Com o aumento da produção de motos no País, cresce também a presença do freio ABS – sistema antitravamento de freios – nos veículos de duas rodas que saem das fábricas.
É o que aponta a terceira edição do estudo do CESVI BRASIL (Centro de Experimentação e Segurança Viária), que analisou 331 versões de motocicletas, motonetas e ciclomotores à venda no País nas montadoras entre 2014 e 2015.
De acordo com a pesquisa, houve aumento de 5,18% na disponibilidade do item como de série em motos em comparação com os anos anteriores.
Em 2014, as motocicletas que não possuíam o ABS nem mesmo como item opcional representavam 67,5% da frota oferecida, enquanto que em 2015 o índice caiu para 62,8%, segundo o estudo.
Outro aspecto importante é a presença de um sistema de frenagem mais eficiente para as motos, constituído pelo freio a disco nas rodas dianteira e traseira, que está presente em 60,73% das versões analisadas, contra os 12,39% das versões que utilizam o sistema de freio a tambor. Ou seja: seis em cada dez motos contam com freio a disco em ambas as rodas.
Cresce o número de motos em circulação no País – De janeiro a junho de 2015, a frota brasileira de motocicletas, motonetas e ciclomotores cresceu 6,06% em relação ao mesmo período de 2014, de acordo com dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), o que faz com que 26,65% do total de veículos no país, atualmente, sejam motos.
Para Emerson Feliciano, superintendente técnico do CESVI BRASIL, o ABS tem considerável relevância para a segurança não só do motociclista, mas também para quem está ao redor, nas ruas e rodovias. “Além de trazer mais segurança e estabilidade para o condutor quando a frenagem de emergência é necessária, quem está ao redor é de igual forma beneficiado. Com mais controle da moto, fica mais fácil desviar de obstáculos e assegurar a distância correta para a frenagem”, afirma o executivo. “Sem dúvidas, a incorporação do ABS à produção das motos, em um momento em que veículos deste porte ocupam cada vez mais as ruas, resulta em maior segurança e confiabilidade ao trânsito de maneira geral”, finaliza.
O novo levantamento mostra que, em motocicletas de até 125 cilindradas, 97% das versões iniciais não contam com ABS de fábrica.
Apenas 3% contam com o ABS mecânico nas rodas dianteiras e não há disponibilidade de motos nessa categoria com o ABS eletrônico, que tem sua eficiência já comprovada. Além disso, o levantamento mostrou que 62% dos modelos contam com freio a disco apenas nas rodas dianteiras.
Na categoria entre 125 e 250 cilindradas, apenas 1,5% das versões disponíveis possuem ABS eletrônico de série e 1,5% possuem o item como opcional.
Das versões analisadas, 47% possuem freio a disco nas duas rodas; 49% somente nas rodas dianteiras e 4% e com freio a tambor em ambas as rodas.
Já entre 250 e 400 cilindradas o número de versões com ABS eletrônico de série corresponde a 16% dos modelos analisados; 74% não contam com o item de série e em 10% o ABS é opcional. Todos as motos desta categoria, no entanto, contam com freios a disco nas rodas dianteira e traseira.
Nas motocicletas entre 400 e 750 cilindradas, 33% dos modelos são vendidos com ABS eletrônico como item opcional; 43% não contam com o item de série e apenas 24% das motos saem das fábricas equipadas com o ABS. Nesta categoria, todos os modelos possuem freio à disco em ambas as rodas.
Por fim, são nas motocicletas acima de 750 cilindradas que estão os modelos com a maior taxa de ABS como item de fábrica (74%). Nesta categoria, 20% não contam com o item de série e apenas 6% possuem ABS como opcional. Em 98% dos modelos há freios a disco nas duas rodas e 2% possuem freio a disco apenas na roda dianteira.