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Renegade Longitude 1.8 Flex Automático não empolga. Acabamento é destaque

A sensação do ano é o Jeep Renegade, primeiro modelo produzido na fábrica pernambucana, em Goiana. Depois das primeiras impressões durante a apresentação e lançamento do modelo no mercado nacional, agora é a hora de colocarmos na prática o Renegade.

A primeira versão disponibilizada pela Jeep é a Longitude 1.8 Flex, automática de seis velocidades, que tem preço sugerido de R$ 80.900. Considerando todos os opcionais instalados, nosso modelo em teste chegou na casa dos R$ 108 mil.

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Apesar de nosso título destacar a falta de “empolgação” que o Renegade com sua motorização 1.8 fica a desejar, é preciso entender que o grupo FCA, juntamente com a marca Jeep, tem propósitos diferenciados com as versões do Renegade, e nesse caso, o posicionamento é para um utilitário essencialmente urbano e o que você sente ao pisar no acelerador é bem distinto, quando comparado com a versão 2.0 diesel, por exemplo.

A robustez do Renegade é visível e tem reflexo: seu peso é de 1.439 kg e a motorização, a mesma utilizada no Punto, 1.8 16V E.torQ Evo da Fiat, apesar de ter ganho comando variável de válvulas e uma nova calibração, não garantem ao Renegade um desempenho empolgante. Com 1.439 kg, é preciso pisar com vigor no acelerador para o carro embalar. Uma vez em movimento, o SUV consegue desenvolver bem a velocidade.

O trabalho mecânico desenvolvido nessa motorização passou pelo ganho de um cabeçote totalmente novo. Com 100% de etanol no tanque (também de 60 litros), a potência se manteve em 132 cv, mas o torque não apenas subiu de 18,9 para 19,1 kgfm como surge mais cedo, a 3.750 rpm (antes, a 4.500 rpm).

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Há novos pistões, nova câmara de combustão, novos coletores de admissão e escape, válvulas maiores, velas de ignição menores e o variador de fase no comando de válvulas, evoluções que, combinadas geraram aumento da taxa de compressão do motor (de 11,2:1 para 12,5:1), e curva de torque muito mais plana, na qual 82% da força máxima já está disponível a 1.500 rpm.

O Renegade 1.8 E.torQ vai aos 100 km/h em 12,6 segundos. A caixa Aisin não é capaz de fazer milagres com o antigo 1.8, ainda mais diante do peso elevado do conjunto que é, pelo menos, 150 kg mais rechonchudo que os rivais diretos, quando consideramos EcoSport ou HR-V.

O que realmente acontece é que a transmissão automática com conversor de torque adotada no Jeep Renegade 1.8 Flex impõe um perda de cerca de 20% ao conjunto. Isso fica claro quando se observa que o Renegade 1.8 Flex com transmissão manual executa a aceleração de 0 a 100 Km/h em cerca de 12,5 segundos (com etanol) – um desempenho que, se não é brilhante, não é tão comprometedor quanto os 15,3 segundos do automático.

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O câmbio automático de seis marchas é bem escalonado, mas costuma segurar as trocas após os 3.000 giros, para equilibrar o gasto de combustível. Nesse momento o motorista vai direto nas borboletas atrás do volante para comandar a mudança e apressar a tocada.

Durante nosso teste, por várias vezes mudamos a transmissão para o modo sequencial, buscando melhor desempenho e consumo mais eficiente. Desligamos o ar condicionado, pegamos um trecho mais rápido, sem aquele anda e para do trânsito urbano e conseguimos a média de 12 km/l utilizando etanol. O número agradou bastante, mas no dia seguinte, voltando a rodar na cidade, no trânsito caótico recifense, ar condicionado e transmissão em modo automático, o consumo ficou na ordem de 5,1 km/l.

No site da Jeep, nos Estados Unidos, versões do Renegade são oferecidas com motorizações que produzem entre 160 e 180 hp quando alimentados com gasolina.

Com as últimas chuvas que caem em Pernambuco, o Renegade tem na sua robustez o trunfo para enfrentar as ruas alagadas. Com sua boa altura em relação ao solo e também a posição de dirigir, é por aqui que começamos a encontrar seus diferenciais. Conforto na condução, mesmo com 1,70 metro de altura são reflexo da direção elétrica e sua boa calibração.

A grande rigidez estrutural é perceptível. O mérito é da construção que usa aço de ultraresistência nas colunas A, B, assoalho e outros pontos. Além disso, o cuidado acústico inclui guarnições triplas nas portas.

O acabamento é muito bem cuidado, mesmo nas versões mais básicas. A cabine é cheia de cores, formas e texturas, e tudo remete à história e a essência da Jeep. Encontramos diversas referências ao estilo aventureiro, como é o caso do painel de instrumentos com “espirros” de lama, e a outros modelos da montadora, como Wrangler e o Willys.  Ao todo, são mais de 25 detalhes com estes – chamados de “easter eggs” – espalhados por dentro e por fora do carro.

