Ferrari 488 Pista – Aceleramos o mais potente V8 da história de Maranello

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Na edição passada da nossa coluna abordamos um momento especial para o mercado nacional, o lançamento do Mustang. Como imprensa tivemos a oportunidade de conduzir o modelo no enigmático autódromo de Interlagos. Dois ícones em um só lugar.

Agora, atendendo convite da Ferrari, fui até a Itália, para conhecer de perto o comportamento da Ferrari 488 Pista, modelo equipado com o mais potente motor V8 da história da empresa de Maranello, com o mais alto nível de transferência de tecnologias do mundo das corridas para um carro de rua.

O grupo era formado por apenas cinco membros da imprensa especializada, sendo dois do Brasil, Eu e Roberto Nasser, um representante do México, mas que é brasileiro e também pernambucano, Sérgio Oliveira, um da Índia, Yogendra Pratap e por último, dos Estados Unidos, Dan Carney, com o objetivo de conhecer o universo desenvolvido pela Ferrari.

A programação permitiu visitar a linha de produção, desde o processo de fundição do bloco do motor, que apesar de tantas tecnologias, ainda segue o passo-a-passo tradicional de anos passados, com diferenciais de elementos tecnológicos de controle do processo.

Na sequência a montagem do motor desde seus componentes como a árvore de manivelas (virabrequim ou girabrequim, como queiram), pistão, biela, bronzinas, turbina, entre outros detalhes que cuidadosamente são ajustados e apertados conforme a especificação.

Chegamos então na linha de montagem. Observamos o trabalho de análise de especificações da carroceria e a junção de todos os componentes que vão transformando diversas peças em sonhos para muitas pessoas. A linha de montagem segue características do grupo, com diversos modelos sendo montados em um mesmo processo.

Nossa visita foi totalmente controlada pela Ferrari. Imprensa sem permissão para fazer nenhuma imagem é quase o mesmo que colocar uma criança num parque de diversões e não ter acesso aos brinquedos. A vontade era registrar tudo, mas a Ferrari forneceu todo o material fotográfico que você acompanha em nossa matéria.

Passamos nas áreas da Scuderia Ferrari. Um grupo de engenheiros com foco em desenvolver tecnologias que podem conseguir resultados em ganhos de tempo para ganhar uma corrida. Milhões de investimentos e mais áreas secretas.

Um dos lugares que merecia aquela foto da viagem foi um galpão repleto de carros da fórmula 1, utilizados pela equipe em anos passados, um ao lado do outro, mas carregados das histórias de Schumacher, Mansell, Alonso, Barrichello, Lauda, entre outros.

Assim como os carros, nós também precisamos de combustível e seguimos para o almoço. O Restaurante Cavallino guarda relíquias da história da Ferrari. São fotos autografadas, elementos dos carros de corrida, decoração típica italiana e seu símbolo, o Cavallino Rampante, que é o cavalo negro levantado sobre as patas traseiras, inserido num fundo amarelo, reinando em vários lugares. O prato? Massa italiana com certeza.

Com a energia recuperada, o momento mais esperado da viagem que começou no Recife, passou pelo Rio de Janeiro, Roma, Bolonha e então Maranello, chegava na pista oficial da Ferrari, utilizada para testes e desevolvimentos dos carros da marca, o Circuito de Fiorano.

Três protótipos da Ferrari 488 Pista estavam a disposição. Um para realização de fotos e gravação de imagens, outro para teste urbano e umo último para avaliação no autódromo.

A primeira experiência foi como passageiro ao lado do piloto de testes Raffaele De Simone. Em três voltas ele explicou o circuito, curva a curva, melhor trajetória e como conseguir na prática aplicar os avanços de engenharia que o novo modelo apresenta. Uma volta rápida para mostrar o que é capaz de fazer no modo de corrida e mais uma volta para esfriar o carro e voltar aos boxes.

Agora é hora de acelerar. Nas mãos a motorização 3.9 litros (3.902 cc), V8 biturbo de 90º que produz 720 cavalos de potência a 8.000 rpm (rotações por minuto), com torque máximo de 770 Nm a 3.000 rpm, que precisa de apenas 2,85 segundos para sair da inércia e chegar aos 100 km/h e 7,6 segundos para chegar aos 200 km/h. A potência específica é 185 cv por litro e a velocidade máxima é de 340 km/h. A taxa de compressão é de 9,6:1.

