O BYD D1, veículo elétrico criado para atender motoristas de aplicativos, foi retirado do mercado brasileiro após o encerramento de sua produção na China. Apesar de inovações e tecnologias, o modelo não alcançou popularidade, com apenas oito unidades emplacadas em 2024.
A BYD, uma das líderes globais em eletrificação, encerrou a comercialização do modelo elétrico D1 no Brasil, um movimento esperado após a paralisação de sua fabricação na China. O D1 foi desenvolvido em uma parceria inovadora com a DiDi Chuxing, controladora da plataforma 99, e tinha como público-alvo os motoristas de aplicativos. A proposta era clara: oferecer um veículo eficiente e prático, ideal para o transporte urbano, mas os resultados ficaram aquém das expectativas.
Com design funcional e características tecnológicas avançadas, o D1 trouxe diferenciais como portas elétricas deslizantes, que aumentavam a acessibilidade e otimizavam o embarque e desembarque de passageiros. Além disso, o modelo oferecia uma autonomia de até 258 km, alimentada por uma bateria de última geração, destacando-se como uma opção sustentável frente aos veículos tradicionais.
No entanto, o desempenho comercial foi limitado. Em 2024, somente oito unidades do D1 foram registradas no Brasil, um reflexo direto de desafios como o alto preço. Comercializado por R$ 269.990, o custo do veículo foi um fator decisivo para a baixa adesão, especialmente considerando o público-alvo formado por motoristas de aplicativos, que priorizam veículos acessíveis e de menor custo inicial.
Outro ponto que contribuiu para a retirada do modelo do mercado foi o foco restrito. Embora o D1 fosse ideal para operações de transporte compartilhado, ele pouco atraía consumidores convencionais, que buscam maior versatilidade e variedade de uso em seus veículos. Esse posicionamento limitado dificultou sua inserção em um mercado competitivo e em crescimento, como o brasileiro.
Apesar do fim da linha para o D1, a BYD mantém outros modelos elétricos no Brasil, reafirmando seu compromisso com a eletrificação no país. A marca segue investindo em SUVs, sedãs e comerciais leves que já possuem maior aceitação entre os consumidores e oferecem uma gama mais ampla de preços e funcionalidades.
Esse caso evidencia os desafios enfrentados por veículos elétricos focados em nichos específicos, especialmente em mercados onde o custo de aquisição ainda é uma barreira significativa. A saída do D1 reforça a importância de alinhar inovação e acessibilidade para conquistar diferentes perfis de consumidores e expandir o impacto dos elétricos no setor automotivo.
Por outro lado, a parceria com a DiDi Chuxing foi um marco no desenvolvimento do modelo, mostrando como a integração entre fabricantes e plataformas de mobilidade pode gerar soluções únicas. Ainda que o D1 tenha saído de cena, ele deixa lições importantes sobre estratégia de mercado e o papel da tecnologia no transporte urbano.
A BYD continua a desempenhar um papel de destaque na transição para veículos elétricos, adaptando sua oferta ao que o mercado realmente demanda. Com um portfólio diversificado e ambicioso, a empresa segue como protagonista da transformação sustentável no setor automotivo brasileiro.