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Pulse Abarth leva esportividade das pistas para as ruas

SUV compacto da Fiat entrega desempenho, design e uma experiência de condução intensa, mas exige do motorista uma disposição para sacrifícios no conforto.

A Fiat retorna às suas raízes esportivas no Brasil com o Pulse Abarth, um SUV compacto que combina o histórico desempenho da marca com uma identidade única e uma série de ajustes técnicos que proporcionam uma experiência de condução verdadeiramente esportiva.

A Fiat tem uma longa tradição na produção de carros esportivos no Brasil. Os mais velhos certamente lembrarão de veículos icônicos que a marca lançou, como o 147 Rallye, Uno 1.5/1.6-R e Tempra Turbo (havia também uma versão Turbo do Uno).

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Em uma época em que era difícil ver um veículo importado rodando em nossas ruas, a Fiat se destacava pelo seu pioneirismo, introduzindo novas tecnologias no mercado automotivo através de seus produtos.

O Tempra, por exemplo, foi um dos primeiros carros a trazer motores mais avançados, como os motores 2.0 16v e 2.0 turbo, que proporcionavam um desempenho significativamente melhor em comparação com os motores mais tradicionais da época.

Já o revolucionário Uno possuía uma versão equipada com motor 1.4 turbo que se tornou um marco importante na história automotiva do Brasil, já que foi o primeiro carro de série no país a ser equipado com um motor turbo, trazendo uma tecnologia e desempenho impressionante para a época.

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No decorrer dos anos, a Fiat sempre se orgulhou de ter, em seu portfólio, ao menos um veículo esportivo à disposição do consumidor brasileiro, que teve a oportunidade de conhecer veículos icônicos como o Fiat Tipo 16v, Marea Turbo e Fiat Stilo Abarth 2.4.

Conhecedor de toda essa história, fiquei bastante empolgado ao receber o generoso convite do Mecânica Online para testar o Fiat Pulse em sua versão esportiva, a Abarth. De antemão, já adianto que a divisão esportiva da Fiat, a Abarth, fez um excelente trabalho no Pulse.

Destaco a abordagem honesta da Fiat, que produziu um carro verdadeiramente esportivo, sem tentar ludibriar o consumidor vendendo um carro convencional com alguns acessórios esportivos (prática comum em nossa indústria).

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Caso opte pela compra desse modelo, o consumidor, ao ligar o carro e ouvir o ronco grave do motor, terá a certeza de que está levando um veículo diferenciado, digno de ser chamado de carro esportivo.

Em termos de motorização, a Fiat equipou essa versão do Pulse com uma mecânica já conhecida e testada no mercado brasileiro: trata-se do mesmo motor 1.3 turbo T270 de 180/185 cv e 27,5 kgfm de torque, atrelado ao veterano câmbio de 6 velocidades que equipa outros modelos da Stellantis, como o Renegade, Compass, Commander, Toro e Fastback.

Não irei trazer dados de consumo, por entender ser um ponto irrelevante para quem procura esse tipo de veículo. Mesmo assim, posso adiantar que o Pulse Abarth, pelo desempenho que oferece, pode ser considerado um veículo econômico, tanto no percurso rodoviário quanto no percurso urbano.

O fato de o Pulse utilizar um powertrain amplamente empregado em outros veículos da Stellantis não tira a originalidade do veículo, pois esse é apenas um lado da moeda. Por outro lado, o Pulse Abarth, além das modificações estéticas, recebeu alterações significativas na programação do motor, câmbio, suspensão, escapamento e outros sistemas que proporcionaram ao Pulse Abarth uma identidade única, diferenciando-o dos outros modelos da Stellantis.

De todas as modificações que o Pulse Abarth recebeu, uma que se destaca é o botão “Poison”, localizado no lado direito do volante. Quando ativado, ele ajusta vários parâmetros de desempenho do carro para proporcionar uma experiência de condução mais esportiva e dinâmica ao condutor.

No dia a dia, o Pulse Abarth não deixa você esquecer, nem por um instante, que está guiando um veículo esportivo. O sistema integrado do Fiat Pulse não oferece ao motorista outro modo de condução além do esportivo.

O ronco do escapamento está sempre presente e o câmbio mantém o motor girando alto. É como se o carro estivesse sempre pedindo para o motorista pisar fundo, o que nem sempre é possível fazer em nossas estradas ou vias urbanas.

Durante o período que fiquei com o carro, pude fazer uma pequena viagem de 500 km (ida e volta) saindo de Recife com destino a Maceió. Nessa viagem, pude atestar todos os atributos do novo lançamento da Fiat, cujo conjunto mecânico foi seu maior destaque.

Pegar a estrada com o Pulse Abarth é uma experiência diferenciada. O carro deslancha com facilidade ao simples toque do acelerador, permitindo que o motorista faça ultrapassagens rápidas e seguras. Segundo dados da montadora, o Pulse Abarth vai de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos, sendo capaz de atingir a velocidade de 215 km/h. Como é bom pegar a estrada tendo toda essa potência à sua disposição!

O interior do veículo não deixa, nem por um momento, que o motorista (ou passageiro) se esqueça de que está em um carro esportivo. O preto predomina em todo o interior do carro, contrastado apenas pela pedaleira esportiva e pelas costuras vermelhas presentes nos bancos, volante e painel.

Falando em painel, os materiais empregados pela Fiat são de muito bom gosto, cuja predominância do plástico é suavizada por apliques em black piano e borracha soft touch. Completando o conjunto, no painel foi instalado um quadro de instrumentos digital de 7” (o mesmo utilizado nos demais modelos da marca).