Temos a evolução extrema do motor turbo premiado por dois anos consecutivos (2016 e 2017) como “Motor Internacional do Ano – Engine of The Year”, premiação que conta com minha participação entre os jurados desde 2012. É o mais potente V8 da história da Ferrari.

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O aumento de 50 cv no motor 488 GTB também representa o maior aumento de potência em comparação com o carro “base” de todas as versões especiais da Ferrari, um bom 115 cv a mais do que o modelo anterior, o 458 Speciale. Seu V8 é, portanto, posicionado como um ponto de referência não apenas para motores turbo, mas para todas as unidades de potência no sentido absoluto.

O desafio apresentado para o desenvolvimento da versão esportiva do 488 GTB foi, portanto, muito complexo: superar o que foi considerado o melhor motor do mundo.

Para enfrentar este desafio, foi necessário experimentar soluções inovadoras, aproveitando a experiência de sucesso no mundo das competições. O resultado é que o motor utilizado na Ferrari 488 Pista possui mais de 50% dos componentes específicos em comparação com o 488 GTB.

Não é por acaso que a Ferrari 488 recebe a denominação Pista. A dinâmica do carro torna divertida a condução do modelo, mesmo para quem não é piloto. Controles específicos permitem a escolha do modo de condução e assistências envolvidas para ter experiências únicas de condução conforme a escolha.

Basta tocar no acelerador que a 488 Pista responde rapidamente. Da mesma forma que ganha velocidade, o sistema de frenagem age com segurança quando é acionado. Foram quatro voltas, cada vez mais rápidas pelas retas e curvas do circuito.

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Depois foi a vez de rodar em via urbana. Pela cidade de Maranello, o protótipo da 488 Pista desfila pelas ruas sinuosas da cidade, com neblina baixa e temperatura na casa dos 12ºC.
Retornando ao autódromo foi hora de preparar o material de imprensa que você confere em nossa matéria. Tudo produzido e controlado pela Ferrari. Câmera car, foto car, imagens internas, entrevistas e passagens.

Ainda sobrou tempo e com a pista liberada foram permitidas mais algumas voltas com o modelo, e claro, oportunidades como essa não podemos deixar passar.

No processo construtivo da 488 Pista observamos a preocupação com o refinamento mecânico e de desenvolvimento. Quando comparada com a 488 GTB a redução de peso seco foi da ordem de 90 kg, oferecendo vantagens em termos de agilidade e capacidade de resposta.

Destaque para às áreas que passaram por alteração quando comparadas com a 488 GTB como o sistema de admissão, eixos de comando de admissão e de escape, intercoolers, coletor de escape, sensor de velocidade do turbo compressor e controle da combustão.

Já os componentes que receberam modificações foram as bielas, bronzinas, volante do motor, válvulas, molas e árvore de comando, pistões e cilindros, forros dos cilindros e até mesmo o pino do pistão com novo revestimento. Considerando apenas o motor, a redução de peso quando comparado com a versão utilizada na 488 GTB foi de 18 kg.

A transmissão utilizada também traz tecnologia da Fórmula 1 é de dupla embreagem e possui sete velocidades. De 100-0 km/h são necessários 29,5 metros. A gasolina utilizada em nossos testes foi de 98 octanas.

No compartimento de passageiros, a atmosfera é definitivamente de corrida, caracterizada pela essencialidade.

O uso extensivo de materiais técnicos leves e nobres, como o carbono e alcantara, harmoniza-se perfeitamente com a habilidade e o refinamento típicos dos interiores da Ferrari.

Isto é evidenciado pela costura manual contrastante, os apoios de pés e estribos em alumínio amendoado, ou os moldes particularmente fluidos dos painéis das portas.

A remoção do porta-luvas no painel dianteiro do passageiro (substituído por bolsos de luvas convenientes no banco e nas portas) permitiu reduzir significativamente o volume do painel.

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