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Estudo aponta concorrência desleal na importação de pneus no Brasil, ameaçando indústria nacional

Um estudo realizado pela LCA Consultoria Econômica, a pedido da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), revelou uma crescente preocupação com a concorrência desleal no mercado brasileiro de pneus, especialmente na importação de produtos de carga e passeio.

Segundo o levantamento, os pneus de carga importados ingressaram no Brasil em 2023 a um custo médio de U$ 2,9 por kg, enquanto no mercado internacional, o mesmo produto foi comercializado por U$ 4,2 por kg, destacando uma discrepância significativa.

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O Brasil foi identificado como o país com o menor preço médio para pneus de carga importados entre os mercados avaliados, com valores 69% menores em comparação ao mercado internacional. Essa disparidade se estende também aos pneus de passeio, onde o preço de importação foi de U$ 3,2 por kg, contra U$ 5,7 por kg no mercado internacional.

Impactos na Indústria Nacional – De acordo com Klaus Curt Müller, presidente executivo da ANIP, a entrada de pneus importados a preços extremamente baixos, especialmente de países asiáticos, está afetando negativamente toda a cadeia de produção no Brasil.

“Essa concorrência desleal ameaça empregos, coloca em risco investimentos futuros e desorganiza a cadeia produtiva,” afirmou Müller. O aumento da importação de pneus de passeio foi de 104% entre 2021 e 2023, enquanto o segmento de carga registrou um crescimento de 84% no mesmo período.

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No caso dos pneus de passeio, a distorção também é significativa. Em 2023, o kg do pneu importado era comercializado internacionalmente a US$ 5,7 o kg. No Brasil, o produto está chegando ao país por U$3,2 o kg. Nos EUA, o valor de ingresso de pneus importados de passeio estava balizado em U$ 5,8 o kg e, na França, a US$ 6,5 o kg.

Medidas de Proteção – Enquanto países como EUA, México e nações europeias levantaram barreiras tarifárias para proteger suas indústrias locais, o Brasil ainda não implementou medidas semelhantes. Nos EUA, por exemplo, medidas antidumping e compensatórias contra as importações chinesas reduziram as importações em até 30,5% após a sua adoção.

Em resposta à situação no Brasil, a ANIP entrou com um pedido junto à Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex) para a elevação temporária da Tarifa Externa Comum (TEC) de 16% para 35% sobre pneus de passeio e de carga por 24 meses.

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“Essa medida é essencial para evitar demissões e a desestruturação da cadeia produtiva de pneus no Brasil,” justificou Müller, destacando que atualmente, 2.500 trabalhadores estão parados aguardando para retornar aos seus postos.

Com 11 fabricantes de pneus operando em 21 plantas industriais distribuídas em 7 estados, a indústria de pneus no Brasil investiu cerca de R$ 11 bilhões nos últimos 10 anos para aprimorar processos, aumentar a capacidade de produção e avançar em tecnologia e sustentabilidade. Esse setor emprega diretamente 32 mil trabalhadores e gera 500 mil postos indiretos de trabalho.

A situação crítica enfatiza a necessidade urgente de medidas para proteger a indústria nacional de pneus contra a concorrência desleal e garantir a continuidade dos empregos e investimentos no país.

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