A Agência de Segurança Aérea da União Europeia (EASA) concedeu à Lufthansa Technik, o Certificado de Tipo Suplementar (STC) que abre oficialmente o caminho para a modificação em série de duas variantes do Boeing 777 com os Riblets (películas de superfícies) AeroSHARK economizadores de combustível.
Por meio desse certificado, a implantação da tecnologia sustentável em toda a subfrota, desenvolvida conjuntamente pela Lufthansa Technik e BASF, pode ser iniciada junto à Lufthansa Cargo e Swiss International Air Lines (SWISS). As próximas modificações já estão agendadas para o início de janeiro e vão ocorrer em Frankfurt e Zurique.
Graças à sua estrutura especial de superfície de ranhuras microscópicas – chamadas Riblets – a AeroSHARK reduz a resistência à fricção da pele da aeronave. Como resultado, o consumo de combustível e as emissões de CO₂ são reduzidos em cerca de um por cento.
Para cada Boeing 777-300ER, operado pela SWISS, isso significa uma economia anual de cerca de 400 toneladas de querosene e mais de 1.200 toneladas de dióxido de carbono. Já, o Boeing 777F economiza cerca de 370 toneladas de combustível e 1.170 toneladas de CO₂ a cada ano.
Um primeiro Boeing 777-300ER da companhia aérea suíça (HB-JNH), equipado com AeroSHARK, também completou o programa de testes de voo para a certificação agora recebida, já havia começado as operações diárias em outubro utilizando uma “licença de voo” temporária do Escritório Federal Suíço de Aviação Civil (FOCA) que era válida apenas para esta única aeronave.
O STC emitido pela EASA, agora permite à Lufthansa Technik aplicar em série os filmes Riblets inspirados na natureza a qualquer aeronave Boeing 777-300ER e 777F.
A modificação do HB-JNH na AeroSHARK já começou no final de agosto e culminou nos chamados voos STC com a EASA em 8 e 9 de setembro. Durante esses voos, foi necessário fornecer provas detalhadas de que a modificação da AeroSHARK não teve impacto negativo na segurança operacional e no manuseio do Boeing 777.
O voo STC foi seguido por várias semanas de avaliação dos dados coletados e outros documentos, tais como valores medidos a partir de simulações de fluxo. Após concluir recentemente sua revisão de todos os documentos apresentados, a EASA finalmente concedeu o STC.
“A aprovação da AeroSHARK para as variantes do Boeing 777 é um passo importante na distribuição desta nova tecnologia para maior sustentabilidade no transporte aéreo”, disse Soeren Stark, Diretor Executivo da Lufthansa Technik. “Com nosso parceiro BASF, podemos agora apoiar nossos clientes para fazer com que as subfrotas inteiras sejam mais favoráveis ao clima. Além disso, pretendemos usar a nova tecnologia para outros tipos de aeronaves. Somos a única empresa MRO no mundo a oferecer tais soluções para reduzir o consumo de combustível e as emissões de CO₂ para aeronaves comerciais. Naturalmente, estamos muito orgulhosos disso.”
“A realização de tal projeto é possível apenas por cooperação em parceria e grande confiança na experiência de cada um. Juntos, conseguimos desenvolver uma solução sob medida que combina ação econômica e sustentabilidade em igual medida”, explicou Uta Holzenkamp, Presidente da divisão de Tintas e Revestimentos da BASF e, nesta posição, é também responsável pelos filmes funcionais. “Com o filme funcional Novaflex Sharkskin, estamos ajudando nossos clientes a atingirem suas metas individuais de sustentabilidade e, assim, tornar a aviação muito mais amigável com o meio ambiente”.
SWISS e Lufthansa Cargo equiparão sucessivamente todos os doze de seus 777-300ER e onze 777F com AeroSHARK. Serão assim as primeiras companhias aéreas de passageiros e de carga do mundo a otimizarem uma subfrota completa com os filmes Riblets.
Uma vez que todos os Boeing 777s da Lufthansa Cargo e SWISS tenham sido modificados com o AeroSHARK, o Grupo Lufthansa reduzirá a sua pegada de carbono em mais de 25 mil toneladas anuais.
A Lufthansa Technik e a BASF pretendem desenvolver mais consistentemente a tecnologia AeroSHARK para outros tipos de aeronaves e com superfícies maiores, assim, no futuro possam apoiar as companhias aéreas em todo o mundo no cumprimento de suas metas de emissões. Nos cálculos iniciais do modelo, a tecnologia Sharkskin em seu estágio máximo de expansão poderia até mesmo evitar emissões de CO₂ na escala de até três por cento.