Já o espaço interno é um dos pontos críticos do Renegade. O formato tipo caixinha garante boa área para pernas e cabeças de pessoas altas, mas os 2,57 metros de entre-eixos são suficientes para acomodar com real conforto apenas quatro adultos. O porta-malas também fica devendo, oferecendo cerca de 283 litros de capacidade, que ainda leva consigo o estepe na parte inferior.

Conteúdo – Resumo básico

Renegade Sport 1.8 Flex: ar-condicionado, direção elétrica, travas e vidros elétricos nas quatro portas, retrovisores elétricos, sistema de áudio premium com seis alto-falantes, Bluetooth, USB e MP3, rodas de liga-leve aro 16″ com pneus 215/85, volante com ajustes de altura, profundidade e comandos dos sistemas de áudio e telefone, faróis de neblina, freio de estacionamento elétrico, maçanetas e retrovisores externos pretos, piloto automático com limitador de velocidade, sensor de estacionamento traseiro, apoio de braço frontal com porta-objetos, branco traseiro com encosto bipartido 60/40, airbags frontais, freios ABS, EBD, BAS, sistema anti-capotamento (ERM), controle eletrônico de estabilidade (ESC), auxílio de partida em rampas (HSA), ISOFIX, sistema de alerta de frenagem de emergência (RAB), chave telecomando com alarme, cinto traseiro central de três pontos e terceiro apoio de cabeça traseiro.

Renegade Longitude 1.8 Flex: todos os itens da Sport + ar-condicionado digital automático de duas zonas, sistema multimídia com tela colorida sensível ao toque de cinco polegadas, GPS Bluetooth, USB, comandos por voz, volante revestido de couto com comandos do som, telefone e aletas para troca de marchas, câmera traseira, barras longitudinais no teto, encosto dobrável banco passageiro dianteiro, maçanetas e retrovisores externos na cor da carroceria, porta-objetos no banco do passageiro dianteiro, tapetes de borracha e tomada de 12 volts no porta-malas, além de rodas de liga aro 17″ com pneus 215/60.

Tradição Jeep em todos os traços do design – Desde o início, os designers da Jeep sabiam que o Renegade deveria oferecer a melhor capacidade off-road com proporções urbanas que exibissem as linhas robustas da marca, mas com muita jovialidade, versatilidade e presença.

Além disso, o desafio era criar um SUV inteiramente novo, não derivado de nenhum carro de passeio, e que simbolizasse os reconhecidos estilo e engenhosidade norte-americanos, para marcar o primeiro SUV compacto da Jeep, vendido em mais de 100 países ao redor do mundo.

Para completar, o Renegade tinha de oferecer a liberdade ao ar livre que tem origem nas raízes de 1941, com o Jeep Willys MB.

O resultado é o Renegade 2016, um veículo inspirado no porte do Jeep Wrangler, mas com traços modernos e arrojados, que possibilitam ótimos ângulos de entrada e saída, características preponderantes no uso fora de estrada. E, de modo exclusivo no segmento, dois sistemas de tetos solares proporcionam mais liberdade com toda a comodidade.

Gostei!

  • Renegade vem de fábrica com sistema de áudio premium de seis alto-falantes, Bluetooth, USB e MP3, controle eletrônico de estabilidade e auxílio de partida em rampas
  • Acabamento interno é excepcional. Juntou a robustez da Jeep com a qualidade do acabamento da Fiat e seus itens tecnológicos.
  • Facilidade na hora de manobrar o modelo. Direção elétrica deixa leve colocar o Renegade em qualquer espaço

Não gostei!

  • Motorização 1.8 litro e transmissão automática não foi uma boa combinação. Falta disposição. Com todo respeito, mas considerando as brincadeiras entre pernambucanos e baianos, parece mais que essa versão está sendo feita na Bahia, meu Rei.
  • Cadê a tampa no bocal de combustível? Apenas a tampa externa no veículo e acesso direto ao bocal, sem uma tampa com chave por exemplo, ou mesmo trava.
  • Grande por fora, mas pequeno por dentro. O espaço interno é bastante limitado.
  • Sinais sonoros interferem na música. Com tantos sensores e alertas fica difícil conseguir dirigir o carro com tantos alertas sonoros, que se sobrepõe as músicas. E mesmo colocando os sinais em OFF, eles ainda ficam aparecendo.

Ficha técnica

Motor: Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, comando duplo, flex
Cilindrada: 1.747 cm³
Potência: 130/132 cv a 5.250 rpm
Torque: 18,6/19,1 kgfm a 3.750 rpm
Transmissão/tração: Automática de seis marchas, tração dianteira
Direção: Elétrica
Suspensão: Independente McPherson na dianteira e traseira
Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, ABS
Pneus: 215/60 R17
Dimensões: Comprimento 4,232; Largura 1,798 m; Altura 1,705 m; Entre-eixos 2,570 m
Capacidades: Tanque 60 l
Peso: 1.439 kg
Porta-malas: 283 litros

Saiba mais | Confira a matéria de lançamento do Jeep Renegade

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