Os combustíveis etanol e gasolina apresentam características distintas que influenciam diretamente o desempenho, a eficiência e a durabilidade dos motores. Entenda com a NGK como essas diferenças afetam o funcionamento do seu carro.
O Brasil é referência mundial na utilização de combustíveis alternativos, como o etanol, convivendo com a tradicional gasolina. Apesar de ambos serem amplamente utilizados, as particularidades de cada combustível influenciam aspectos essenciais no funcionamento dos motores, como a taxa de compressão, ignição e durabilidade dos componentes.
A NGK, líder em sistemas de ignição e divisão da Niterra, destaca as cinco principais diferenças entre etanol e gasolina que ajudam a explicar o impacto de cada combustível no motor:
- Taxa de compressão do motor:
O etanol se destaca por sua alta octanagem (110 RON), enquanto a gasolina comum possui 93 RON. Essa característica permite aos motores a etanol operarem com uma maior taxa de compressão, o que resulta em mais potência e torque. Esse diferencial é ideal para quem busca desempenho superior em condições exigentes. - Ponto de ignição:
Motores a etanol possuem uma curva de avanço de ignição mais adiantada, graças à sua resistência à detonação. Essa configuração permite que o etanol ofereça um melhor aproveitamento da combustão, aumentando a eficiência energética. - Grau térmico das velas de ignição:
O etanol gera mais calor na câmara de combustão, exigindo velas de ignição com grau térmico mais frio. Essa adaptação é fundamental para dissipar o calor de maneira eficiente, evitando superaquecimento e danos aos componentes. - Resistência à corrosão:
Devido à sua composição química, o etanol pode acelerar a corrosão em certas condições. Para contornar esse problema, a NGK utiliza um revestimento de níquel-cromo nas velas de ignição, garantindo maior resistência e durabilidade mesmo em contato prolongado com o etanol. - Impacto nos motores flex:
Nos motores flex, a taxa de compressão é ajustada para operar com ambos os combustíveis, utilizando estratégias de identificação para adaptar a curva de ignição e otimizar a combustão. Velas de grau térmico equilibrado e tratamento anticorrosivo são utilizados para garantir o desempenho com etanol e gasolina.
Diferenças no uso prático – O etanol, por sua composição química mais simples, evita a formação de resíduos de carbono na combustão, prevenindo a carbonização das velas. Por outro lado, a gasolina, com uma cadeia carbônica maior, pode gerar resíduos, especialmente em condições de uso inadequadas, como trajetos curtos e motores que não atingem a temperatura ideal de operação.
Segundo Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da Niterra do Brasil, “o tipo de combustível influencia o funcionamento do motor, mas a durabilidade das velas de ignição está mais relacionada às condições de uso do veículo. Para trajetos curtos, a gasolina é mais indicada, enquanto o etanol se destaca em condições severas e para quem busca maior potência.”
Eficiência e autonomia – Além das diferenças no desempenho, a eficiência energética e a autonomia variam entre os combustíveis. A gasolina oferece maior autonomia por litro, enquanto o etanol, devido à menor densidade energética, exige maior volume para percorrer a mesma distância. Contudo, o etanol é mais limpo e menos poluente, destacando-se em cenários de sustentabilidade.
Com essas informações, os motoristas podem escolher o combustível mais adequado às suas necessidades, considerando tanto o desempenho quanto a eficiência e o impacto ambiental.