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Nova Saveiro é o símbolo da resistência

Por Lucia Camargo Nunes* – O segmento de picapes, que cresceu nos últimos dois anos e detém hoje 18,6% do mercado, tem na categoria de pequenas 44% desse share. As médias representam 35%, as compactas 19% e as grandes, 2%.

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A Fiat Strada é a líder dos comerciais leves, com acumulado de quase 74 mil unidades de janeiro a agosto, com 71,8% de share entre as pequenas. Já a VW Saveiro atingiu, até agosto, 29 mil unidades e tem 28,2% de participação.

De olho nesse potencial de crescimento, embora sem muitas armas para competir com a rival, a Volkswagen lançou a linha 2024 da Saveiro.
Com algumas mudanças visuais, novos conteúdos e estratégia agressiva de preços, a Volks pode chamar a atenção, mas as chances de crescer são remotas.

A começar pela levíssima reestilização, que pouco avançou no estilo: capô mais alto e novos faróis e para-choques que lhe conferem mais robustez são os argumentos do marketing da Volks.

Caçamba e motor foram mantidos, o que não é ruim. Mas as versões de cabine dupla não ganharam as esperadas portas traseiras.

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Não houve evolução de motor, câmbio e espaço interno – diga-se, mais opções de propulsores e uma transmissão automática. As limitações da plataforma, por exemplo, não permitem sequer que a Saveiro ganhe um VW Play de multimídia.

A versão Extreme é a resposta as Stradas mais esportivas (turbo e CVT), mas nesse segmento, a representatividade fala mais alto nas versões de trabalho, de cabine simples. Embora a Volks não detalhe seu share, informa que 80% dos emplacamentos são corporativos, ou seja, as versões voltadas para o trabalho.

No caso das Stradas, cerca de 60% das vendas são dos modelos de cabine plus (duas portas). Outros 28%, as cabines duplas manuais. As duplas automáticas têm apenas 12% de participação.

A Volks, por sua vez, fala em tradição da sua picape e menor custo de propriedade. Num rápido levantamento de seguro, a partir de um perfil conservador, o valor do seguro da Saveiro é quase a metade em relação à picape da Fiat, que por sua vez, tem planos de revisões ligeiramente mais acessíveis.

A Volks manteve um preço competitivo (R$ 95.770) na versão de entrada, versus R$ 100.990 da rival Fiat (Endurance, que ganhou upgrade do motor 1.3 Firefly). São 4 versões da Volks, duas de cabine simples e duas duplas.

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Com um conjunto de motor, câmbio e suspensão muito bem acertados (1.6 de 116 cv e transmissão manual de 5 marchas, freio a disco nas 4 rodas, molas e amortecedores mais altos), a Saveiro se sobrepõe à Strada (1.3 de até 107 cv, câmbio manual de 5 marchas) mas perde pela caçamba.

O modelo Volks leva até 924 litros e 664 kg nas cabines simples, enquanto as duplas, 580 l e 638 kg.

A picape da Fiat tem capacidade para 1.354 l e 720 kg nas simples, e 844 l e 650 kg nas versões de cabine dupla.

Se fosse uma partida de tênis, a Saveiro seria o jogador em desvantagem: sabe que não pode desistir, joga o que pode para se manter vivo no set, tenta confirmar seu serviço e segurar a artilharia do rival (no caso a Strada, com 4 portas, câmbio CVT e até motor 1.0 turbo).

Enquanto não estiver apta para lançar uma novíssima geração, o que só deve ocorrer em 2025, a Volks decide manter sua veterana em pé, firme, mesmo sabendo que vai continuar perdendo o jogo.

*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br. E-mail: lucia@viadigital.com.br

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