Rodamos com o Novo Logan equipado com a transmissão automatizada de cinco marchas, que chega como opcional nas versões com motor 1.6 8v (Expression e Dynamique) – Não há dúvidas que o Novo Logan ganhou um completo banho de loja. O visual é destaque nas ruas, com a imponência do alinhamento global da nova identidade visual da marca, seu interior de boa qualidade e com central multimídia, agradando em cheio o consumidor que procura um veículo atualizado em seu segmento, mas o opcional câmbio automatizado Easy’R tira parte desse brilho que o Logan conquistou. Entenda melhor como foi nossa avaliação da versão com motorização 1.6 litro.
A transmissão automatizada surgiu como opção intermediária para sair do câmbio manual, mas sem pagar tanto por uma automática. Cada fabricante buscou uma solução, uma tecnologia que melhor combine com sua motorização e recursos tecnológicos. A Renault foi buscar na fabricante alemã ZF sua tecnologia. Infelizmente nos fez lembrar do câmbio do Agile (modelo já descontinuado pela Chevrolet no Brasil) que tinha uma das piores combinações entre motorização e câmbio automatizado.
E o pior é que mesmo com a boa motorização 1.6 litro oferecida no Novo Logan, a transmissão termina limitando esse desempenho. Disponível como opcional nas versões Expression e Dynamique rodamos com o Logan no Recife por cerca de 15 dias, veículo disponibilizado pela Renault do Brasil para avaliação de imprensa. É nosso dia-a-dia rodarmos com os mais diversos veículos e já testamos I-Motion da Volks, Dualogic da Fiat, Powershift da Ford e temos a percepção de comparação.
Para começar no aspecto visual a alavanca do câmbio lembra muito a de um câmbio normal, mas para por aí. Falta iluminação noturna nos indicadores de posição do câmbio, dificultando na hora da condução, principalmente em manobras, que você precisa ficar atento ao painel com indicação para garantir a posição correta. Nas duas primeiras marchas observamos que a rotação do motor atinge marcas de 3.600 giros, com uma certa dificuldade na troca, sente-se um leve tranco no engate. As três primeiras marchas amarram demais o veículo, tornando-o lento nas saídas. Caso você mude para a opção manual sequencial, com toques na alavanca de câmbio, pois não há opção de borboleta próximo ao volante, ainda assim existem as dificuldades.
Em caso de acelerações bruscas (o chamado “kick down”), o câmbio Easy’R fará as trocas tornando a condução esportiva ou possibilitando uma ultrapassagem mais segura.
Para facilitar as manobras de estacionamento, o Easy’R traz a função Creeping, que faz com que o veículo se mova lentamente bastando tirar o pé do freio com o veículo engatado em primeira marcha ou marcha a ré. O Creeping auxilia também nas arrancadas em rampas de até 4 graus de inclinação. Para inclinações maiores o motorista precisa ficar esperto para evitar que o veículo possa vir a descer antes da aceleração.
O Logan Expression 1.6 8V com câmbio Easy’R, versão avaliada por nossa equipe, assim como o manual, traz de série ar condicionado analógico, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas, direção hidráulica com ajuste de altura, computador de bordo, abertura interna do porta-malas e da tampa do tanque de combustível, airbag duplo e ABS , tem preço médio de R$ 48.990.
A versão Dynamique acrescenta à lista de itens de série ar condicionado digital, vidros elétricos traseiros, retrovisores elétricos, controlador de velocidade, sistema multimídia, apoio de cabeça para o terceiro passageiro no banco traseiro, faróis de neblina, rodas de liga leve, detalhes internos cromados e revestimento interno diferenciado encontramos por R$ 52.580.
O modelo tem garantia de fábrica de 3 anos ou 100 mil quilômetros rodados, prevalecendo o que ocorrer primeiro. O plano de manutenção dos modelos prevê revisões periódicas a serem feitas em intervalos de 10.000 quilômetros ou a cada ano de uso.
Dividindo-se o custo total do programa de manutenção pelo número de dias dos três anos de garantia, o resultado é um custo de manutenção em torno de R$ 1 por dia (para as versões sem ar-condicionado) –um dos mais baixos das categorias.
Apesar do bom espaço interno e capacidade de carga, com 510 litros no porta-malas e abertura interna, falta um melhor aproveitamento de porta-objetos e porta-copos úteis.
