Novas tecnologias em radares estão garantindo a possibilidade de um monitoramento que vai além dos níveis de velocidade. Utilizando o chamado efeito doopler, atrelado ao laço digital – radares instalados em cidades como Curitiba, São Paulo e Salvador – tem como diferencial – detectar o comportamento do motorista.
O uso do doppler, juntamente com o uso de tecnologias como o laço indutivo e laço virtual (cálculo sobre imagem) é possível capturar informações referentes a presença e tempo de passagem dos veículos, permitindo registrar informações estatísticas e as infrações de trânsito como, por exemplo, veículos acima da velocidade permitida, parada sobre faixa de pedestres, avanço de semáforo no vermelho, fluxo em contramão e conversão proibida.
Os equipamentos conseguem registrar tudo o que estiver até uma distância de 100 metros antes e depois do seu ponto de instalação com muita precisão, diferentemente dos radares que utilizam apenas sensores no chão.
Conforme prevê a resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) os radares devem ser todos homologados por portaria do Inmetro e são aferidos periodicamente. O sistema que capta altas distâncias e atende até quatro faixas de carros.
“O objetivo passa não ser apenas medir a velocidade, mas também o que o veículo está fazendo. São capacidades expandidas de fiscalização de radares”, explica o especialista em mobilidade urbana, Guilherme Araújo.
Entre as vantagens do método não intrusivo estão a detecção de veículos, evita a destruição do pavimento para instalação dos sensores, a paralisação da via para manutenção e gastos desnecessários aos gestores públicos
“É uma das tecnologias mais avançadas do mundo. Os sensores têm alcance de centenas de metros e monitoram todo o trajeto percorrido pelo veículo, permitindo aos agentes públicos monitorar e avaliar tendências de comportamento dos condutores, bem como autuar – se houver desrespeito e legislação vigente”, explica Guilherme Araújo, presidente da Velsis, empresa de soluções em mobilidade que possui o maior número de equipamentos não intrusivos instalados no Brasil.
Ao todo, são mais de 1699 faixas monitoradas e 731 equipamentos instalados em diferentes cidades.
Exemplos: Em Curitiba, o programa Muralha Digital com suas 1,9 mil câmeras instaladas em diversos pontos da cidade e integradas a um Centro de Operações, reduziu em 40% a criminalidade onde estão dispostas.
Já em Salvador, após o início do uso da tecnologia não intrusiva, o número de mortes em decorrência de acidentes de trânsito diminuiu em 56%, saindo de 247 mortes registradas em 2012, para 109, em 2022. Neste período também houve uma redução de 57% na quantidade de acidentes, passando de 6.827, em 2012, para 2.946, no ano passado.
Em São Paulo, a empresa venceu a licitação para instalação dos equipamentos, aguarda apenas a definição da data dos testes.
Segundo Guilherme Araújo, atualmente, as tecnologias são fabricadas utilizando inteligência artificial e integrando dados, vídeos e imagens para otimizar ações de fiscalização de trânsito e de segurança pública nas rodovias e vias públicas.
“Estamos em um momento da história em que se torna mais frequente a fusão de tecnologias para realizar funções complexas, para melhorar a experiência e a segurança dos usuários, trazendo benefícios para a sociedade”, finaliza Guilherme.