual queda de demanda, especialmente no segmento automotivo.
“Pedimos que o governo brasileiro atue com agilidade para superar estes entraves de forma sistêmica e com visão no longo prazo. Consideramos importante também o esforço do Ministro da Fazenda com foco no ajuste fiscal”, afirma Botelho.
Potencial de crescimento com “Tecnologia para vida” – Graças ao excelente potencial de crescimento, a América Latina como um todo e, sobretudo o Brasil, é uma região estratégica para a Bosch. A América do Sul tem cerca de 450 milhões de habitantes, sendo que 200 milhões estão no território brasileiro, com idade média baixa e com poder de compra em crescimento.
Com isso, a empresa espera um aumento na demanda por “Tecnologia para vida”, ou seja, produtos e serviços para maior eficiência energética, redução de emissões de CO2 e que proporcionem mais conforto, segurança e conectividade.
A estratégia de oferecer tecnologias e soluções de várias divisões de negócios para projetos nos setores de mineração, edifícios comerciais e para as indústrias de petróleo e gás se provaram consistentes e continuarão a ser uma importante alavanca de crescimentoh na região.
Neste contexto, a empresa conta atualmente com mais de 200 importantes projetos e a expectativa é continuar crescendo neste negócio. “Com a nossa estratégia de longo prazo, temo s a expectativa de dobrar as nossas vendas na América Latina até 2020”, ressalta Botelho.
Investimentos – alavanca para o contínuo crescimento – Nos últimos 10 anos, o Grupo Bosch investiu mais de 2,2 bilhões de reais em suas operações na América Latina. A empresa está constantemente orientada ao desenvolvimento e à competitividade de suas unidades fabris brasileiras.
Em 2015, a Bosch planeja investir cerca de 100 milhões de reais na região, principalmente na modernização de suas linhas de produção. De acordo com o presidente da Bosch, esses aportes permitirão intensificar a estratégia da empresa de “local for local” não só para produção e compras de insumos, mas também na engenharia para atendimento aos seus clientes locais.
Apesar do atual ambiente econômico desafiador, a empresa espera que o mercado automotivo obtenha um crescimento no longo prazo. Acima de tudo, a demanda por tecnologias automotivas está aumentando no Brasil – em média, um em cada cinco brasileiros possui atualmente um carro.
Além disso, o governo brasileiro acaba de publicar uma regulamentação que visa complementar o Inovar-Auto por meio da concessão de créditos de eficiência energética para a tecnologia Start/Stop, além dos sistemas de controle da grade frontal, de indicador de troca de marchas e de monitoramento de pressão dos pneus.
“Com essa nova regulamentação, acreditamos que a tecnologia Start/Stop será expandida para outras plataformas de veículos nacionais além do Novo Uno – o primeiro veículo brasileiro equipado com o sistema – e estamos prontos para apoiar os nossos clientes tanto na engenharia quanto na fabricação”, ressalta Botelho.
Tecnologias que proporcionam mais segurança também estão se tornando tendência na região. A Argentina e o Equador já identificaram que o ESP® é uma solução efetiva para reduzir o número de acidentes nas rodovias. A partir de 2018, o sistema se tornará equipamento de série em todos os novos veículos licenciados nestes países.
No Brasil, a instalação do ESP® tem crescido a cada ano, inclusive nos veículos de entrada. Desde 2013, a Bosch produz o ESP® geração 9 em sua unidade fabril, em Campinas, com o objetivo de atender as demandas dos clientes da região.
Globalmente, o Grupo Bosch completou a aquisição da ZF Friedrichshafen AG na joint venture que mantinha com a ZF Lenksysteme Gmbh. Isto significa que a Bosch possui agora todas as ações da joint venture, que anteriormente eram 50% Bosch e 50% ZF.
A empresa será incorporada ao Grupo Bosch como uma nova divisão, sob o nome de Robert Bosch Automotive Steering GmbH, uma líder na fabricação de modernos e eficientes sistemas de direção elétricos assistidos. A direção elétrica é a base da tecnologia necessária para realizar uma série de sistemas de assistência ao condutor, bem como a direção autônoma. No Brasil, a ZF Sistemas de Direção possui duas fábricas, uma em Sorocaba e outra em Betim.
Investimentos p ara melhorar competitividade da cadeia dos fornecedores – A Bosch também está investindo para melhorar a competitividade de sua cadeia de fornecedores. Por meio do programa de Desenvolvimento de Fornecedores Automotivos, criado em parceria com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a empresa busca desenvolver e qualificar 25 fornecedores automotivos (tiers 2 e 3) até 2016 em três pilares fundamentais de gestão de negócios: lean management, liderança e gestão de custos e finanças.
“A cadeia automotiva de fornecedores está enfrentando uma situação muito difícil devido ao alto nível de endividamento, baixa rentabilidade, grande pressão por redução de custos, além da concorrência. Nossa expectativa é que esse programa melhore o nível de competitividade de nossos fornecedores”, destaca Botelho.
