Os motores a combustão interna vêm sofrendo grandes evoluções nos últimos anos, em especial os motores de ciclo Otto, ou seja, motores a gasolina, flex fuel e GNV.
Estes motores possuem diversas aplicações, sendo as mais conhecidas nos automóveis e motocicletas, bem como em geradores e máquinas voltadas à agricultura, além do trabalho e lazer, como aplicações náuticas e pequenos motores.
Mesmo com toda a tecnologia empregada nos mais diversos motores de ciclo Otto, o sistema de ignição permanece com uma função muito especial, que é prover a energia que dará início à reação de queima do combustível.
Para auxiliar os motoristas, a NGK, marca especialista em ignição, esclarece as principais dúvidas sobre os componentes.
“É fundamental entender que o sistema de ignição afeta não apenas o desempenho do motor, mas também pode reduzir a vida útil de outras peças do veículo. Quanto mais tecnológicos os modelos, maior pode ser a exigência sobre esses componentes. Por isso, a NGK recomenda a checagem conforme especificação da montadora, a cada 10 mil quilômetros ou anualmente no caso de automóveis, ou 6 meses ou 3 mil quilômetros no caso das motocicletas. Para aplicações específicas, devemos sempre seguir a recomendação do fabricante do equipamento”, explica Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da NGK.
1. Combustível de má qualidade interfere na vida útil das velas.
Verdade. Combustíveis adulterados ou de má qualidade podem causar carbonização (no caso da gasolina) ou contaminação das velas de ignição, levando a dificuldades na partida, falhas no motor e perda de potência.
2. Combustíveis armazenados por muito tempo afetam as velas de ignição?
Sim, principalmente para aplicações específicas, incluindo veículos de coleção ou uso intermitente, como motores náuticos, que não são utilizados no inverno, devem ter muito cuidado com o “envelhecimento” do combustível, em especial a gasolina, que forma gomas e verniz que dificultam a sua queima e contaminam as velas de ignição.
3. Velas de irídio e platina melhoram o desempenho do motor.
Verdade. Muitos usuários de automóveis e motocicletas instalam velas especiais em seus veículos visando melhorar o desempenho. A NGK disponibiliza dois modelos de velas especiais no mercado de reposição: as linhas Iridium IX e G-Power.
Por possuírem eletrodos produzidos com metais nobres como irídio e platina, elas permitem a redução do diâmetro do eletrodo da vela quando comparado ao níquel (material da vela convencional).
Isso permite gerar uma centelha com mais energia para iniciar a combustão, resultando em uma melhor eficiência de queima da mistura ar/combustível e melhor desempenho do veículo.
4. Problemas na partida em dias frios não têm relação com as velas.
Mito. Embora os veículos tenham evoluído muito nos sistemas de partida a frio, inclusive sem o famoso “tanquinho de gasolina”, velas de ignição desgastadas ou falhas em outros componentes do sistema de ignição (cabos e bobinas) podem dificultar a partida em dias frios. Por isso, é importante que os motoristas façam a checagem dos componentes periodicamente.
5. As velas têm vida útil longa e não exigem manutenção preventiva.
Mito. A cada “faísca”, a vela sofre um pequeno desgaste nos eletrodos, aumentando a distância entre os mesmos e exigindo maior tensão de trabalho em todo o sistema de ignição. A consequência disso é a deterioração de velas, cabos e bobinas.
6. Velas desgastadas diminuem a vida útil de outros componentes.
Verdade. Velas com desgaste excessivo podem reduzir a vida útil de outros componentes como cabos, bobinas e catalisadores.
A bobina e os cabos, por exemplo, podem ser sobrecarregados, provocando o “Flash over”, que é quando a corrente elétrica passa pelo lado externo da vela de ignição. Para evitar problemas, a recomendação é que, no momento da checagem das velas, também se faça uma inspeção das bobinas e dos cabos.
7. Velas de irídio só podem ser usadas em veículos premium.
Mito. Antes presentes apenas em veículos considerados premium, as velas especiais já podem ser encontradas nas mais diversas categorias atualmente.
As velas G-Power e Iridium IX, da NGK, possuem uma ampla gama de aplicações, cobrindo grande parte da frota circulante no País e possibilitando a utilização dessa tecnologia por diferentes tipos de veículos. Consulte as aplicações no site www.ngkntk.com.br ou através do SAC 0800-19-7112.
8. Carros com Start/Stop exigem mais das velas.
Verdade. Veículos que possuem a tecnologia têm baterias, alternadores e motores de partida desenvolvidos especialmente para esses modelos, para que suportem o número elevado de partidas.
Velas de ignição desgastadas ou contaminadas podem causar dificuldades na partida, tornando o sistema desconfortável aos motoristas, sem que a partida seja suave. Por isso, é essencial que os motoristas priorizem a inspeção da peça durante as revisões.
9. O estado das velas não interfere no funcionamento do turbo.
Mito. Os motores turbo trabalham com pressões maiores na câmara de combustão. Este aumento de pressão dificulta o centelhamento da vela, aumentando o seu desgaste.
Por isso, esse conjunto de componentes merece uma atenção especial nos motores turbos. Para evitar falhas, a NGK orienta que o usuário respeite e esteja atento às recomendações de troca e inspeção das velas determinadas pelas montadoras.
10. Apenas uma análise visual é suficiente na inspeção dos componentes.
Mito. A revisão do sistema de ignição deve incluir uma primeira checagem visual, onde é possível detectar trincas, rachaduras, oxidações ou infiltração de óleo e de fluido de arrefecimento na câmara de combustão.
Contudo, pode ser necessária uma segunda etapa utilizando equipamentos específicos, como a medição de resistência e isolação das velas, bem como a medição da tensão no sistema secundário de ignição.
11. Manutenção preventiva ajuda a economizar.
Verdade. O uso de velas desgastadas pode aumentar o consumo de combustível, além de danificar outras peças ao sobrecarregar todo o sistema de ignição. Nessas condições, a vida útil de cabos e bobinas será reduzida.
Sempre que for identificada uma falha no componente, é importante inspecionar todo o sistema. Lembrando sempre que pequenas falhas de ignição nem sempre são percebidas pelos usuários, podendo ser refletidas em um aumento no consumo de combustível.