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Importados devem crescer, mas em menor ritmo em 2022

Por Lucia Camargo Nunes* – Após o baque da pandemia, a indústria automotiva foi pega pela crise de oferta. O desequilíbrio na cadeia de fornecimento de peças paralisou linhas de produção por meses.

Nem o segmento premium escapou dos problemas de desabastecimento, mas pelo menos no Brasil as marcas viveram um momento incomum. Clientes mais abastados que antes consumiam em caros restaurantes e viagens, ficaram impedidos de usufruir desses luxos e o que lhes restou foi comprar um carrão novo.

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BMW, Mercedes-Benz, Porsche e Volvo estão entre as marcas premium mais emplacadas no Brasil nos últimos anos, que só não venderam mais por falta de produto.

Balanço e perspectivas – Em todo o ano de 2021, as vendas de carros importados cresceram 20,4% (245.648), em relação a 2020. Já entre as 11 marcas da Abeifa, houve queda de -0,7% nos emplacamentos, somando 22.321 unidades.

No primeiro bimestre deste ano, enquanto os autoveículos tiveram retração de -26,2% nas vendas em relação ao mesmo período de 2021, os importados em geral cresceram 10,8% nesses dois primeiros meses do ano.

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João Henrique Oliveira, presidente da Abeifa, enxerga uma tendência de melhora, embora suas 11 marcas tenham apresentado queda de -36,8% no bimestre numa conjunção de fatores: problemas de disponibilidade, de transição de produtos em virtude das novas regras de emissões (Proconve L7) e desafios na renda das famílias (inflação e aumento de restrição ao crédito) são citados pelo executivo.

Vendas tímidas e preços nas alturas – Redução de IPI, retomada dos estoques e estabilidade cambial fazem Oliveira estimar que os importados avancem cerca de 2% este ano no país. “Acredito que já chegamos ao fundo do poço e agora, com medidas de estímulo e retomada dos estoques, devemos retomar a partir de agora”, avalia o presidente da Abeifa.

A Volvo foi a importadora da Abeifa que mais emplacou carros no bimestre. O modelo XC60 teve 396 unidades licenciadas e o XC40, 308. Levando em conta que o agora 100% elétrico XC40 custa R$ 409.950 e o XC60, R$ 399.950, o mercado premium tende mesmo manter as boas vendas.

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Outro importado de luxo, o Macan, foi o Porsche mais vendido neste início de ano com 102 unidades emplacadas. O esportivo tem versões que vão de R$ 415 mil a R$ 635 mil.

A Land Rover também se destacou com o Defender (129 vendidos, com preços a partir de R$ 522 mil) e Range Rover Sport, a partir de R$ 619 mil (159 emplacamentos).

Conflito na Ucrânia: incertezas – Em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia, existem chances de um impacto em nosso mercado, devido à toda a parte econômica e as sanções que podem impactar no equilíbrio econômico da Europa.

Além disso, a Ucrânia é fornecedora de componentes para veículos, e essa crise pode gerar instabilidades e interrupções em linhas de produção. “Uma de nossas associadas, por exemplo, tem a Ucrânia como forte fornecedora de cabos e chicotes e estamos atentos do quanto isso pode afetar e gerar interrupções na cadeia produtiva. Além disso tem todo o impacto econômico na Europa se o conflito se desdobrar por mais tempo”, concluiu João Henrique Oliveira.

*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo. E-mail: lucia@viadigital.com.br

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