Superado o impasse político com a definição do presidente da República, cumprimos uma etapa importante para que o Brasil entre novamente na rota do desenvolvimento.
Isso é muito bom. Neste primeiro momento assistimos o aumento gradativo da confiança do mercado em relação ao futuro do País.
Recuperamos o ânimo de que precisávamos para apostar na retomada, mas sabemos que há muito a fazer até que o Brasil comece novamente a subir a ladeira para o crescimento econômico.
Com a economia convalescente e necessitada como nunca de investimentos para recobrar o ritmo ascendente, a palavra que não quer calar na mente do setor produtivo brasileiro é previsibilidade.
No que toca à atividade industrial, em particular a da mobilidade, sabemos que o horizonte para um planejamento é de no mínimo de 3 a 5 anos.
E o que temos que se possa nomear “norte” para os negócios daqui para frente? Só consigo me lembrar do Inovar-Auto, que nos últimos anos estabeleceu parâmetros para a eficiência energética dos nossos veículos e incentivou o local content no Brasil.
O programa termina em 2017. O que virá depois?
O que sabemos por ora é que o Brasil tem prioridades nas áreas fiscal, trabalhista, previdenciária, entre outras, que fazem das reformas algo mais que urgente.
Sim, precisamos passar o País a limpo, e transformá-lo em um lugar atrativo para o investimento produtivo, a inovação e a tecnologia.
Acredito em uma política industrial horizontal e integrada à atividade comercial, à inovação, ao emprego, à proteção do ambiente e da saúde, que crie condições para a competitividade brasileira.
Uma política orientada para acelerar a adaptação da indústria às mudanças estruturais que, espero, venham. Que favoreça a cooperação entre empresas para mais eficiência nos negócios e que propicie a melhor exploração do potencial industrial brasileiro de inovação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico.
Os instrumentos da política industrial devem observar também as práticas que regem o mundo corporativo, a fim de gerar condições que permitam aos empresários e às empresas tomarem iniciativas, explorar ideias e aproveitar as oportunidades.
Sobretudo, uma política industrial deve considerar necessidades e características específicas dos diferentes setores econômicos.
O cenário atual requer mapeamento e diagnóstico dos pontos fortes e fracos da economia em geral, e da indústria em particular, a fim de que iniciativas e políticas setoriais e intersetoriais possam ser desencadeadas para a competitividade que tanto perseguimos.
Com o mínimo de previsibilidade tudo poderia ser mais fácil. A indústria brasileira e a engenharia, treinadas na adversidade da falta de regras de médio e longo prazo, se provaram competentes para fazer o Brasil figurar entre os primeiros cinco maiores fabricantes mundiais de veículos.
Continuamos determinados a ajudar o País a crescer, mas agora precisamos mesmo é de previsibilidade!
* Frank Sowade é presidente da SAE BRASIL