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Descarbonização do transporte avança no FFV 2025 com foco em infraestrutura, inovação e políticas de longo prazo

Discussões destacam o papel estratégico do Brasil na transição energética e na modernização logística.

O 14º Seminário Internacional Frotas & Fretes Verdes 2025 reforçou o papel do Brasil como referência global na descarbonização do transporte, evidenciando a necessidade de coordenação entre infraestrutura, financiamento verde, inovação e políticas públicas estruturantes para acelerar a transição energética.

O encontro, promovido pelo Instituto Besc de Humanidades e Economia e realizado na sede da FIESP, reuniu lideranças empresariais, autoridades públicas e especialistas para debater o futuro da mobilidade sustentável. Na abertura, Igor Calvet, presidente da Anfavea, destacou o potencial único do país na transição energética, lembrando que o setor de transporte responde por cerca de 13% das emissões de CO₂ no Brasil, mas conta com 90% da matriz elétrica e 50% da matriz energética de origem renovável. Para ele, o desafio é transformar essa vantagem estrutural em resultados econômicos e ambientais concretos.

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O seminário foi marcado pela defesa da pluralidade tecnológica, reconhecendo que a descarbonização não seguirá um caminho único. Para Adriano Rishi, presidente da Cummins Brasil, o avanço depende da combinação de soluções como eletrificação, combustíveis alternativos, biometano e melhorias de eficiência. Ele enfatizou que a transição energética exige colaboração e coordenação entre indústria, governo e cadeia logística.

A agenda também reforçou temas estratégicos como financiamento verde, governança setorial e inovação aplicada ao transporte. Renata Isfer, presidente-executiva da ABiogás, apontou o biometano como vetor-chave na descarbonização da frota pesada. Já Rafael Cervone, vice-presidente da FIESP e presidente do CIESP, destacou o papel das políticas de incentivo e do crédito sustentável para acelerar investimentos. Daniel Randon, presidente da Randoncorp, acrescentou que a sustentabilidade precisa ser transversal, integrando indústria e logística sob a mesma estratégia.

O primeiro painel técnico, mediado por Ramon Alcaraz, CEO da JSL, tratou dos desafios estruturais da cadeia logística brasileira. Danielle Bernardes, da CNT, chamou a atenção para a defasagem da malha rodoviária: apenas 12,4% das estradas são pavimentadas, apesar de 65% das cargas circularem por rodovias. A frota cresceu 46% nos últimos dez anos, enquanto a malha pavimentada avançou só 2%, impactando fretes, segurança e emissões. A conta aparece diretamente no bolso: o custo logístico para empresas pode subir até 32% por causa dessa defasagem.

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Em seguida, Edson Dalto, do BNDES, reforçou a necessidade de tornar a resiliência climática um requisito central dos projetos de infraestrutura. Ele lembrou que cada dólar investido em obras adaptadas às mudanças climáticas pode evitar até nove dólares em perdas futuras. Dalto defendeu incluir mitigação e adaptação como pilares do financiamento público, diante da crescente frequência de eventos extremos.

Do lado industrial, Ricardo Portolan, da Marcopolo, explicou como o transporte coletivo é um instrumento fundamental para reduzir emissões, especialmente com o avanço de soluções elétricas, híbridas e a gás. Fechando o painel, Marisa Barros, da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura de São Paulo, detalhou políticas estaduais que apoiam o uso do biometano, como a isenção de IPVA para veículos a GNV e biometano até 2029, além de destacar o potencial produtivo superior a 6,4 milhões de m³ por dia.

Ao longo do evento, especialistas reforçaram que a descarbonização depende menos de uma “revolução tecnológica” isolada e mais de coordenação sistêmica. A combinação entre matriz limpa, base industrial robusta, capacidade agrícola e diversidade energética coloca o Brasil em posição estratégica como laboratório de soluções multitecnológicas.

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O sucesso, porém, exige políticas de longo prazo, previsibilidade regulatória e investimentos consistentes. Sem isso, o potencial brasileiro permanece subutilizado, e o setor perde competitividade global num momento de rápida transformação da mobilidade.

O Frotas & Fretes Verdes 2025 deixa clara a mensagem: a sustentabilidade no transporte só avançará com integração entre infraestrutura, financiamento e inovação — pilares que precisam trabalhar de forma coordenada para garantir competitividade, eficiência e redução real das emissões.

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Biometano
É um biocombustível renovável obtido a partir da purificação do biogás gerado por resíduos agrícolas, urbanos ou industriais. Possui qualidade semelhante ao gás natural e pode substituir combustíveis fósseis em frotas pesadas com baixa emissão de CO₂.

Resiliência climática
Conjunto de ações em infraestrutura que prepara estradas, pontes, terminais e sistemas logísticos para resistir a eventos climáticos extremos, reduzindo riscos operacionais e financeiros.

Pluralidade tecnológica
Estratégia que combina diferentes tecnologias — elétricos, híbridos, biocombustíveis, células a hidrogênio e melhorias de eficiência — para acelerar a descarbonização, adaptando soluções conforme o perfil de cada operação.

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