Expansão regional também como estratégia de crescimento – Além do Brasil, a Bosch está presente na América Latina com unidades próprias na Argentin a, Chile, Colômbia, Panamá (centro de competência para América Central e Caribe), Peru e Venezuela, além de contar com representações comerciais em outros países da região como Bolívia e Costa Rica.
Em janeiro deste ano, a empresa expandiu sua presença na América Latina com a abertura de um novo escritório comercial no Equador. A Bosch iniciou suas operações no país por meio do fornecimento de produtos e serviços das divisões de Sistemas de Segurança e Ferramentas Elétricas. Com essa subsidiária, a empresa reforça que seu foco na região é o desenvolvimento dos negócios em mercados estratégicos.
Pesquisa e desenvolvimento para contínua inovação – O Grupo Bosch investiu mundialmente 5 bilhões de euros em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e solicitou cerca de 4.600 patentes em 2014. Na América Latina, a empresa mantém o nível de investimento em P&D em torno de 3,5% do seu faturamento no Brasil.
É por meio dessa política de investimentos que a empresa pode c onstantemente apoiar seus clientes no desenvolvimento de novas soluções que gerem valor e, ao mesmo tempo, reforcem sua estratégia de “local for local”.
Inovação é uma das importantes estratégias de crescimento da Bosch. Com o objetivo de reforçar isso, a empresa implantou, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o programa Inova Talentos que visa aumentar o número de pesquisadores (graduandos, graduados e mestres) em projetos de inovação nas indústrias.
Atualmente, oriundos apenas deste programa, a Bosch tem quase 70 pesquisadores atuando em mais de 50 projetos de P&D, a maioria com foco no desenvolvimento de novas soluções automotivas.
Contínuo desenvolvimento profissional – Na América Latina, o Grupo Bosch emprega cerca de 10.400 colaboradores (incluindo os colaboradores da ZF Sistemas de Direção e BSH), sendo 9.300 no Brasil. A ampla presença global, o foco na diversificação e a força inovadora são os pilares que fazem a empresa ser atrativa para jovens talentos.
Com foco no desenvolvimento profissional, a empresa também está trabalhando em parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o DEG (Sociedade Alemã de Investimento e Desenvolvimento), na construção de um caminhão escola para qualificação dos profissionais do mercado de reparação automotiva.
Além de fornecer todos os equipamentos de reparação e diagnose veicular para equipar a unidade móvel, a Bosch irá qualificar os instrutores do Senai para que possam realizar os treinamentos em todo o estado de São Paulo.
Proteção ambiental e projetos de responsabilidade social – A cada ano, o Grupo Bosch no Brasil aplica 16 milhões de reais em ações de responsabilidade ambiental nas fábricas, como o gerenciamento de resíduos, proteção da água e do solo e purificação do ar.
Além disso, o Instituto Robert Bosch, braço social do Grupo Bosch no país, investe anualmente cerca de 3,5 milhões de reais em projetos soc iais, culturais e educacionais como, por exemplo, o Programa Peça por Peça, cujo foco é a educação complementar para crianças e adolescentes e a profissionalização de jovens.
Em 2015, o projeto Formare, outra iniciativa do Instituto Robert Bosch com foco na educação profissional de jovens, completará 10 anos. A parceria da Bosch e a Fundação Iochpe, idealizadora desse projeto, teve início em 2002, ainda na fábrica da empresa em São Paulo, mas a primeira turma em Campinas teve início em 2005, passando a integrar um dos principais projetos do Instituto Robert Bosch. Durante este período, mais de 250 jovens foram qualificados para atuarem no mercado de trabalho.
Perspectivas dos negócios do Grupo Bosch Mundial para 2015 – No ano fiscal de 2014, as vendas do Grupo Bosch mundial cresceram 6,3% atingindo 49 bilhões de euros. Após ajuste cambial, o crescimento foi de 7,4%. Deste total, as vendas do Grupo para a região América Latina atingiram 1,4 bilhões de e uros.
O Grupo Bosch prevê que as vendas globais cresçam em torno de 3 e 5% em 2015. Durante a recente conferência anual de imprensa, realizada na Alemanha, o presidente mundial da Bosch, Volkmar Denner, disse: “Nossa força econômica e tecnológica nos permite atuar em novos segmentos de negócios”. Produtos habilitados para web e serviços baseados na internet são alguns dos pontos focais dos negócios da empresa no futuro. “Estamos buscando a conectividade em todos os nossos setores de negócios e desempenhando um papel importante neste sentido” ressaltou Denner.
Em 2014, a Bosch lançou vários produtos e soluções conectadas, inclusive em software para sistemas de aquecimento e edifícios inteligentes, assim como para a conectividade na indústria e na mobilidade. Com a completa aquisição da BSH Hausgeräte GmbH e da Robert Bosch Automotive Steering GmbH, a empresa reforça sua posição no segmento de casas inteligentes e direção autônoma.