O funcionamento conjunto entre molas e amortecedores é essencial para a estabilidade, conforto e segurança do veículo. Manutenções isoladas ou incorretas desses itens comprometem a dirigibilidade e aumentam o risco de acidentes.
Quando falamos em sistema de suspensão, poucos motoristas se dão conta de que molas e amortecedores precisam trabalhar em sintonia perfeita para garantir segurança, conforto e estabilidade. É essa harmonia que mantém o carro firme no solo, absorve imperfeições do piso e proporciona controle em curvas e frenagens. Mas qualquer desequilíbrio nesse conjunto pode comprometer seriamente a dirigibilidade.
Segundo Juliano Caretta, supervisor técnico da DRiV, empresa responsável pela marca Monroe, é comum que reparadores troquem apenas os amortecedores, mantendo as molas antigas. “Não adianta trocar os amortecedores e manter o jogo de molas antigo. O rendimento de um depende diretamente da eficácia do outro”, alerta o especialista.
As molas sustentam o peso do veículo e acumulam a energia gerada pelo movimento da carroceria, enquanto os amortecedores são responsáveis por dissipar essa energia, controlando o retorno das molas após impactos. Sem o amortecedor, o veículo “quicaria” de forma descontrolada após cada irregularidade do solo.
Essa simbiose se torna ainda mais crítica em situações como curvas em alta velocidade, frenagens bruscas ou piso irregular. Um componente fora de especificação, desgastado ou mal instalado pode gerar instabilidade, aumento da distância de frenagem e perda de aderência dos pneus. Um estudo da Universidade de Dresden, na Alemanha, mostrou que veículos com amortecedores danificados podem exigir até 30% mais distância para parar.
Além disso, uma mola deteriorada pode sobrecarregar o amortecedor, provocar ruídos e causar deformações na geometria da suspensão. Isso leva a desgaste irregular dos pneus, redução da vida útil de componentes adjacentes e risco de perda de contato com o solo.
Para evitar esses problemas, a recomendação é substituir molas e amortecedores em conjunto, preferencialmente com kits de reposição pré-selecionados e homologados, que asseguram compatibilidade entre os componentes. Esses kits reduzem o tempo de instalação, evitam retrabalho e aumentam a confiabilidade do serviço prestado.
Caretta reforça que a verificação dos códigos de aplicação corretos de molas e amortecedores é indispensável. “A incompatibilidade entre os itens compromete a eficiência da suspensão e pode gerar falhas como vazamentos prematuros, perda de controle e desgaste prematuro”, conclui.
Nos casos de dúvida, a melhor escolha é optar por kits prontos de fabricantes reconhecidos, com suporte técnico e especificações adequadas para cada modelo de veículo.
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Amortecedor – Componente hidráulico que controla os movimentos da mola, evitando oscilações excessivas e garantindo contato constante dos pneus com o solo.
Mola helicoidal – Elemento que sustenta o peso do veículo e absorve impactos. Funciona em conjunto com o amortecedor para estabilizar a carroceria.
Geometria da suspensão – Alinhamento correto das rodas em relação à carroceria. Pode ser afetada por desgaste ou troca inadequada de molas e amortecedores.
Kit de suspensão – Conjunto que inclui amortecedores, molas e, em alguns casos, coxins e batentes, pré-selecionados para garantir compatibilidade e performance ideal.