2019 vai marcar o início da eletrificação da Volkswagen na América do Sul. Até 2025 a marca pretende lançar 70 modelos, sendo a grande maioria elétrica, nos cinco continentes. O Brasil será o ponto de partida da região com o lançamento do Golf GTE ainda esse ano e até 2023, serão mais cinco modelos entre híbridos e elétricos.
O primeiro modelo a iniciar a ofensiva eletrizante da Volks é o Golf GTE, que será lançado no último trimestre, importado da Alemanha e por cerca de R$ 200 mil. Trata-se do primeiro modelo híbrido da história da marca no Brasil.
O Golf GTE pode ser conduzido no modo totalmente elétrico por cerca de 50 km. O custo estimado da recarga da bateria ficaria em R$ 5, ou seja, R$ 5 para rodar 50 quilômetros. Sua autonomia total, incluindo o motor elétrico e o motor a gasolina, ultrapassa 900 km.
O modelo tem dois motores: um a combustão de 1,4l TSI com 150 cv e um motor elétrico de 75 kW (102cv). Combinados, oferecem potência de 150 kW (204 cv). Se o motor elétrico for a única fonte de força de propulsão, o Golf GTE pode atingir velocidades de até 130 km/h, com o detalhe de zero emissão durante essa rodagem.
Quando toda a potência combinada do sistema é utilizada, o GTE vai de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos, atingindo velocidade máxima de 222 km/h. Ainda mais significativo é o potencial de propulsão superior do Golf GTE, obtido graças à combinação dos dois motores, que produz torque máximo de 350 Nm (35,7 kgfm), aumentando o prazer ao dirigir.
O motorista que costuma rodar principalmente em trechos curtos pode fazê-lo totalmente sem emissões, usando apenas o modo elétrico. A bateria precisa de 2h45 para carregar completamente, seja em uma tomada convencional de 220V ou em uma estação de recarga.
O motor elétrico recebe energia de uma bateria de íons de lítio de alta voltagem (mais precisamente, 380V) com arrefecimento líquido, que pode ser carregada por meio de um soquete localizado atrás do logotipo VW na grade dianteira.
A bateria pesa 120 kg, aproximadamente 8% dos 1.524 kg referentes ao peso total do carro.
O câmbio é automatizado de seis velocidades e três embreagens: duas atreladas ao motor a combustão interna e outra, específica para o motor elétrico.
O sistema híbrido inclui ainda componentes eletrônicos de força (que convertem a corrente contínua da bateria em corrente alternada para movimentar o motor) e um carregador.
Um servo-freio eletromecânico e um compressor elétrico garantem a operação otimizada e energeticamente eficiente dos freios e ar-condicionado, especialmente quando o GTE é utilizado no modo de condição elétrico (“e-mode”).
O sistema híbrido plug-in utilizado pelo Golf GTE possui uma série de tecnologias para aproveitar ao máximo toda a energia disponível.
Todas as vezes que o motorista aciona o pedal de freio, por exemplo, o sistema reaproveita a energia gerada pelo movimento da roda, convertendo-a em mais carga para a bateria.
Essa mesma lógica é utilizada quando o veículo está em uma descida e o motorista não está acelerando. A energia gerada pelo freio-motor é transformada em carga adicional para a bateria.
Nessa situação, em específico, o Golf GTE oferece um modo ainda mais robusto de recarregar a bateria: basta o motorista acionar a alavanca de câmbio para baixo, acionando o modo “B”. Com a alavanca na posição “B” a atuação do freio-motor será intensificada, regenerando ainda mais energia para alimentar a bateria.
Entenda os modos de funcionamento da tecnologia híbrida utilizada pelo Golf GTE:
Modo elétrico: basta acionar um botão ao lado do câmbio para entrar no “e-mode”. Nessa condição, apenas o motor elétrico de 75 kW (102 cv) e 330 Nm (33,6 kgfm) é utilizado, o que torna o Golf GTE um veículo totalmente livre de emissões. Importante: sempre que o Golf GTE é ligado, o modo “e-mode” é acionado automaticamente. Em outras palavras: não há som de ignição. No “e-mode” a velocidade máxima do GTE é de 130 km/h.
Modo híbrido: ao selecionar esse modo, a tecnologia do GTE escolhe qual é o sistema mais eficiente para cada situação de uso do veículo. O motorista não precisa fazer nada. Se o carro estiver em uma condição em que o motor elétrico for mais eficiente, apenas esse sistema será utilizado. Se há uma situação em que é necessário potência adicional, o motor 1.4 TSI será acionado automaticamente. O modo híbrido possui a função de utilizar a carga da bateria ou mantê-la – neste caso, o motor a combustão será mais exigido.
Modo recarga: nessa situação, apenas o motor 1.4 TSI de 110 kW (150 cv) e 250 Nm (25,5 kgfm) movimentará o veículo. E mais: além de mandar energia para as rodas, o propulsor fornecerá carga para a bateria.
GTE: esportividade é palavra de ordem nessa sigla. Nesse modo, o motor 1.4 TSI e o motor elétrico trabalham juntos para transformar o veículo em um esportivo nato. Suas potências são combinadas e o motorista tem 204 cv e 35,7 kgfm à disposição.
Os principais sistemas são acionados de forma rápida e são sempre visualizados – seja no painel de instrumentos ou no sistema de Infotainment com tela sensível ao toque, que mostra as funções como monitor de autonomia, mostrador de fluxo de energia e estatísticas de emissão zero.
Mecânica Online
e-Golf – A versão puramente elétrica do hatch, segundo da onda elétrica da Volks, tem lançamento previsto para 2020. O motor elétrico do e-Golf gera 100 kW (cerca de 135 cv) de potência. O torque é de 29,6 kgfm.
Recarga – As baterias de íons de lítio podem ser recarregadas tanto em estações de corrente contínua (DC) como alternada (AC). No primeiro caso, 80% da carga é obtida em uma hora (em estação de 40 kW). Em tomada de corrente alternada de 7,2 kW, a recarga total demora “menos de seis horas”, segundo a VW.
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