Com mais de 177 mil veículos eletrificados leves emplacados em 2024, o mercado brasileiro alcançou um crescimento de 89%, impulsionado por novas tecnologias, recordes históricos e maior aceitação dos consumidores.
O mercado de veículos eletrificados leves no Brasil registrou um avanço significativo em 2024, consolidando-se como um marco na história da eletromobilidade no país. Com um total de 177.358 emplacamentos de janeiro a dezembro, os resultados superaram todas as expectativas, marcando um crescimento de 89% em comparação com 2023. Somente em dezembro, foram vendidos 21.634 veículos, o maior número mensal da série histórica.
Entre os eletrificados, os veículos plug-in – que incluem os 100% elétricos (BEV) e híbridos com recarga externa (PHEV) – mantiveram-se como a principal força do mercado, representando 71% das vendas totais. Em números absolutos, foram 125.624 unidades plug-in vendidas ao longo do ano, um salto de 140% em relação a 2023, com dezembro registrando 14.889 vendas plug-in.
Os híbridos sem recarga externa, que incluem modelos HEV, HEV Flex e MHEV, somaram 51.733 emplacamentos em 2024, um crescimento de 24% em relação ao ano anterior. Dentro desse grupo, os micro-híbridos se tornaram foco de debate. Apesar de serem incluídos nas estatísticas de eletrificados, a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) aponta que eles entregam uma experiência limitada de eletrificação, o que motivará uma separação estatística a partir de 2025.
Ricardo Bastos, presidente da ABVE, destacou o crescimento sustentável do setor, mas alertou para a importância de distinguir entre tecnologias de eletrificação plena e aquelas com impacto ambiental reduzido. Segundo Bastos, “manter o foco na eletrificação real, que contribui efetivamente para a redução de emissões, é essencial para garantir a transparência ao consumidor e o progresso da indústria”.
A infraestrutura de recarga foi outro pilar importante para a expansão do mercado. Até o final de 2024, o Brasil alcançou a marca de 12.000 pontos de recarga públicos e semi-públicos, segundo a Tupi Mobilidade, empresa associada da ABVE. Essa expansão tem reduzido incertezas quanto à viabilidade de viagens mais longas com veículos elétricos, ampliando o alcance do segmento no país.
Os avanços foram acompanhados por uma distribuição geográfica mais equilibrada. São Paulo liderou as vendas com 32% do total nacional (56.819 veículos), seguido por Distrito Federal, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Além das capitais, municípios do interior, como Campinas, Ribeirão Preto e Uberlândia, também registraram alta adesão, reforçando o crescimento fora dos grandes centros.
A participação dos veículos 100% elétricos (BEV) e híbridos plug-in (PHEV) também chamou atenção. No acumulado de 2024, os BEV totalizaram 61.615 unidades (34,74%), enquanto os PHEV alcançaram 64.009 (36,09%). Já os HEV Flex e MHEV dividiram uma fatia menor, mas ainda significativa, com 20.277 e 16.185 unidades, respectivamente.
Com um mercado que não para de crescer, 2024 consolidou a eletromobilidade como uma tendência irreversível no Brasil. Os números não só refletem a aceitação crescente dos consumidores, mas também apontam para uma maior maturidade da indústria e um horizonte promissor para os próximos anos.