Um avião da Delta Air Lines capotou após pousar no Aeroporto Internacional Pearson, em Toronto, na última segunda-feira (17). O acidente, que não deixou vítimas fatais entre os 80 passageiros e tripulantes, levanta questões sobre falha mecânica, condições meteorológicas e possíveis destroços na pista. Investigadores canadenses analisam as causas.
O mundo da aviação foi surpreendido com um grave incidente envolvendo um Bombardier CRJ900 da Delta Air Lines. Imagens que circularam nas redes sociais mostram o momento em que o trem de pouso principal direito colapsa segundos após o contato com a pista, fazendo com que a asa direita atinja o solo e se desprenda da fuselagem. O impacto gerou um incêndio, levando a aeronave a girar até ficar de cabeça para baixo.
A rápida resposta da tripulação garantiu a evacuação segura de todos os ocupantes, e as investigações já começaram para entender o que levou a esse colapso estrutural.
Possíveis causas do acidente
Segundo Mark Stephens, ex-capitão da Delta com 30 anos de experiência, a principal hipótese é a falha estrutural do trem de pouso. “Após a quebra da peça, o avião perdeu a estabilidade, girou e capotou na pista”, explicou ao Business Insider.
Além dessa possibilidade, outros pilotos entrevistados – que pediram anonimato – destacam três fatores que podem ter contribuído para o acidente:
- Rajadas de vento de até 61 km/h – No momento do pouso, a aeronave utilizava a técnica de “crabbing”, em que o nariz do avião é apontado contra o vento para compensar rajadas laterais. Essa manobra exige que o trem de pouso direito toque o solo antes da estabilização completa, o que pode ter aumentado a pressão sobre o equipamento.
- Desgaste estrutural – O CRJ900 envolvido no acidente tinha 16 anos de operação, e Stephens alerta que rachaduras em componentes críticos do trem de pouso podem passar despercebidas nas inspeções de rotina. Caso alguma peça estivesse fragilizada, o impacto do pouso pode ter sido suficiente para causar a quebra.
- Possíveis destroços na pista – A colisão com objetos pequenos, como gelo ou metal, também pode ter sido um fator determinante. Stephens lembra o trágico acidente do Concorde da Air France, em 2000, no qual um pedaço de metal na pista perfurou um tanque de combustível e causou a queda da aeronave. “Se o trem de pouso atingir um obstáculo a 240 km/h, pode ocorrer uma falha catastrófica”, destacou o ex-piloto.
A segurança do CRJ900 e a resposta da tripulação
Apesar da gravidade do acidente, o design do Bombardier CRJ900 ajudou a proteger os passageiros. A fuselagem da aeronave resistiu ao impacto, evitando um desastre maior. Além disso, a evacuação foi conduzida rapidamente, seguindo os protocolos de segurança da Delta Air Lines.
O Transportation Safety Board do Canadá (TSB) já iniciou uma investigação detalhada, com apoio de autoridades dos EUA e da Bombardier. Enquanto isso, a Delta Air Lines ainda não divulgou novas informações sobre o incidente.
Dos 21 feridos, 19 já receberam alta hospitalar, e os dois restantes seguem em observação.
Esse caso reforça a importância das inspeções rigorosas, do treinamento de pilotos para situações extremas e da atenção dos passageiros às instruções de segurança.