O último reajuste feito pela Petrobras nos combustíveis, elevou o preço da gasolina em 18,7%, e do diesel em 24,9%.
Diante da alta constante, a população vem tomando algumas medidas na tentativa de economizar, como adiamento de viagens, mudanças para se deslocar até o trabalho e uso de bicicleta e carona, só para citar alguns exemplos.
No entanto, com a realização de manutenção preventiva do veículo e mudança de alguns erros na condução é possível economizar na hora de abastecer.
É o que explica o Eng. Hélio da Fonseca Cardoso, membro e ex-diretor do Ibape/SP – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de São Paulo nas gestões 2010/2011 e 2012-2013.
“A manutenção preventiva veicular, desde a mais básica, como calibrar os pneus, alinhar a direção, balancear as rodas, troca de óleo e outras, influenciam diretamente no consumo de combustível por preservar as características originais dos veículos”, afirma.
De acordo com o engenheiro mecânico, os erros mais comuns cometidos pela maioria das pessoas e que podem aumentar o consumo de combustível em até 10% são: deixar de calibrar os pneus conforme recomendação do fabricante em todas as vezes que for abastecer, acelerar o veículo desnecessariamente e deixar para frear em cima do obstáculo.
O profissional afirma que fazer a correta calibragem dos pneus, não acelerar sem necessidade, trocar as marchas no tempo correto e utilizar combustível de boa qualidade são cuidados básicos com a manutenção e que podem fazer a diferença no bolso do motorista.
“A correta manutenção básica pode corresponder a até 15% no final do mês”, ressalta.
Para o motorista comprovar a diferença que as medidas representarão no bolso, o especialista ensina uma fórmula: “Calcule o consumo atual, quilometragem percorrida pela quantidade de litros gastos.
Ao mudar sua conduta ao dirigir e manter a manutenção do seu veículo, faça a mesma conta e verá o quanto economizou”, reitera.
Já para quem planeja comprar um carro mesmo em meio à alta dos preços dos combustíveis, o profissional orienta que é preciso se atentar a alguns fatores.
“Em primeiro lugar, verificar qual é o consumo do veículo, se é flex (muitos importados ainda não são), qual é a potência, para qual finalidade utilizará o veículo, qual é o coeficiente aerodinâmico (menor resistência ao atrito do ar) e depois disso, cuidar bem da manutenção”.
Combustíveis alternativos – Na tentativa de economizar, alguns motoristas também acabam optando por instalar sistemas alternativos como o GNV (Gás natural veicular), contudo, conforme explica o engenheiro, ao converter um veículo para GNV deve-se levar em conta outros fatores, além do custo do combustível.
“É preciso avaliar quanto gastará a mais com a conversão, nas inspeções anuais e manutenção e avaliar o perigo que correrá se não for bem feita a transformação. Além disso, levar em conta a depreciação que o carro terá na revenda e o custo do seguro (se é que a seguradora o aceitará). Ao final das contas, a economia não é tudo aquilo que parece. Cuidado. Ponha todos os gastos no papel”, alerta.
Motoristas de aplicativos – O reajuste no preço dos combustíveis também impactou diretamente a vida de quem utiliza o carro como ferramenta de trabalho.
O combustível representa de 40% a 50% dos custos fixos dos motoristas de aplicativos. Para estes profissionais, o engenheiro reitera todas as orientações e dá mais algumas dicas valiosas que podem fazer a diferença no final do mês.
“Ao motorista de aplicativo, recomendo que faça o alinhamento e balanceamento a cada 10.000 km, utilize combustível de boa qualidade, troque o óleo lubrificante na quilometragem e pelo tipo recomendado pelos fabricantes, troque o líquido refrigerante do radiador na quilometragem, especificação e proporção recomendados”, finaliza.