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Caminhões autônomos – a revolução e suas consequências

Duas notícias com o mesmo teor, mas com origens diferentes veiculadas na semana retrasada indicavam que os primeiros testes com veículos de carga autônomos estavam sendo realizados nos EUA. A primeira notícia indica que a empresa Daimler está iniciando os testes finais do seu caminhão autônomo no estado de Nevada e a segunda informava que a empresa DAF estava testando o seu sistema de condução autônoma para comboios de caminhões comandados apenas por um motorista (que se torna “gerente” do comboio).

Ambas notícias foram separadas por apenas dois dias. A condução autônoma de veículos de transporte de cargas e passageiros é algo inexorável, ainda que necessitem de testes exaustivos em relação à eletrônica embarcada e sistemas integrados de condução, porém cabe refletir o impacto desta pequena revolução na logística de transportes e principalmente as consequências em relação ao sistema logístico de transportes do país.

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A utilização de veículos autônomos no transporte de cargas do país possibilita uma série de projeções relacionadas à erradicação das perdas inerentes ao transporte de bens. Como consequência, haverá a diminuição de custos e também melhoria da qualidade dos serviços prestados aos stakeholders do Sistema Logístico de Transportes do país (SLT).

Cada perda identificada e erradicada proporciona ganhos de competitividade através da melhoria dos processos, mas também relegam ao ostracismo as atividades que não estão em sinergia com os novos padrões de competitividade. Em um primeiro momento, a condução autônoma de veículos trará ganhos de competitividade por meio do padrão do fator de dirigibilidade dos veículos de carga.

O fator de dirigibilidade fora dos padrões gera perdas por excesso de consumo, de manutenção e de risco. Quem perde com este novo cenário são as empresas seguradoras, reguladoras e corretoras de transporte de cargas. Além disso, as perdas diminuirão os serviços ofertados pelas oficinas mecânicas e revendas de caminhões.

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A automação do processo de condução de caminhões proporcionará também a perda de postos de trabalho de motoristas que são funcionários das empresas de transporte rodoviário de cargas, bem como a perda de capacidade de competitividade dos caminhoneiros autônomos.

Neste sentido, cabe questionar sobre o futuro da atividade de caminhoneiro autônomo, já combalido pela perda de receita ocasionada pela falta de bens a transportar e sem possibilidade de dobrar a sua carga horária de trabalho para fazer frente à automação do processo de transporte de cargas.

Os ganhos tecnológicos causam impactos nos processos menos competitivos e em se tratando de categoria profissional, o impacto pode gerar necessidades de realocação da atividade profissional para novas competências. Resta saber quem se responsabilizará por esta transição.

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