A sensação de falta de proteção por parte das instituições oficiais, que têm se mostrado incompetentes para evitar o crescimento do número de furtos e roubos de cargas e veículos, tem levado pessoas e empresas a procurar por conta própria uma forma de proteger seus patrimônios.
Dentro deste quadro, os sistemas de rastreamentos surgiram no Brasil há cerca de cinco anos e rapidamente se tornaram uma boa opção tanto para empresas de transporte, para tentar evitar roubos de carga (principalmente eletrodomésticos, medicamentos, cigarros, pneus, café e carne, que são as mais visadas), quanto para proprietários de carros de passeio.
O sistema opera via satélite, com base no GPS (Global Positioning System), uma constelação formada por 24 satélites e suas estações de terra que no início era de uso exclusivo das forças armadas norte-americanas e depois foi liberada para uso civil.
Para comunicação entre as centrais (bases) e os veículos existem três formas: por satélite (Brasilsat), telefone celular ou rádio.
O sistema via satélite é empregado, geralmente, quando os veículos trafegam com freqüência em áreas não cobertas por rádio ou celular. O sistema que usa rádio é preferido onde existe um grande volume de comunicações entre a base (empresa, ou central da operadora) e os veículos circulam por uma área limitada, e não muito extensa.
O sistema via telefone celular mostra-se vantajoso quando a comunicação com os veículos é feita esporadicamente e eles circulam, via de regra, dentro da área de cobertura do celular. A grande virtude deste sistema é que ele fica totalmente oculto no veículo, sendo identificado apenas por um selo no vidro, se o proprietário do carro quiser pregar.
Controle
As vantagens destes sistemas para as empresas vão além do monitoramento simples dos veículos: controle sobre as despesas desnecessárias de combustível e demais insumos, pois impede a utilização indevida dos veículos por seus condutores; aumento da produtividade dos funcionários e prestadores de serviço, através do acompanhamento de suas atividades; e a possibilidade de planejamento de rotas e atividades, tomando como base as redundâncias e falhas no sistema logístico das empresas.
Como funciona?
Após ter o carro roubado, o cliente liga para a Central 24 Horas da empresa onde contratou o serviço e comunica o furto ou roubo, dando a sua senha. A empresa envia o sinal (via satélite, rádio ou celular) para bloquear o módulo eletrônico (ou ignição, dependendo do modelo) e acionar o alarme do veículo.
Algumas empresas também oferecem a possibilidade de bloqueio pela internet, e o cliente pode visualizar, em um mapa na tela do computador, o local exato onde está o carro. Isto pode ser usado não só em caso de roubo ou furto mas quando um pai empresta o carro para o filho e quer saber onde o veículo está, por exemplo.
Instalação e garantia
A instalação dos equipamentos (comunicador, sensores e bloqueador) é simples, pode ser feita em qualquer veículo e dura em média duas horas. Quando o veículo está na garantia, algumas empresas optam por fazer a instalação dentro da concessionária para evitar qualquer problema.
As montadoras dizem que analisam caso a caso e que, se ocorrer algum problema, “o proprietário do veículo somente perde a garantia nos componentes que forem afetados pela instalação deste equipamento”.
Escuta e caixa-preta
Nos sistema por telefonia celular, o cliente, além de todas as vantagens do sistema por satélite (bloqueio por internet, mapas digitalizados etc.), conta com o serviço de escuta e caixa-preta. No primeiro, através de microfones ocultos instalados em vários pontos do carro (até no porta-malas) permite que as conversas dentro do veículo sejam monitoradas assim que o motorista percebe uma situação de perigo e aperta uma tecla no painel.
A caixa-preta registra tudo que o veículo faz, permitindo um controle por parte da empresa ou do proprietário. Através dela, por exemplo, a empresa pode saber se o funcionário rodou com o veículo após o horário de trabalho.
Quando o veículo chega à empresa, um cabo é conectado à central eletrônica e os dados são “descarregados” para um computador que já tem um software específico para isso (fornecido pela empresa de rastreamento).