Em meio ao aumento expressivo das importações de veículos elétricos e híbridos, principalmente da China, a Anfavea busca antecipar a aplicação do imposto de importação para proteger a competitividade da indústria brasileira.
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, anunciou durante o Seminário AutoData Revisões das Perspectivas 2024 que a entidade está negociando com o governo federal a antecipação do cronograma de retorno do imposto de importação para veículos eletrificados.
A medida visa conter o significativo aumento nas importações, que cresceram 38% nos primeiros cinco meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2023, sendo a China responsável por 82% desse crescimento.
“Estamos vivendo um momento crítico para nossa indústria automotiva. O aumento das importações representa um risco à competitividade local. Se não agirmos agora, corremos o risco de perder fabricantes e comprometer o desenvolvimento do setor“, alertou Lima Leite.
A proposta da Anfavea é antecipar a aplicação do imposto de importação de 35%, originalmente previsto para 2026, para o mais breve possível. Segundo Lima Leite, esta medida é crucial para equilibrar a produção local com as importações, garantindo que o Brasil mantenha sua capacidade de competir no mercado global de veículos eletrificados.
Além da preocupação com a competitividade, Lima Leite também abordou a introdução do imposto seletivo na reforma tributária, denominado “imposto do pecado”, que pode impactar negativamente o consumo de veículos novos. Ele defendeu que, caso implementado, o imposto deveria ser aplicado de forma equitativa para todos os tipos de veículos, embora questionasse sua relevância para a indústria automotiva.
A Anfavea mantém projeções de crescimento para o setor em 2024, com estimativas de alta nas vendas, exportações e produção de autoveículos. No entanto, Lima Leite alertou que as metas podem não ser alcançadas sem ação urgente para conter as importações e promover acordos bilaterais que impulsionem as exportações brasileiras.