A 31ª edição do SIMEA 2024 – Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva discutiu amplamente o futuro da mobilidade verde e a transição energética, com ênfase no papel do Brasil e as oportunidades criadas pelo Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover).
Nos dias 21 e 22 de agosto, o SIMEA 2024 reuniu, em São Paulo, líderes da indústria automotiva, representantes do governo e especialistas para discutir as tendências e desafios da mobilidade verde e da transição energética. O evento, realizado no Novotel Center Norte, contou com a participação de montadoras, fornecedores e a apresentação de 60 trabalhos técnicos, destacando as tecnologias que prometem transformar o setor automotivo brasileiro.
Na sessão de abertura, Marcus Vinicius Aguiar, presidente da AEA – Associação Brasileira da Engenharia Automotiva, destacou o momento de transformação sem precedentes pelo qual passa o setor, reforçado pelo Mover, que impulsiona a inovação e a sustentabilidade na indústria automotiva nacional. Gábor Deák, diretor do Sindipeças, comparou o atual cenário a um filme de suspense, mencionando os desafios enfrentados, mas também as oportunidades que o Brasil tem para liderar em sustentabilidade, aproveitando seus recursos naturais.
Henry Joseph Jr., diretor técnico da Anfavea, enfatizou a importância dos debates promovidos pela AEA para o avanço da descarbonização no Brasil. Ele ressaltou a vantagem do país em possuir uma variedade de rotas tecnológicas para alcançar esse objetivo. Élcio Ferreira, diretor executivo da Abeifa, reforçou o papel dos biocombustíveis como um diferencial competitivo brasileiro.
O evento também prestou homenagem a Wilson Fittipaldi Jr., ícone do automobilismo brasileiro, celebrando sua paixão pela Fórmula 1 e seu legado na engenharia automotiva, inspirando futuras gerações.
Durante os painéis, o tema central foi a transição energética e como o Brasil pode se posicionar como líder global nesse processo. Gábor Deák anunciou investimentos de R$ 50 bilhões por parte da indústria de autopeças até 2028, impulsionados pelo desenvolvimento de híbridos flex a etanol. Ricardo França, da Ipiranga, destacou a autonomia do Brasil em não depender de soluções importadas para a transição energética. Ana Mandelli, do IBP, lembrou que o Brasil é o segundo maior produtor de biocombustíveis e o oitavo maior de petróleo no mundo.
O segundo dia do evento abordou temas como mobilidade verde e os avanços necessários para um futuro sustentável. Margarete Gandini, do MDIC, apresentou as propostas do Mover, que incluem incentivos para P&D, reciclagem de veículos e a avaliação de emissões nas fábricas a partir de 2026. Anderson Borille, da AEA, comentou sobre o apoio técnico dado ao governo para a implementação dessas medidas, enquanto Roger Guilherme, da Volkswagen, discutiu os desafios e oportunidades do projeto Way to Zero da montadora.
O SIMEA 2024 foi encerrado com uma mesa redonda que reuniu especialistas e representantes do governo e da indústria, discutindo a descarbonização da mobilidade e o futuro da eletrificação no Brasil. Clemente Gauer, da Abravei, defendeu veementemente o carro 100% elétrico, enquanto outros participantes destacaram a necessidade de uma abordagem eclética, combinando biocombustíveis e eletrificação, para alcançar a sustentabilidade.