Embora esteja aquém do Active Info Display utilizado pela VW, o display digital do Fiat Pulse é bonito e bastante funcional, exibindo todas as informações do veículo ao motorista de forma precisa e bem intuitiva. O carro oferece ainda um excelente sistema de som integrado a uma eficiente central multimídia de 10” (amplamente utilizada em outros modelos da Stellantis), com Android Auto e Apple CarPlay, cuja conexão dispensa o uso de cabo de dados.

No mais, o proprietário do Pulse Abarth poderá contar com uma extensa gama de itens de conforto e segurança, tais como: freio de estacionamento eletrônico, autohold, ar-condicionado automático, faróis em LED, alerta de colisão, alerta de saída de faixa, chave presencial com partida remota, partida por botão e um eficiente carregador por indução com refrigeração própria.

Como nem tudo são flores, durante a minha breve convivência com o veículo, pude notar alguns pontos negativos que merecem consideração. Utilizando a mesma plataforma do Fiat Argo, o espaço interno do Pulse é limitado, sendo capaz de acomodar 4 pessoas confortavelmente. Aqui, a crítica vai para o console central, que rouba muito espaço de quem vai à frente, criando um ambiente desconfortável que prejudica a posição de dirigir.

O isolamento acústico do veículo deixa muito a desejar. Se, por um lado, permite que o motorista ouça o encorpado ronco do escapamento, por outro, deixa passar para dentro do carro o barulho externo, sobretudo o som da rolagem dos pneus no asfalto.

Essa dualidade também se faz presente na suspensão que, embora esteja à altura de um veículo esportivo e seja capaz de transmitir muita segurança, se mostrou dura demais para encarar nossas ruas e rodovias esburacadas.

Isso torna a condução do carro desconfortável em alguns momentos, uma vez que as irregularidades do asfalto são repassadas para a cabine, obrigando o motorista a se acostumar com as pancadas secas do veículo toda vez que “acertar” algum buraco.

Pelo preço cobrado pelo carro (cerca de R$ 152.000,00), a Fiat poderia ter disponibilizado bancos com ajustes elétricos. Da mesma forma, o porta-malas (que não é dos maiores) merecia contar com um sistema de abertura e fechamento elétrico, fundamental em virtude do ângulo acentuado de abertura da tampa, cuja alça de fechamento se torna difícil de ser alcançada por pessoas mais baixas.

Outro ponto de melhora no projeto da Fiat é a ausência de um teto solar. A montadora italiana sempre teve a tradição de disponibilizar esse acessório em seus veículos esportivos. Uno, Palio, Punto, Stilo, Marea, todos esses carros ofereciam o acessório em suas versões esportivas.

Dando seguimento a essa tradição, a Fiat poderia ter equipado o Pulse Abarth com um teto solar skywindow, que serviria para atenuar o efeito dark da cabine, cuja iluminação interna proporcionada pelas fracas lâmpadas de LED deixa muito a desejar.

Ao término do meu período de convivência com o Pulse Abarth, e após rodar mais de 500 quilômetros em rodovias e trechos urbanos, creio estar apto a responder aquela pergunta que o leitor certamente está se fazendo: “E aí? Vale a pena?” A resposta é sim e não! Se você está procurando um veículo esportivo divertido, que tenha uma performance diferenciada e um design exclusivo e chamativo, certamente você será feliz com o Pulse Abarth.

Por outro lado, pode não valer tanto a pena caso você procure um veículo esportivo que seja confortável e versátil para uso diário. No dia a dia, o proprietário pode ter a sensação de que essas duas últimas qualidades não são exatamente a praia do Pulse Abarth, que, como dito anteriormente, faz questão de lembrar, a todo instante, que é um veículo esportivo bem resolvido com sua personalidade, e que não está disposto a fazer concessões para agradar diferentes perfis de compradores.

Ficha Técnica Resumida
Fiat Pulse Abarth

  • Motorização:
  • Motor: 1.3 Turbo T270
  • Potência: 180 cv (Gasolina) / 185 cv (Etanol)
  • Torque: 27,5 kgfm
  • Câmbio: Automático de 6 velocidades
  • Dimensões e Capacidades:
  • Comprimento: 4.099 mm
  • Largura: 1.774 mm
  • Altura: 1.584 mm
  • Distância entre eixos: 2.532 mm
  • Peso: Aproximadamente 1.270 kg
  • Capacidade do porta-malas: 370 litros
  • Capacidade do tanque: 47 litros
  • Desempenho:
  • Aceleração de 0 a 100 km/h: 7,6 segundos
  • Velocidade máxima: 215 km/h
  • Equipamentos de Série:
  • Central multimídia de 10” com Android Auto e Apple CarPlay (conexão sem fio)
  • Quadro de instrumentos digital de 7”
  • Faróis Full LED
  • Freio de estacionamento eletrônico
  • Ar-condicionado automático digital
  • Chave presencial com partida remota
  • Carregador de celular por indução
  • Sistema de som com 4 alto-falantes e 2 tweeters
  • Segurança:
  • Alerta de colisão com frenagem automática
  • Alerta de saída de faixa
  • Controle de estabilidade (ESP)
  • Controle de tração (ASR)
  • Assistente de partida em rampa (Hill Holder)
  • Diferenciais Esportivos:
  • Botão “Poison” para modo de condução esportivo
  • Pedaleiras esportivas
  • Suspensão reforçada e recalibrada
  • Sistema de escape com som esportivo

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