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Montadoras e consumidores tentam chegar a um acordo

por Helio Sugimura, gerente de marketing da Mitsubishi Electric

No mercado automobilístico, atualmente temos um cenário: por um lado, existem clientes que querem sair das revendedoras dirigindo seus carros zero.

Por outro, temos montadoras cuja produção não atende a essa demanda. Segundo a Anfavea, associação que reúne os fabricantes, no primeiro semestre de 2022 foram produzidos no Brasil 1,09 milhão de veículos, uma queda de 5% ante o mesmo período de 2021.

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A redução na produção é provocada pela crise na oferta de componentes, especialmente eletrônicos, como semicondutores, iniciada com a pandemia e agravada pela guerra na Ucrânia e novos lockdowns na China. Afinal, a cadeia de suprimentos é global.

Com isso, montadoras e seus fornecedores interromperam suas produções, reduziram turnos, decretaram férias coletivas.

Enquanto isso, clientes aguardam a entrega de seus carros novos. A solução para esse impasse não é simples, já que a linha de montagem da indústria automobilística é um processo altamente complexo, envolvendo centenas de fornecedores.

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A solução, ainda que parcial, para esse “confronto” – demanda vs oferta, está na automação e flexibilização da linha de montagem automotiva, com a possibilidade de contar com as melhores soluções e inovadoras tecnologias, coletando e analisando informações.

Um novo modelo de entrega – Desde meados do ano passado, em plena pandemia, o mercado automobilístico apresentou um crescimento na demanda maior do que na oferta, o que resultou em prazos de entrega para algumas configurações de carros novos de até um ano, segundo uma matéria publicada no jornal O Tempo, de Minas Gerais.

Prazos de 60 a 200 dias começaram a ser considerados normais. Na época, agosto de 2021, segundo a Anfavea, havia apenas 76,4 mil veículos em estoque no Brasil, número suficiente para apenas 13 dias de vendas, o menor nível em duas décadas.

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E, com a chegada de 2022 e a flexibilização, o mercado automotivo vem incorporando uma nova dinâmica, com uma espécie de novo modelo de entrega, com poucas unidades para pronta entrega, mas, por outro lado, com muitas opções de acessórios tecnológicos, itens de conectividade, segurança, tecnologias de propulsão e inovadores recursos, o que faz com que cada modelo seja quase que único. Não existe mais o Ford T.

Para as montadoras, esse novo modelo traz a vantagem de contar com estoques mais enxutos, mas traz o desafio de ajustar suas linhas de montagem.

Mas o cliente já percebe as vantagens de aguardar mais um pouco pela entrega do seu automóvel, repleto de acessórios.

Flexibilidade é a chave para atender a essa nova demanda – O projeto de uma linha de montagem é determinado pela análise das etapas necessárias para fabricar cada componente do produto, bem como o produto final, no nosso caso, o automóvel.

Todo o movimento das peças deve ser simplificado, sem fluxo cruzado, retrocesso ou procedimento repetitivo. Atribuições de trabalho, número de máquinas e níveis de produção são programadas para que todas as operações ao longo da linha sejam compatíveis.

Com a automação, ao trocar de modelo, você não precisa descartar todas as linhas de produção, mas apenas reprogramar os robôs.

Algoritmos e inteligência artificial oferecem suporte ao planejamento e tornam a tomada de decisões mais eficiente.

Soluções integradas de automação industrial permitem a configuração de linhas de produção de montagem extremamente flexíveis, capazes de trabalhar com uma diversidade de funcionários e equipamentos. Além disso, precisam entregar processos com maior eficiência produtiva.

Ao criar linhas mais eficientes e flexíveis, o retorno de investimento é mais atraente, viabilizando o mix de produto desejado, com necessidade de menor volume de produção para justificar determinado investimento ou viabilidade do projeto.

Montadoras que perseguem estrategicamente esse objetivo podem alavancar ativamente as mudanças em produtos e processos para obter uma vantagem competitiva, bem como se adaptarem mais rapidamente às mudanças nos requisitos do mercado.

E, assim, chegarem a um acordo com os seus clientes, entregando mais rapidamente o tão desejado produto, produzido de acordo com as especificações de cada consumidor.

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