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Imposto seletivo preocupa setor automotivo brasileiro

Líderes de grandes montadoras expressam incerteza sobre tributo que entra em vigor em 2027.

O setor automotivo vive um momento de apreensão com a proximidade da vigência do Imposto Seletivo. A falta de regulamentação clara sobre o novo tributo gera grande imprevisibilidade para fabricantes, fornecedores e toda a cadeia produtiva, ameaçando os investimentos e o crescimento do mercado automotivo nacional.

O Imposto Seletivo é um dos temas que mais tem tirado o sono da indústria automotiva. O tributo, que é parte da Reforma Tributária, está previsto para entrar em vigor a partir de janeiro de 2027.

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A principal preocupação, segundo o setor, é o alto grau de imprevisibilidade que o novo imposto traz para todos os elos da cadeia. A incerteza se estende desde os fabricantes até os distribuidores e fornecedores.

Igor Calvet, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), afirmou que o tributo é a principal preocupação do momento. A declaração foi feita durante um evento do setor.

Segundo o dirigente, o segmento está a menos de um ano e meio do início da vigência das novas regras e ainda não há uma definição sobre a carga tributária que incidirá sobre os veículos.

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A falta de clareza pode, na visão da Anfavea, resultar em um aumento na carga de impostos para os automóveis. Isso, por sua vez, contraria a proposta original do governo.

A declaração de Calvet foi feita durante o painel de encerramento do ABX25, evento promovido pela Automotive Business. O encontro ocorreu no São Paulo Expo.

A preocupação foi endossada por outros importantes nomes do setor, todos CEOs de grandes empresas presentes no painel de encerramento do evento.

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Entre os executivos presentes estavam Rafael Chang, da Toyota América Latina, Ciro Possobon, da Volkswagen Brasil, e Mauro Correia, da HPE.

O painel também contou com a participação de Martin Galdeano, da Ford América do Sul, e Diego Fernandes, COO da GWM Brasil, reforçando o coro de preocupação da indústria.

O Imposto Seletivo deverá incidir de forma complementar a outros tributos já existentes sobre os veículos. Isso se aplica a automóveis com todos os tipos de motorização.

A Anfavea alerta que a medida tem potencial para afastar os compradores de modelos novos do mercado. A consequência seria prolongar o tempo de uso de veículos mais antigos.

Veículos com maior tempo de rodagem tendem a ser menos seguros e mais poluentes. Essa situação estaria na contramão da atual política industrial do governo federal, o Mover.

O programa Mover incentiva investimentos em produtos cada vez mais limpos e com tecnologias de segurança de última geração, o que contrasta com o provável impacto do Imposto Seletivo.

Além do tributo, Calvet também destacou a necessidade de avançar nas regulamentações do programa Mover. O programa ainda não é visto como um grande marco pelo setor.

Segundo o presidente da Anfavea, a lista de normas a serem publicadas ainda é extensa. A previsibilidade, na visão do setor, era e continua sendo a palavra-chave para o planejamento.

Apesar do cenário de incertezas, nenhuma das empresas presentes sinalizou até o momento algum tipo de revisão de seus planos de investimentos para o futuro.

No total, os investimentos estimados na indústria, somando fabricantes e fornecedores, chegam à marca de R$ 190 bilhões. Esse valor demonstra o compromisso do setor com o país.

Calvet destacou que o setor automotivo brasileiro é resiliente. Ele ressaltou a capacidade da indústria de superar os desafios e seguir em frente.

O presidente da Anfavea encerrou sua fala com uma notícia positiva. Em agosto, o setor bateu o recorde de emplacamentos de novas tecnologias no mercado interno.

Segundo os dados da Anfavea, 11% do mercado interno já é composto por veículos de novas tecnologias. Desse total, um quarto já é de veículos fabricados no Brasil.

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Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, que representa as montadoras instaladas no país.

Imposto Seletivo – Um novo tributo, previsto na Reforma Tributária, que será aplicado de forma complementar sobre produtos e serviços considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

Reforma Tributária – Conjunto de mudanças na legislação fiscal brasileira com o objetivo de simplificar o sistema de arrecadação de impostos.

Mover – Programa de Mobilidade Verde e Inovação, iniciativa do governo federal que incentiva a produção e o desenvolvimento de veículos e tecnologias mais sustentáveis no Brasil.

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