Nos cinco primeiros meses de 2024, os municípios do interior do Brasil foram responsáveis por quase metade dos emplacamentos de veículos leves eletrificados, conforme dados da ABVE Data.
A Tesla viu suas vendas caírem mais de 20% em comparação com o trimestre anterior. A BYD, que havia vendido 526.409 veículos elétricos no último trimestre de 2023, teve uma queda de 43% nas entregas no primeiro trimestre deste ano.
As vendas de veículos leves eletrificados em maio confirmam o vigoroso processo de interiorização da eletromobilidade no Brasil. De janeiro a maio de 2024, 46% dos emplacamentos de eletrificados ocorreram fora das capitais, totalizando 29.697 unidades do total de 64.908 no país.
Desses veículos eletrificados vendidos no interior, 68% (20.250) foram modelos BEV e PHEV com recarga externa. Os híbridos convencionais representaram os 32% restantes (9.497), com destaque para os híbridos flex movidos a etanol, que constituíram 44% desse segmento.
Ricardo Bastos, presidente da ABVE, destacou a importância dessa distribuição uniforme da eletromobilidade em diferentes regiões do Brasil. “A eletromobilidade não está mais concentrada em algumas capitais, mas se espalha uniformemente pelo país”, afirmou Bastos.
Em maio de 2024, o Brasil emplacou 13.612 veículos leves eletrificados, um crescimento de 111,5% em relação a maio de 2023. No acumulado do ano, houve um aumento de 149% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A participação de mercado dos eletrificados se manteve constante em torno de 7% a 8% do total de vendas de veículos leves.
Os veículos elétricos plug-in (BEV e PHEV) lideraram as vendas em maio, representando 66,5% dos emplacamentos de eletrificados no mês. Os BEV 100% elétricos foram responsáveis por 5.175 unidades, um crescimento significativo de 742% em comparação com maio de 2023. Os PHEV tiveram 3.882 emplacamentos, crescendo 60% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Os híbridos não plug-in (HEV+HEV FLEX+MHEV) representaram 33,5% das vendas de eletrificados em maio, totalizando 4.555 veículos. Os híbridos HEV a gasolina/diesel cresceram 182% em comparação com maio de 2023, enquanto os híbridos flex apresentaram um leve aumento de 17,5%.
A tendência de crescimento sugere que o mercado brasileiro de eletrificados pode atingir a marca de 300 mil veículos em circulação até o final do segundo semestre de 2024, com a ABVE projetando mais de 150 mil emplacamentos para o ano.
Subcompacto elétrico BYD Dolphin Mini, que atingiu recorde de vendas em abril, sofre queda significativa devido à paralisação de servidores do Ibama.
As vendas do subcompacto elétrico BYD Dolphin Mini, que haviam atingido um recorde de 3.143 unidades em abril, caíram 55% até o dia 28 de maio, de acordo com números preliminares do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores).
Com 1.728 unidades vendidas até a data mencionada, o BYD Dolphin Mini caiu para a oitava posição no ranking dos hatches mais vendidos. A principal razão para essa queda acentuada nas vendas é a greve dos servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que afetou o processo de homologação e licenciamento de novos veículos.
Tesla e BYD enfrentam desafios no mercado global de veículos elétricos com queda nas vendas e aumento da concorrência.
A Tesla recuperou seu título de maior vendedor de veículos elétricos do mundo no primeiro trimestre deste ano, após ter perdido a liderança para a BYD no ano passado. De janeiro a março, a Tesla entregou 386.810 veículos e produziu 433.371 unidades, registrando uma queda de 8,5% e 1,7% em relação ao ano anterior, respectivamente. No entanto, a Tesla superou as 300.114 unidades vendidas pela BYD no mesmo período.
Apesar de ter retomado a liderança, tanto a Tesla quanto a BYD enfrentaram um declínio nas vendas nos últimos três meses devido ao aumento da concorrência no mercado de elétricos e à diminuição da procura global, especialmente na China.
A Tesla viu suas vendas caírem mais de 20% em comparação com o trimestre anterior. A BYD, que havia vendido 526.409 veículos elétricos no último trimestre de 2023, teve uma queda de 43% nas entregas no primeiro trimestre deste ano.
A Tesla atribuiu suas quedas nas vendas à atualização de sua fábrica em Fremont, Califórnia, às paralisações de produção causadas pelo conflito no Mar Vermelho e a um incêndio criminoso na Gigafactory Berlim. A gigante automobilística chinesa BYD, por outro lado, não comentou as razões por trás de seu declínio nas vendas.
Tanto a Tesla quanto a BYD enfrentam uma diminuição da demanda por veículos elétricos e uma intensificação da concorrência na China, à medida que novos concorrentes, como a Xiaomi, entram no mercado e os rivais reduzem os preços em um contexto de desaceleração econômica.