Muitas empresas da região Nordeste têm enfrentado dificuldades para contratar executivos com especialidades técnicas e comportamentais.
É o que aponta pesquisa do PageGroup, maior conglomerado de consultoria de recrutamento e seleção do mundo, detentor das marcas Page Executive, Michael Page, Page Personnel e Page Interim.
A segunda edição do estudo “Desafios de Contratação no Nordeste do Brasil” contou com a participação de 500 executivos de 17 setores da economia em 26 cidades.
O levantamento foi produzido em setembro e outubro de 2016 com o objetivo de apresentar o atual cenário das empresas localizadas no Nordeste do Brasil e mostrar como essas companhias estão lidando com atração e retenção de profissionais.
“As habilidades comportamentais são pontos fundamentais na hora da retenção de profissionais, na maior parte dos casos, o executivo é contratado por sua excelência técnica e boa experiência, mas é desligado por não apresentar equilíbrio emocional, capacidade de convivência em momento de pressão por resultados e aderência à cultura organizacional”, explica Roberto Picino, diretor-executivo da Michael Page, empresa de recrutamento especializado do PageGroup, líder do escritório de Recife-PE.
De acordo com a opinião dos executivos consultados, 55% dos profissionais têm dificuldades de trabalhar sob pressão, 39% não conseguem se adaptar ao trabalho em equipe e falta profissionalismo para 37%.
Outras características marcantes no estudo são: idioma (25%), boa formação (25%), honestidade (23%) e flexibilidade (22%).
O levantamento da Michael Page, que completa seis anos de atuação no Nordeste, também constatou que 51% dos participantes afirmaram ter dificuldade para buscar profissionais nas cidades em que estão alocadas.
As áreas com mais dificuldades de contratação são Comercial (37%), Engenharia (31%), Finanças e Logística (17%), e TI (16%).
“As empresas do Nordeste deparam-se ainda com a existência de um obstáculo bastante comum na região: o desejo dos profissionais diferenciados em trabalhar dentro de organizações alocadas em grandes metrópoles do Sudeste, o que dificulta na atração e/ou desenvolver a carreira destes profissionais dentro de casa”, explica Picino.
Causas para a recusa de vagas no Nordeste – O estudo identificou alguns motivos que levam profissionais dos grandes centros recusarem vagas no Nordeste: a distância dos familiares (46%), remuneração não alinhada com as outras regiões (31%) e baixas chances de crescimento (26%).
“Apesar disso, uma das grandes vantagens do Nordeste é que a real perspectiva de carreira pode ser mais clara e até promissora do que em outras regiões do país”, afirmou o executivo da Michael Page.
Desafios, plano de carreira e flexibilidade são as apostas das empresas para atrair talentos – A maioria das empresas da região não possui uma estratégia para se destacar das concorrentes em retenção e atração de talentos.
As empresas do Nordeste estão se aprimorando no conceito de EVP (Employment Value Proposition) que se traduz por proposta de valor pela oferta de trabalho.
Conclusão e ideias para a região – O levantamento constatou que as empresas do Nordeste possuem praticamente as mesmas dificuldades e as mesmas opiniões de empresas localizadas em outras regiões do país.
Os Estados com maior taxa de respostas na pesquisa foram Bahia, Ceará e Pernambuco. 67% dos respondentes ocupam cargos de gerência, 20% de gerência executiva, 13% são diretores e 1% são vice-presidentes ou presidentes.
“Vale destacar que 29% das empresas do Nordeste preferem contratar profissionais de outras regiões, como o Sudeste”, conclui Picino.