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Crise dos semicondutores: oportunidade para reforçar parcerias

Artigo de Alex Takaoka – Diretor da Fujitsu do Brasil – Chips semicondutores são essenciais para produtos tecnológicos de ponta como computadores, carros, eletrodomésticos e equipamentos 5G.

Embora o mercado tenha convencionado chamar de “crise de semicondutores”, a escassez não é de silício, um dos elementos mais abundantes do planeta, mas do produto manufaturado, que leva de 12 a 18 meses para ser finalizado desde o inicio da cadeia produtiva.

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É uma indústria estratégica e essencial na fabricação de smartphones, eletrônicos, computadores, infraestrutura de telecomunicação, equipamentos industriais, equipamentos médicos, aviação. Para nós que trabalhamos com soluções de Tecnologia da Informação, a falta deste componente implica uma série de mudanças no nosso planejamento estratégico.

Essa escassez é o resultado acumulado da mudança de comportamento das famílias, que estão consumindo cada vez mais aparelhos digitais, das empresas, que aceleraram a digitalização, e finalmente dos efeitos da pandemia sobre a economia global, com os picos de consumo de equipamentos para home-office e telecomunicações, o sobe e desce da indústria automobilística e a total imprevisibilidade para uma indústria que é muito dependente desse planejamento de médio prazo para a manutenção de estoques essenciais para suprir a demanda.

Além desses fatores vale destacar a disputa acirrada entre EUA e China pelo domínio no setor de tecnologia avançada e que tem em Taiwan, foco de disputa entre eles, um dos maiores fornecedores globais desse tipo de componentes.

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Este cenário é um verdadeiro desafio para os fabricantes de equipamento de TI. A principal alternativa para atenuar este problema sistêmico na cadeia de suprimentos é, sem dúvida, o relacionamento entre todos os players envolvidos: fornecedor, fabricante e clientes. Quanto maior for a colaboração e mais próxima seja a relação entre as partes, melhores serão as possibilidades de um denominador comum que atenda a todos.

A última pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) constatou que, com a redução da oferta de componentes, os custos estão subindo. Principal obstáculo para a recuperação do setor para mais de 60% dos executivos das indústrias entrevistadas.

De acordo com dados da consultoria IDC (International Data Corporation), as entregas de semicondutores no Brasil estão levando até 32 semanas e vêm acompanhadas de custos até 40% maiores. Os reflexos econômicos na cadeia começam a aparecer, somando-se a alta do dólar, bem como a disparada dos índices de inflação correlacionados.

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É um ecossistema complexo. Porém, são nestes momentos incertos em que é possível mensurar quais são as parcerias certas para ter flexibilidade e longevidade ao fazer negócios. Lidar com este tipo de situação é manter um canal de diálogo transparente com toda a cadeia e relacionamento forte em todos seus elos, incluindo os clientes finais.

É momento de construir e fortalecer parcerias, mantendo negociação abertas, e não tentar tirar proveito da situação, mas, sim, ganhar a confiança para uma relação duradoura e sustentável.

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