*Por Sergio Soares e Afonso Pauka
O conceito de mobilidade está em rápida transformação.
Automação, eletrificação, digitalização e servitização são tendências sem volta em veículos de passeio, comerciais leves, caminhões, ônibus, máquinas fora de estrada, agrícolas e de construção.
Porém, quanto mais os desenvolvimentos seguem na direção de criar tecnologias e entregar soluções dentro dessa nova ótica, mais claro fica que não existe uma única solução capaz de resolver todos os problemas de um segmento tão complexo e diverso em aplicações como o da mobilidade.
Um exemplo é a busca por propulsores mais eficientes, em que a eletrificação deve ser vista tanto como alternativa aos combustíveis fósseis quanto como um aliado as propulsões de combustão interna, ferramentas valiosas para a redução significativa de emissões de gases na atmosfera.
Sabemos que haverá espaço para veículos híbridos que façam uso de combustíveis mais tradicionais, como o gás natural, biometano, biodiesel e etanol, este último tecnologia nacional de energia sustentável e com muito potencial.
Quando olhamos para os veículos comerciais e máquinas fora de estrada, definir eletrificação fica ainda mais complexo.
Apesar de os veículos e máquinas 100% elétricos serem soluções adotadas em alguns casos, existem aplicações nas quais as alternativas híbridas seriais ou paralelas com propulsores diesel, e até células de combustível, sejam as mais apropriadas devido à necessidade de sistemas que privilegiem o torque à velocidade, além de tração e potência, em vez de só o movimento para operacionalizar suas funções.
Mas como saber o que é melhor para cada aplicação? Respondemos a essa pergunta com uma das definições de inovação: “inovação é criar valor fazendo as coisas de forma diferente”.
Então a grande sacada é entender o que mais agrega valor para o cliente e de que forma a automação, a eletrificação, a digitalização e a servitização podem trazer benefícios que sejam tecnicamente viáveis e econômicos.
Assim conseguiremos criar valor também para as fabricantes, montadoras e fornecedores que compõem a cadeia.
Isso significa que estar próximo aos clientes, fazer análise de mercado, considerar a experiência do usuário e ter entendimento profundo sobre cada aplicação é algo essencial para toda cadeia da mobilidade, a fim da maximização da eficiência do investimento nesta transição, da geração de possibilidades disruptivas a partir de múltiplas soluções combinadas, inclusive com novas tecnologias, ainda que sejam ainda embrionárias.
A inovação nasce das pessoas. A engenhosidade humana é responsável pela conexão de insights que desencadeiam o desenvolvimento de soluções revolucionárias.
Acreditamos que é a partir do foco nas pessoas, e por meio delas, que as tecnologias e as melhores soluções serão criadas para o aumento da produtividade,com a indispensável sustentabilidade.
Com o tema A Transformação Recente da Sociedade e os Novos Requisitos de Mobilidade, o 17º Fórum SAE da Mobilidade, organizado pela Seção Regional PR/SC, traz à discussão online, por especialistas da cadeia, temas que passam pelos principais eixos das trilhas de conhecimento – Profissional do Futuro, Inovação, Sustentabilidade, Competitividade, Conectividade, e Powertrain, capazes de inspirar o processo de entendimento da criação de valor em todo o ecossistema.
E lança como pedra fundamental para o desenvolvimento do profissional do amanhã, o desafio Mobilidade do Futuro, que convida estudantes universitários a apresentar projetos sobre tecnologias emergentes atuais e futuras para a mobilidade.
*Sergio Soares é diretor global de Sistemas de Inovação e Design Agronômico da CNH Industrial;
*Afonso Pauka é diretor de conteúdo da SAE BRASIL Regional Paraná/Santa Catarina e chefe de Engenharia Powertrain Aftermarket da Bosch
17º Fórum SAE BRASIL da Mobilidade – Organização: Seção Regional PR/SC 24 a 26 de novembro 100% digital |
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