A indústria automotiva brasileira vive um ponto de inflexão: 87% dos executivos afirmam investir fortemente em inteligência artificial e tecnologias emergentes, segundo levantamento da KPMG. O estudo revela que, para 17% deles, os modelos de negócios e operações serão completamente transformados nos próximos três anos.
O relatório da KPMG destaca que a transformação tecnológica deixou de ser opcional para o setor automotivo. Executivos apontam que a disrupção deve ser abraçada como alavanca de reinvenção, diante de mudanças regulatórias, geopolíticas e da pressão por eletrificação e digitalização.
Um paradoxo chama atenção: 73% acreditam que novos entrantes substituirão fabricantes tradicionais até 2030, mas 70% defendem que as OEMs podem recuperar o domínio ao reconfigurar suas estratégias. Essa visão reforça a disputa entre inovação disruptiva e adaptação das marcas estabelecidas.
Para Ricardo Roa, sócio da KPMG, poucas empresas estão preparadas para o ritmo das mudanças. Ele afirma que a indústria automotiva precisa acelerar a adoção de novas tecnologias e modelos de negócio para não perder competitividade global.
As alianças estratégicas também foram apontadas como fundamentais para o crescimento. 90% dos executivos disseram que parcerias já contribuem ou contribuirão para o avanço das empresas, enquanto 27% destacaram a satisfação do cliente como fator essencial para lucratividade de longo prazo.
Outro dado relevante é que 73% das empresas estão reestruturando suas cadeias de suprimentos. A prioridade é adotar modelos regionais ou de produção local para consumo local, reduzindo vulnerabilidades e aumentando a resiliência diante de crises globais.
O estudo mostra que conflitos geopolíticos e avanços tecnológicos acelerados criam um mercado automotivo imprevisível e fragmentado. Nesse cenário, a capacidade de inovar em velocidade e escala torna-se decisiva para a sobrevivência das montadoras.
A 25ª edição da Global Automotive Executive Survey (GAES) revelou cinco imperativos para a próxima década. Entre eles estão a redefinição do que gera escala e valor, o controle da estratégia digital e o desenvolvimento de mecanismos de relacionamento com clientes em tempo real e orientados por dados.
Também foram destacados a implementação de estratégias de resiliência regional e a estruturação de ecossistemas antes que concorrentes o façam. Esses pontos refletem a necessidade de antecipação e adaptação contínua.
No mercado, marcas como Tesla, BYD e startups de mobilidade já desafiam fabricantes tradicionais com modelos digitais e elétricos. A resposta das OEMs será decisiva para manter relevância frente à nova concorrência.
O perfil de comprador também está mudando, com consumidores mais conectados e exigentes em relação à sustentabilidade e tecnologia embarcada. Isso pressiona as montadoras a oferecer soluções digitais e elétricas acessíveis.
Editorialmente, o estudo da KPMG reforça que o Brasil precisa acelerar investimentos em inovação e qualificação. Sem isso, corre o risco de perder espaço na corrida global pela eficiência e pela mobilidade sustentável.
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O termo OEM (Original Equipment Manufacturer) refere-se às fabricantes originais que produzem veículos e componentes.
A expressão gêmeo digital indica uma réplica virtual de ativos físicos usada para simulação e monitoramento.
Já o conceito de resiliência regional significa adaptar cadeias de suprimentos para reduzir dependência global e aumentar segurança.