Durante nossos testes observamos que com o aumento do giro que o câmbio realiza para só então realizar a troca de marcha, o ruído no habitáculo do veículo aumenta muito, chegando várias vezes a interferir na interagibilidade das pessoas. Acreditamos que a Renault precisa melhorar a eficiência no isolamento acústico do Novo Logan, principalmente quando equipado com a transmissão automatizada.
Destaque no interior para a central multimídia Media NAV 1.2 que integra GPS, Bluetooth, rádio e as funções Eco-Coaching e Eco-Scoring, piloto automático (controlador e limitador de velocidade), mas apenas o vidro do motorista elétrico tem a funcionalidade “one touch”. Na versão avaliada com sensor de estacionamento traseiro, útil, mas esteticamente poderia ser pintado na cor do veículo.
MECÂNICA ONLINE
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Lembro do tempo do Clio. Suspensão era imbatível. Ainda assim, comporta bem os solavancos das esburacadas vias brasileiras. Direção é hidráulica.
MOTOR E CÂMBIO
O motor 1.6 da Renault é bom. Destaque em eficiência energética do INMETRO. Agora o câmbio automatizado Easy’R deixa muito a desejar. A engenharia da Renault sabe que pode fazer melhor. Basta ver seus concorrentes.
CARROCERIA
Imponência e evolução sem igual quando comparado com o anterior. O Novo Logan tem chegada, robustez e combina com a nova identidade visual da Renault.
VIDA A BORDO
Dificuldade na iluminação interna, comprometimento do ruído interno, que muitas vezes atrapalha. Faltam porta-copos funcionais que comportem garrafas de água mineral de maior capacidade, por exemplo, ou mesmo dois lugares para copo.
SEGURANÇA
Está dentro do padrão do segmento, mas sem oferecer nada demais.
SEU BOLSO
Considere muito a diferença de valores entre a versão apenas com câmbio manual e a versão com câmbio automatizado. Se o uso for apenas urbano, estritamente, a opção automatizada oferece mais conforto, comodidade, mas não esqueça que vão surgir alguns trancos e ruídos, e talvez você reclame da saída mais lenta.
OS RIVAIS
Volkswagen Voyage 1.6 I-Motion, Hyundai HB20 S (automático), Grand Siena I-Motion e Chevrolet Prisma (automático).
Arquitetura | Carroceria monobloco, 3 volumes, 4 portas, 5 passageiros | |
Motor | Quatro tempos, bicombustível (etanol e/ou gasolina), quatro cilindros em linha e refrigeração por circuito de água sob pressão | |
Tração | Dianteira | |
Cilindrada | 1.598 cm³ | |
Diâmetro x curso | 79,5 mm x 80,5 mm | |
Taxa de compressão | 10:1 | |
Potência máxima | 112 cv (etanol) @ 5.750 rpm / 107 cv (gasolina) @ 5.750 rpm | |
Torque máximo | 15,5 kgfm (etanol) @ 3.750 rpm / 15,1 kgfm (gasolina) @ 3.750 rpm | |
Alimentação | Injeção Eletrônica Multiponto Seqüencial | |
Rodas | Aço Estampado | |
Pneus | 185/65 R15 | |
Suspensão dianteira | Tipo MacPherson, com triângulos inferiores, amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais e barra estabilizadora | |
Suspensão traseira | Semi-independentes, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais com barra estabilizadora | |
Freios | Freios dianteiros com discos ventilado de 259 mm de diâmetro e freios traseiros com tambores de 203 mm de diâmetro. | |
Direção | Hidráulica, diâmetro giro 10,5 m | |
Câmbio | Automático, 4 velocidades, com opção de troca sequencial de marchas | |
Relações de marcha | 1ª………………….2,73:1 2ª………………….1,50:1 3ª………………….1,00:1 4ª………………….0,71:1 Ré…………………3,55:1 Diferencial………4,70:1 |
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Tanque de combustível | 50 litros | |
Porta-malas (litros) | 510 | |
Entre eixos | 2.630 mm | |
Comprimento | 4.288 mm | |
Altura | 1.534 mm | |
Largura / Largura com retrovisores | 1.740 mm / 1.975 mm | |
Aceleração 0 a 100 km/h | 11,7 s (etanol) / 11,9 s (gasolina) | |
Velocidade máxima | 171 km/h (etanol) / 169 km/h (gasolina) | |
Combustível | Gasolina e/ou Etanol |