Quebras inesperadas e acidentes podem ocorrer com o uso de peças recondicionadas. Encontradas facilmente no mercado e com preços bem atrativos, não atendem às especificações técnicas genuínas, aos padrões de qualidade e, portanto, devem ser evitadas.
No caso dos amortecedores, o alerta se faz ainda mais necessário, pois o componente está diretamente atrelado à segurança veicular.
Conforme explicação de Juliano Caretta, coordenador de Treinamento Técnico da Monroe, líder mundial no desenvolvimento e fabricação de amortecedores, o recondicionamento é uma espécie de reforma que pode maquiar itens comprometidos. As peças reaproveitadas não passam pelos mesmos processos de fabricação e qualidade adotados pela fabricante ou autorizadas.
“Em muitos casos, as peças são apenas lavadas e pintadas, ganhando aparência de novas. Nos amortecedores reformados, é comum utilizar um tipo de óleo diferente do fluido especificado para o equipamento, fazendo com que ele apresente variação na carga de amortecimento”, informa Caretta.
“Componentes recondicionados podem apresentar problemas de eficiência, quebras, durabilidade e provocar acidentes sérios.”
Além de comprometer o desempenho operacional e, consequentemente, a segurança, o recondicionamento não oferece garantias ao consumidor.
A recomendação é adquirir somente peças homologadas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), exigir o certificado de garantia e a nota fiscal de compra. Ainda é possível entrar em contato com a fabricante para confirmar a procedência da peça pelo 0800-166-004.
“O amortecedor é, em primeiro lugar, um dos principais itens de segurança do veículo. Somente a peça nova pode assegurar os padrões de qualidade exigido pelas montadoras”, adverte o especialista.
O equipamento é responsável por manter o contato permanente dos pneus com o solo, garantindo a estabilidade e a boa dirigibilidade. A Monroe informa que não existe prazo e nem quilometragem padrão para a troca de amortecedores.
A fabricante aconselha a revisão das condições da peça quando o veículo atingir aproximadamente 40 mil quilômetros rodados e, após este período, a realização de checagens periódicas ou, ainda, conforme orientação da montadora.
A inspeção do equipamento também é recomendada quando o motorista notar problemas de dirigibilidade, independentemente da quilometragem do veículo. Ruídos na suspensão, solavancos, balanços excessivos, falta de contato dos pneus com o solo são alguns dos principais sinais de desgaste.