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Com tecnologias avançadas, Institutos SENAI de Inovação produzem novos materiais que mudam a vida das pessoas

O sabre de luz usado pelo mestre jedi Yoda, no filme Star Wars, popularizou o Laser – palavra que vem de uma sigla em inglês que significa “Amplificação de Luz por Emissão Estimulada”.

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O fenômeno, transformado em ferramenta por um físico americano em 1960, tem funções muito mais variadas do que os primeiros fãs de ficção científica poderiam imaginar.

Com aplicações em usos prosaicos, como a leitura de CDs, a altamente complexos, como cirurgias médicas, o Laser tem sido cada vez mais usado na indústria devido a suas inúmeras possibilidades, como ser capaz de usinar, fabricar, soldar, tratar superfícies e alterar materiais de forma precisa e eficiente.

Foi por isso que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial criou o primeiro centro dedicado ao processamento de materiais a Laser da América Latina: o Instituto SENAI de Inovação em Laser, sediado em Joinville (SC).

Para implantar o centro, o SENAI comprou equipamentos de última geração e contratou profissionais que são referência na área, como o diretor Edson Santos, doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade de Osaka, no Japão.

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“Temos no instituto a segunda maior máquina de deposição a Laser no mundo, sendo que só existem cinco equipamentos desses no Brasil, fabricando peças para indústrias de segmentos como petróleo e gás, aeronáutica, médica e automotiva”, conta ele.

A startup Welle Laser, de Palhoça (SC), desenvolveu com o SENAI uma máquina de usinagem que, com o uso do Laser, é capaz de desenhar em diferentes profundidades e com exatidão Máquina de corte a laser Pesquisadores do instituto firmaram parceria, por exemplo, com a startup 3DSINT, de Brasília, para produzir implantes de titânio por impressão 3D a serem utilizados em cirurgias de correção facial.

Por sua precisão, a tecnologia permite fazer implantes personalizados após tomografia computadorizada.

Os protótipos da placa, desenhada e produzida na medida da necessidade do paciente, estão prontos à espera da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para chegar ao mercado.

Outro projeto alavancou os negócios da empresa Welle Laser, de Palhoça (SC), apontada como a startup que mais cresceu no Brasil entre 2014 e 2015.

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Em conjunto com o Instituto do SENAI, foi desenvolvida uma máquina de usinagem que, com o uso do Laser, é capaz de desenhar em diferentes profundidades e com exatidão.

NOVOS MATERIAIS – Inovar no desenvolvimento de novos materiais também é fundamental para empresas que trabalham em condições severas ou muito específicas, como a exploração de petróleo na camada pré-sal ou a indústria aeronáutica.

O Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura é especializado em criar produtos customizados que exigem sistemas, processos e materiais de alta precisão e qualidade.

Localizado também em Joinville, o instituto desenvolveu, em parceria com a empresa Tupy S.A., por exemplo, novas ligas de ferro fundidos de alta resistência.

“Com essas novas ligas de ferro, mais resistente do que as que existem atualmente no mercado, um projetista pode desenvolver paredes de motores de automóveis mais leves, obtendo maior desempenho e redução do consumo de combustível”, explica o dr. André Zanatta, diretor do instituto, em entrevista à Agência CNI de Notícias.

O novo produto já está pronto para entrar no mercado. A Tupy negocia o fornecimento das novas ligas com montadoras da Europa e da América do Norte.

Também é possível aumentar a eficiência de motores revestindo suas peças, como explica o diretor do Instituto SENAI de Inovação em Engenharia de Superfícies, Dr. Alexandre Barros.

A especialidade do centro de pesquisa, localizado em Belo Horizonte, é trabalhar com revestimentos de superfícies.

“É possível, por exemplo, depositar diamante em superfícies para que a peça tenha baixo coeficiente de atrito. Com isso, podemos aumentar a eficiência energética de motores a combustão”, descreve Barros.

A inovação é essencial ainda para tornar o produto brasileiro competitivo em relação aos concorrentes externos.

A fim de competir em pé de igualdade no mercado internacional, a Votorantim fez uma parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Metalurgia e Ligas Especiais, também em Belo Horizonte, para desenvolver uma nova liga de zinco com maior resistência à corrosão e de melhor aderência sobre o aço.

Ligas de zinco super resistentes à corrosão são utilizadas em pontes, na galvanização de arames utilizados em concretos, aumentado a segurança e durabilidade de construções, por exemplo.

Com o projeto, a Votorantim mantém-se competitiva diante de companhias estrangeiras, principalmente europeias, que possuem produtos semelhantes.

“Com essa nova liga mais resistente à corrosão, é possível tornar o produto nacional mais competitivo diante do mercado internacional, permitindo à indústria brasileira fabricar tanto para o mercado interno quanto externo”, explica a diretora do Instituto SENAI de Inovação em Metalurgia e Ligas Especiais, dra. Margareth Spangler.

Um segundo projeto, para utilização da liga de zinco em outros processos industriais, já está sendo desenvolvido pelo centro mineiro em parceria com a empresa.

O gerente de inovação industrial da Grendene, José Rocha Gomes Filho, visitou oito dos 25 Institutos SENAI de Inovação.

Para ele, a rede está preparada, com equipamentos de última geração e profissionais competentes, para apoiar a indústria.

“Você percebe que os institutos são realmente parceiros que podem ajudar a aumentar a competitividade das empresas por meio de projetos de inovação”, avalia.

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