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Fórmula E: sustentabilidade, eletromobilidade e tecnologia muito além de uma corrida de carros

Artigo por Marcelo Vilela, country manager da ABB Eletrificação – O Brasil recebe pela primeira vez uma corrida da Fórmula E no próximo dia 25 de março, no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. De imediato, a expectativa é que o evento esportivo tenha um impacto econômico na cidade de algo em torno de R$ 300 milhões, segundo a Prefeitura, atraindo 35 mil espectadores para o circuito.

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No longo prazo, os ganhos, entretanto, podem ser ainda maiores e ir além de cifras econômicas: o evento será uma oportunidade – e pode tornar-se até um marco – para impulsionar a eletromobilidade no país.

A Fórmula E, como acontece com a Fórmula 1, funciona como uma espécie de laboratório para que montadoras e fabricantes de equipamentos testem novas tecnologias que podem chegar ao consumidor nos próximos anos.

É o caso, por exemplo, do sistema de recarga ultrarrápido que será usado na corrida na capital paulista e recarrega a bateria do veículo em minutos. É o mesmo sistema aplicado para a recarga ultrarrápida dos veículos elétricos de rua e que inclusive já temos em terras brasileiras.

Mas mais do que uma competição esportiva e tecnológica, o campeonato, única categoria de automobilismo com carros 100% elétricos, tem como característica fundamental promover um futuro livre de emissões apoiado na mobilidade elétrica.

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A pressão da sociedade por um mundo mais sustentável levou muitos países a adotarem metas para que veículos a combustão sejam substituídos por elétricos. No mês passado, o Parlamento Europeu deu um importante passo nesse sentido ao aprovar o projeto de regulamentação que proíbe a venda de veículos novos com motores a gasolina e diesel a partir de 2035.

Em 2022, as vendas de carros elétricos e híbridos ultrapassaram a marca de 10 milhões, representando mais de 14% das vendas globais. E, segundo o último relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), o aumento da frota eletrificada nas ruas já está evitando que as emissões de CO2 totais pelo setor transporte, que cresceram 2,1% no ano passado, sejam ainda maiores.

Pelos cálculos da agência, se todos os veículos elétricos novos nas ruas fossem carros típicos a diesel ou a gasolina, as emissões globais do ano passado teriam sido 13 milhões de toneladas mais altas.

No Brasil, os eletrificados ainda têm uma participação pequena nas vendas de veículos novos, mas vêm avançando a cada ano com o crescimento da oferta de modelos por parte das montadoras. Em 2022, o segmento de veículos leves eletrificados no Brasil registrou 49.245 unidades emplacadas, um salto de 41% em relação a ano anterior, chegando a uma fatia de 2,5% do mercado. Em 2021, esse percentual era de 1,8%, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

E importantes iniciativas do setor público e privado em prol da eletromobilidade ganham força no país. Grandes empresas, por exemplo, estão investindo no uso de caminhões elétricos nas frotas para operações logísticas.

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Leis municipais também vêm contribuindo para a expansão de pontos de recarga, com a obrigatoriedade da instalação de sistemas de carregamento de veículos elétricos e híbridos em edifícios residenciais e comerciais novos. Na cidade de São Paulo, a lei entrou em vigor em março de 2021.

A capital paulista também proíbe desde outubro do ano passado a inclusão de ônibus movidos a diesel na frota do transporte coletivo. A meta é de que a frota tenha, no mínimo, 20% de veículos elétricos até o fim de 2024.

A cidade recebe, portanto, a Fórmula E não como uma iniciativa isolada, mas parte de um movimento maior rumo a um futuro mais sustentável. Nesse sentido, a competição contribui para amplificar debates e iniciativas no Brasil, dando maior visibilidade ao tema para a construção de uma agenda nacional de mobilidade elétrica.

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