Na produção automotiva, o hidrogênio é peça-chave para o tratamento térmico, oferecendo resistência e qualidade em componentes essenciais, como engrenagens e molas.
Com a indústria automobilística brasileira em crescimento contínuo, a demanda por componentes de alta qualidade também cresce. De acordo com a ANFAVEA, o setor de produção de veículos tem registrado aumentos consistentes, com destaque para o acumulado do primeiro trimestre de 2024, que somou 538 mil unidades. Dentro dessa cadeia, o tratamento térmico é um dos processos mais críticos para assegurar a durabilidade e resistência das peças.
Hortência Santos, Engenheira de Aplicações e Desenvolvimento da Air Products, explica que o tratamento térmico é essencial para componentes automotivos. O processo envolve o aquecimento e resfriamento de peças metálicas sob condições controladas, proporcionando as propriedades mecânicas necessárias para suportar o desgaste e a pressão no uso diário. “O tratamento térmico aumenta a durabilidade das peças e permite a fabricação de componentes com as características específicas para cada aplicação”, explica Hortência.
Diferentes tipos de tratamento térmico são empregados conforme as necessidades das peças e dos materiais, podendo aumentar a ductilidade, resistência mecânica ou melhorar a trabalhabilidade durante a produção. Segundo a especialista, o oxigênio presente no ar é um desafio no tratamento de metais, pois pode causar oxidação e prejudicar as propriedades do material. Para resolver isso, o hidrogênio é utilizado como gás de proteção, muitas vezes combinado com nitrogênio e argônio, formando atmosferas controladas.
Na produção de peças automotivas, como engrenagens, molas, bielas e virabrequins, o tratamento térmico ajuda a melhorar a resistência ao desgaste, a tenacidade e a durabilidade dos componentes. “Engrenagens, por exemplo, recebem tratamento térmico para aumentar a dureza superficial, o que aumenta sua resistência ao desgaste”, comenta Hortência. Já as molas, responsáveis pela absorção de choques, são tratadas para assegurar sua resistência durante a vida útil do veículo.
O hidrogênio também permite obter superfícies metálicas com acabamento de alto brilho e previne a formação de óxido. Além disso, o monitoramento do ponto de orvalho – ou Dew Point – é essencial para garantir a eficiência do tratamento. Essa técnica monitora a temperatura em que o vapor de água se condensa, ajudando a controlar a umidade no processo, fator que influencia diretamente na qualidade final do tratamento térmico.
Outro ponto importante é a conformidade com a norma IATF 16949, que orienta a qualidade na produção de peças para o setor automotivo. O tratamento térmico desempenha um papel fundamental para que os componentes atendam a esses rigorosos padrões, prevenindo defeitos de fabricação e aumentando a segurança dos produtos.
A Air Products, líder em soluções de gases industriais, oferece suporte a diversas empresas do setor com serviços especializados, como fornecimento de gases e detecção de vazamentos, que ajudam a otimizar a produção. Hortência destaca que a empresa atende a indústrias de todos os tamanhos, oferecendo soluções personalizadas, desde tanques e plantas on-site até gases a granel.
À medida que a indústria automotiva busca tecnologias avançadas e sustentáveis, o hidrogênio e o tratamento térmico destacam-se como aliados na fabricação de peças de alta qualidade, duráveis e seguras.